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Entrevista: Facebook busca pessoas com identificação

Brasileiro Artur Souza fala como chegou ao Facebook, seu processo de trabalho e quais habilidades a empresa procura em um profissional:

Facebook tem a cultura de ter escritórios abertos, sem salas particulares, e isso serve para Zuckerberg também, (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2013 às 11h58.

São Paulo - O brasileiro Artur Souza, 28 anos, é o engenheiro de software responsável pelo Facebook na América Latina.

Formado pela Unicamp e com passagem pela IBM, ele chegou à empresa de Mark Zuckerberg em junho de 2012.

Após ser contratado, ficou seis semanas na sede do Facebook, em Menlo Park, para assimilar a cultura da companhia e conhecer suas novas funções.

De volta ao Brasil, Souza se tornou o responsável pela ponte entre as necessidades dos parceiros locais e a equipe de produtos, instalada nos Estados Unidos.

Na entrevista abaixo ele fala de como chegou ao Facebook, de seu processo de trabalho, sobre a nova busca social e quais habilidades a empresa procura em um profissional:

Como você chegou ao Facebook? Como foi o período que você ficou em Menlo Park? Uma recrutadora do Facebook entrou em contato comigo por e-mail me convidando para trabalhar na empresa. Não sei muito bem como ela encontrou o meu perfil, mas como eu havia dado palestras e tinha papers sobre tecnologia, acho que ela encontrou o meu perfil por esse caminho.

O Facebook procura sempre engenheiros qualificados que trabalham no setor ou estudam em universidades de ponta. Assim que um funcionário é contratado pela empresa fora da matriz, ele fica seis semanas em Menlo Park em um treinamento chamado de “boot camp”, para aprender a cultura da empresa, se habituar ao ambiente de trabalho e conhecer todas as suas novas funções.

Esse período foi muito bom pra mim, pois pude conhecer de perto como funciona a empresa, que é um polo de inovação e pessoas criativas.

Nesse período, você chegou a ter contato com Mark Zuckerberg? Nunca cheguei a conversar com ele diretamente, mas ele fica sempre entre os funcionários e é acessível a todo mundo. O Facebook tem a cultura de ter escritórios abertos, sem salas particulares, e isso serve pra ele também.


Como é o trabalho de um engenheiro fora da sede da empresa? Que tipo de aplicações e atividades você desenvolve? O trabalho fora da sede gira em torno de parceiros. Eu não estou diretamente ligado a um produto, mas acabo ajudando em diferentes frentes.

Meu trabalho principal consiste em fazer o meio de campo entre nossos times regionais e o time de produtos (engenharia). Quando percebemos uma necessidade que atende várias pessoas ou parceiros e que não está no “roadmap” do time de engenharia, eu entro em cena e faço esse desenvolvimento.

É verdade a história que você teve um código rodando já no segundo dia trabalhando na empresa? Sim, é verdade. Já no segundo dia como funcionário do Facebook você recebe uma tarefa real. Minha missão naquele dia era propor melhorias para a coluna de atualizações que fica no lado direito da Linha do Tempo. Nem acreditei quando o código foi incorporado ao sistema. Nunca tinha visto uma empresa dar essa liberdade ao funcionário logo em seu segundo dia.

É possível desenvolver uma série de aplicações a partir da API do Facebook. Quais são as tendências para os próximos anos nessa área? Acredito que o mercado está amadurecendo e as pessoas estão começando a entender a missão do Facebook: "tornar o mundo mais aberto e conectado". Com isso, ao invés de desenvolver aplicações que utilizam o Facebook apenas como um mecanismo de aquisição de usuários, as empresas estão começando a investir em aplicações que realmente ajudam o usuário a construir sua identidade na ferramenta e também a se comunicar com seus amigos e familiares.

Costumo dizer que uma boa aplicação (o que chamamos de "social by design") normalmente é criada pensando primeiro em que histórias o usuário vai contar através da aplicação, que possibilidades de customização e de adição de contexto social são possíveis, e só depois vem os "wireframes" e o desenvolvimento. Essa dinâmica é a oposta ao pensamento: "desenvolvemos tudo e depois pensamos onde colocar um botão de compartilhar".

O novo serviço de Busca Social do Facebook foi concebido em inglês. Você acha que levará muito tempo para ele ganhar uma versão em português? O serviço ainda está em fase de testes para um número pequeno de usuários no mundo. Após essa fase, que não sabemos quando será concluída, a equipe de desenvolvedores vai estudar o retorno dado pelos usuários, vai corrigir possíveis falhas e só depois ele será disponibilizado a outros usuários. Por isso ainda não sabemos quando a versão em português irá chegar.

Existem vagas abertas para mais desenvolvedores em São Paulo? Que tipo de pessoas vocês procuram? O Facebook tem 13 vagas em aberto para o escritório no Brasil, mas nenhuma no momento é para desenvolvedores. O profissional que o Facebook procura deve ter, além do conhecimento técnico, uma noção da cultura da empresa e seu lema “Move Fast”. Deve ser também um profissional criativo e inovador. Quem estiver interessado em trabalhar no Facebook deve acessar o site https://www.facebook.com/careers/.

