Feliz ou perdido? Como o jovem do Brasil encara o trabalho
Pesquisa da 99 jobs mostra como a geração Y brasileira enxerga sentido no trabalho; veja dados que revelam suas percepções e expectativas sobre o assunto
Claudia Gasparini
Publicado em 1 de maio de 2015 às 06h08.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h44.
São Paulo - Encarar a profissão como uma mera forma de subsistência é uma visão com cada vez menos adeptos - principalmente entre os mais jovens . Além de ganha-pão, o trabalho virou fonte de satisfação e felicidade . Mais do que nunca, ele precisa ter sentido. Mas como a geração Y brasileira enxerga e busca significado na vida profissional? O site 99 jobs e a Oficina da Estratégia divulgaram recentemente uma pesquisa que tenta responder à questão. Foram ouvidos 1.625 jovens, a maioria residente no Sudeste e nascida entre 1980 e 2000. As conclusões do estudo revelam um jovem emocionalmente envolvido com o trabalho e interessado em empregos menos tradicionais. Clique nas fotos para ver os dados extraídos do levantamento.
Numa escala de 0 a 10, os entrevistados deram nota 7,31 para a relevância da profissão em suas vidas. O assunto, aliás, ocupa a cabeça do jovem mesmo quando ele não está trabalhando: a nota dada à frequência com que pensam no tema em suas horas vagas é 6,6.
De acordo com a pesquisa, os jovens estão medianamente satisfeitos com sua realidade profissional. De 0 a 10, a percepção de sentido no trabalho foi avaliada em 5,71. Já a nota média para a felicidade com o emprego foi 5,62.
A definição de trabalho mais mencionada pelos jovens é “algo que agregue valor” (79,9%). Não que a recompensa financeira esteja fora do radar. Para 76,3% dos entrevistados, a resposta é “algo que ganho dinheiro para fazer”. Os significados menos citados foram “algo que é fisicamente extenuante” (1,1%) e “algo que alguém lhe diz para fazer” (2,3%).
As percepções sobre o significado do trabalho variam consideravelmente com a classe social do jovem. Entrevistados com renda familiar de até 1.085 reais são os que mais encaram a profissão como uma forma de servir à sociedade (25%) e ter contato com pessoas interessantes (15,38%). Já aqueles cuja renda familiar está acima de 9.745 reais são os que mais percebem o trabalho como interessante por si só (25,12%) e como uma forma de garantir status e prestígio (3,38%).
Contrariando os estereótipos, a geração Y não se enxerga como indecisa quando o assunto é carreira. De 0 a 10, a nota dada para a clareza com que os jovens enxergam suas próprias habilidades e talentos é 7,2. A insegurança quanto à escolha do curso universitária foi avaliada em apenas 3,6. Apesar disso, há interesse em receber conselhos de pessoas mais experientes: a vontade de fazer coaching profissional recebeu a nota 7,9.
O que você faria se ganhasse na loteria e tivesse dinheiro suficiente para viver confortavelmente para o resto da vida? Apenas 5% dos jovens parariam de trabalhar. Continuar trabalhando, mas de forma diferente, é a resposta de 89% dos entrevistados. Somente 6% continuariam no emprego atual.
Com sua estrutura horizontal e escritórios coloridos, as grandes empresas de tecnologia têm um apelo especial para os jovens. Na visão dos entrevistados, as empresas que mais promovem um ambiente pleno de sentido são Google (58%) e Facebook (25%). Natura, Microsoft e Apple completam o ranking dos cinco empregadores mais bem avaliados no quesito.
Os jovens acreditam que encontrar sentido no trabalho depende mais da postura dos empregadores do que dos funcionários. Numa escala que vai até 10, a nota dada à responsabilidade dos indivíduos em buscar significado na profissão é 5,4. Já a importância do apoio das empresas para esse objetivo é avaliada em 6,33.
Quando pensa no futuro, a maioria dos jovens não se enxerga trabalhando em grandes empresas. Trabalhar numa empresa tradicional, como bancos e indústrias, é o sonho de apenas 17% dos entrevistados. O plano de 41% é atuar numa empresa flexível, como agências, incubadoras de negócios ou empresas inovadoras como Google e Facebook. Ter o próprio negócio é a ideia de 32%, enquanto 8% pensam em trabalhar em ONGs ou instituições ligadas a uma causa.
Para 80% dos entrevistados, existe significado na profissão quando é possível acreditar no que se faz. Aprendizado e prazer também são fatores mencionados por 75% e 74% dos jovens, respectivamente. Já as formas menos citadas para ver sentido do trabalho são acompanhar o processo do início ao fim (43%) e enxergar sua contribuição pessoal como única para a empresa (44%).
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