É possível acompanhar e controlar seus investimentos pela internet (stock.XCHNG)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2013 às 15h38.
São Paulo - O home broker, sistema de negociação online de ações, só tinha uma função quando se tornou conhecido no Brasil, no fim da década de 1990: permitir a compra e venda de papéis de empresas negociadas na bolsa de valores. O home broker cresceu, atingiu a maioridade como sinônimo de corretora eletrônica e agora oferece vários serviços e produtos financeiros aos clientes.
"Os novos itens surgiram para atender à demanda do investidor", diz Paulo Levy, diretor executivo da Icap Brasil Corretora de Valores, no Rio de Janeiro. A facilidade de negociar por meio do home broker fez com que as transações eletrônicas caíssem no gosto dos brasileiros. "Entre 90% e 95% de nossos clientes usam a internet.
A mesa de operações só é acionada para transações estruturadas", diz Bruno Di Giorgio, superintendente de marketing da Banif Corretora, em São Paulo. Entre os novos serviços estão programas de educação financeira, análises de ações e até geradores automáticos de declaração de Imposto de Renda. Conheça mais a seguir.
Serviços
Imposto de Renda
Várias corretoras disponibilizam um programa que gera, automaticamente, a declaração do Imposto de Renda do cliente que opera com ações — uma ajuda e tanto. De acordo com os especialistas, a dificuldade de declarar esse tipo de investimento ao Fisco é um dos fatores que inibem o crescimento da participação das pessoas no mercado acionário.
Cursos de educação financeira
Para o investidor que quer conhecer mais do mercado financeiro, as corretoras disponibilizam por meio do home broker informações técnicas e cursos. Alguns são teóricos, outros permitem interação com a corretora. É o caso do Canal de Educação Financeira, que acaba de ser lançado pelo Renatrader, home broker da corretora Renascença, em São Paulo.
O programa criou um personagem com o qual o investidor interage, além de oferecer testes de conhecimento ao final de cada tópico estudado. Os clientes com melhor pontuação ganham um curso presencial, que acontece na corretora.
Análises
Quem vai investir em ações precisa conhecer bem a empresa. Para isso, as corretoras disponibilizam análises online, que consideram os cenários macroeconômicos internacional e doméstico, a situação setorial e as especificidades da própria empresa. Existem também análises baseadas no comportamento histórico dos preços das ações, que definem pontos de compra e venda com base em padrões que se repetem.
Carteira sugerida
Para quem não sabe em qual ação investir, mas não quer ficar fora do mercado de renda variável, há a possibilidade de aplicar o dinheiro numa carteira sugerida. Ela é uma recomendação de investimentos, montada por gestores das corretoras e atualizada periodicamente.
As carteiras são diversificadas e contemplam clientes com perfis conservadores, moderados e agressivos. Há carteiras somente de ações e outras que aplicam em títulos públicos ou em fundos de investimento.
Notícias e informações
Vários sites de corretoras divulgam notícias econômicas, políticas e de empresas que podem influenciar nas suas decisões. Habitualmente, eles comunicam os preços e negócios feitos com os diferentes ativos, a maior parte das vezes em tempo real.
Produtos
Ações
As ordens de compra e venda de papéis são feitas pelo próprio investidor e as operações podem envolver lotes padrão — em geral de 100 ações — ou fracionários, com a quantia de papéis definida pelo investidor — entre 1 e 99 ações. O custo da transação é muito variado e, no geral, as corretoras dividem-se em dois grupos: 1) as que cobram um percentual do volume operado, na maioria das vezes é de 0,5%; 2) aquelas que têm taxa fixa de corretagem a cada transação.
No caso das últimas, a taxa de corretagem pode variar entre 2,99 e 20 reais. Muitas instituições oferecem descontos e pacotes para investidores que operam muitas vezes ao dia, o day trade. As corretoras também cobram do cliente o custo dos emolumentos, que remuneram a bolsa e equivalem a 0,0345% do volume negociado, e o valor da custódia, que é usado para cobrir o custo da instituição junto à Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
ETFs
Os ETFs são cotas de fundos de investimento que estão atrelados a índices da bolsa. O ETF com a maior liquidez é o Bova11, que acompanha o Ibovespa, o principal índice do mercado nacional, que reúne as ações mais negociadas. O lote mínimo é de 10 cotas, que no dia 13 de junho correspondia a 612,40 reais.
"Negociar um ETF é o mesmo que comprar uma cesta de ações e é um bom começo para quem quer investir em renda variável e no home broker", diz Eric Cardoso Martins, gestor do Renatrader. O valor da corretagem costuma ser menor do que o cobrado para negociar um lote de ações, mas existem também os custos de emolumentos e a taxa de custódia.
Minicontratos
Pelo home broker também é possível negociar contratos futuros de Ibovespa, de dólar comercial, de boi e café em tamanhos inferiores ao padrão, definidos pela BM&FBovespa. O minicontrato de dólar, por exemplo, tem valor para negociação de 5.000 reais, enquanto o contrato padrão tem valor de 50.000 reais.
O contrato de boi é equivalente a 33 arrobas, ou 10% do valor do contrato padrão. Já o mini-Ibovespa tem valor de 0,20 centavo de real a cada ponto do índice; o de café corresponde a 10 sacas de 60 quilos, ou 10% do valor do contrato padrão. Há cobrança das taxas de corretagem, custódia e emolumentos.
Tesouro Direto
Por meio do home broker, dá para comprar títulos do governo federal. A aplicação inicial é de 100 reais e a liquidez é garantida pelo próprio Tesouro Nacional, que toda quarta-feira se dispõe a recomprar os papéis dos investidores. A negociação tem o custo das taxas de administração e de custódia, que podem variar entre as corretoras. Há instituições que isentam o investidor desse custo.
Fundos de investimento
Geralmente, as corretoras eletrônicas oferecem fundos multimercado de perfis moderado e agressivo. As aplicações iniciais ficam acima de 5.000 reais, mas há corretoras que aceitam quantias menores. Nessa transação, também são cobradas taxas de administração maiores quando as quantias aplicadas são menores e mais baixas nos fundos que exigem investimentos mais altos.
Pode haver a cobrança de taxa de performance, caso o fundo tenha um desempenho acima do previsto. Há corretoras que administram os fundos e outras que distribuem cotas de produtos de outras instituições.