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São Paulo - O brasileiro Artur Souza, 28 anos, é o engenheiro de software responsável pelo Facebook na América Latina.

Formado pela Unicamp e com passagem pela IBM, ele chegou à empresa de Mark Zuckerberg em junho de 2012.

Após ser contratado, ficou seis semanas na sede do Facebook, em Menlo Park, para assimilar a cultura da companhia e conhecer suas novas funções.

De volta ao Brasil, Souza se tornou o responsável pela ponte entre as necessidades dos parceiros locais e a equipe de produtos, instalada nos Estados Unidos.

Na entrevista abaixo ele fala de como chegou ao Facebook, de seu processo de trabalho, sobre a nova busca social e quais habilidades a empresa procura em um profissional:

Como você chegou ao Facebook? Como foi o período que você ficou em Menlo Park? Uma recrutadora do Facebook entrou em contato comigo por e-mail me convidando para trabalhar na empresa. Não sei muito bem como ela encontrou o meu perfil, mas como eu havia dado palestras e tinha papers sobre tecnologia, acho que ela encontrou o meu perfil por esse caminho.

O Facebook procura sempre engenheiros qualificados que trabalham no setor ou estudam em universidades de ponta. Assim que um funcionário é contratado pela empresa fora da matriz, ele fica seis semanas em Menlo Park em um treinamento chamado de “boot camp”, para aprender a cultura da empresa, se habituar ao ambiente de trabalho e conhecer todas as suas novas funções.

Esse período foi muito bom pra mim, pois pude conhecer de perto como funciona a empresa, que é um polo de inovação e pessoas criativas.

Nesse período, você chegou a ter contato com Mark Zuckerberg? Nunca cheguei a conversar com ele diretamente, mas ele fica sempre entre os funcionários e é acessível a todo mundo. O Facebook tem a cultura de ter escritórios abertos, sem salas particulares, e isso serve pra ele também.


Como é o trabalho de um engenheiro fora da sede da empresa? Que tipo de aplicações e atividades você desenvolve? O trabalho fora da sede gira em torno de parceiros. Eu não estou diretamente ligado a um produto, mas acabo ajudando em diferentes frentes.

Meu trabalho principal consiste em fazer o meio de campo entre nossos times regionais e o time de produtos (engenharia). Quando percebemos uma necessidade que atende várias pessoas ou parceiros e que não está no “roadmap” do time de engenharia, eu entro em cena e faço esse desenvolvimento.

É verdade a história que você teve um código rodando já no segundo dia trabalhando na empresa? Sim, é verdade. Já no segundo dia como funcionário do Facebook você recebe uma tarefa real. Minha missão naquele dia era propor melhorias para a coluna de atualizações que fica no lado direito da Linha do Tempo. Nem acreditei quando o código foi incorporado ao sistema. Nunca tinha visto uma empresa dar essa liberdade ao funcionário logo em seu segundo dia.

É possível desenvolver uma série de aplicações a partir da API do Facebook. Quais são as tendências para os próximos anos nessa área? Acredito que o mercado está amadurecendo e as pessoas estão começando a entender a missão do Facebook: "tornar o mundo mais aberto e conectado". Com isso, ao invés de desenvolver aplicações que utilizam o Facebook apenas como um mecanismo de aquisição de usuários, as empresas estão começando a investir em aplicações que realmente ajudam o usuário a construir sua identidade na ferramenta e também a se comunicar com seus amigos e familiares.

Costumo dizer que uma boa aplicação (o que chamamos de "social by design") normalmente é criada pensando primeiro em que histórias o usuário vai contar através da aplicação, que possibilidades de customização e de adição de contexto social são possíveis, e só depois vem os "wireframes" e o desenvolvimento. Essa dinâmica é a oposta ao pensamento: "desenvolvemos tudo e depois pensamos onde colocar um botão de compartilhar".

O novo serviço de Busca Social do Facebook foi concebido em inglês. Você acha que levará muito tempo para ele ganhar uma versão em português? O serviço ainda está em fase de testes para um número pequeno de usuários no mundo. Após essa fase, que não sabemos quando será concluída, a equipe de desenvolvedores vai estudar o retorno dado pelos usuários, vai corrigir possíveis falhas e só depois ele será disponibilizado a outros usuários. Por isso ainda não sabemos quando a versão em português irá chegar.

Existem vagas abertas para mais desenvolvedores em São Paulo? Que tipo de pessoas vocês procuram? O Facebook tem 13 vagas em aberto para o escritório no Brasil, mas nenhuma no momento é para desenvolvedores. O profissional que o Facebook procura deve ter, além do conhecimento técnico, uma noção da cultura da empresa e seu lema “Move Fast”. Deve ser também um profissional criativo e inovador. Quem estiver interessado em trabalhar no Facebook deve acessar o site https://www.facebook.com/careers/.

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