Chefe: analisando a maldade corporativa é que Spain concluiu que nem todo chefe ruim é, necessariamente, um psicopata (Foto/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 16h45.
Estresse no trabalho te faz perder o sono e pode causar problemas de saúde décadas depois. Um superior incompetente é grande parte desse problema – e foi por isso que um pesquisador da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, começou a estudar a figura do “chefe ruim”.
Seth Spain é especialista em comportamento organizacional e começou a estudar os chamados “traços obscuros” no trabalho.
É a famosa Tríade do Mal: maquiavelismo, psicopatia e narcisismo, uma combinação presente em diferentes níveis nas pessoas que consideramos “malvadas”.
Analisando a maldade corporativa é que Spain concluiu que nem todo chefe ruim é, necessariamente, um psicopata. O cara pode simplesmente pertencer ao grupo dos “chefes disfuncionais”.
Um bom exemplo desse tipo de superior é Michael Scott, o chefe da série The Office. Ele é bem intencionado, mas um pouco atrapalhado.
Falta habilidade social ou formação de liderança, segundo Spain, mas o principal é que ele não tem nenhum interesse em ofender ou diminuir seus empregados.
Não é o caso do chefe obscuro, o outro tipo de chefe ruim identificado pelo pesquisador. Na ficção, ele seria melhor representado por Gordon Gekko, protagonista do filme Wall Street.
Este, sim, teria níveis acima do normal de psicopatia, maquiavelismo e narcisismo. Aí, o problema é que a sensação de superioridade que ele sente perante as outras pessoas, a frieza e o prazer em ver os outros sofrerem acaba influenciando no seu trabalho.
O problema é que as pessoas com características do transtorno de personalidade antissocial, nome técnico da psicopatia, têm muitas “qualidades” associadas a posições de chefia.
Aguentam o estresse melhor que a maioria das pessoas, tomar decisões de cabeça fria e resistem melhor à pressão – tanto que a profissão em que os psicopatas são mais encontrados é a de CEO.
A princípio, ter um chefe como Scott pode ser tão estressante quanto ter que encarar um Gekko, segundo Spain contou à Universidade de Birmingham.
Porém, é importante separar suas diferentes características para entender como melhorar problemas de liderança e gestão dentro de uma empresa.
O objetivo da pesquisa de Spain é deixar claro que nem todo chefe ruim é psicopata. Se uma empresa (ou um funcionário) estiver lidando com um Scott, entender suas limitações já tem um impacto positivo no estresse profissional. Já com os Gekkos da vida, o buraco é mais embaixo.