(Jornal Brasil em Folhas/Flickr)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2022 às 16h44.
Última atualização em 2 de maio de 2022 às 21h34.
Em fevereiro deste ano, mais de 500 mil pessoas abandonaram seus empregos no Brasil, o maior número desde o início da pandemia, em 2020. O movimento que iniciou nos EUA e foi chamado de “The Great Resignation” registrava mais de 4 milhões de demissões voluntárias por mês na população americana. E, agora, parece que chegou também ao Brasil.
A diferença, no entanto, é que enquanto nos EUA a taxa de desemprego é praticamente nula, aqui mais de 13 milhões de desempregados fazem fila para entregar seus currículos e a taxa de desemprego se mantém acima dos dois dígitos, em 11,2%.
Segundo o levantamento, foram 29.488 demissões por dia útil registradas em fevereiro, o maior número desde janeiro de 2020. Com 25.931 demissões por dia útil, janeiro deste ano tinha registrado a maior quantidade de demissões diárias até então. Esse valor é praticamente o dobro do registrado nos anos anteriores à pandemia.
Na edição mais recente da Newsletter da EXAME Invest, especialistas explicaram que muitas dessas demissões são fruto de empregos conquistados ao longo da pandemia “Muitas pessoas que perderam seus empregos aceitaram trabalhar em outras funções ‘improvisadas’ e, agora que o mercado já voltou ao normal, estão se demitindo para buscar oportunidades na área que sempre trabalharam”, comenta Bruno Imaizumi, economista.
Ganhar mais, trabalhar menos horas, ter um ambiente de trabalho agradável e maior qualidade de vida estão entre os principais motivos de demissão. No entanto, o que não era possível antes da pandemia, agora virou praticamente uma regra: o home office.
Quem antes dependia de vagas na sua cidade ou estado para trabalhar, hoje tem acesso a oportunidades nacionais e internacionais de emprego. É o caso do setor de serviços e atendimento, em que mais de 20% dos empregados em 2020 se demitiram em 2021 para buscar salários mais altos e melhores condições de trabalho, principalmente em empresas internacionais, ganhando em dólar ou euro, muitas vezes.
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Algumas demissões foram fruto de necessidade. É o caso de milhares de mulheres que, com as creches e escolas fechadas, precisaram abandonar os seus empregos para cuidar dos filhos.
No entanto, muitas delas encontraram nos cuidados domésticos um novo sentido para as suas rotinas. É o caso de mulheres que decidiram largar a CLT para empreender ou para trabalhar como freelancer e, assim, poder escolher quando, onde e quanto trabalhar. Não é à toa que, segundo a Receita Federal, o número de CNPJs abertos aumentava todos os meses durante a pandemia, em 2021.
Veja o que mais foi destaque na newsletter da EXAME Invest desta quarta:
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