Ilustração - Holofotes iluminam homem (Adams Carvalho/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2013 às 14h36.
São Paulo - No final de 2010, foi aprovada a criação do cadastro positivo de crédito no Brasil. Embora os bancos afirmem que o cadastro positivo não tende a elevar os juros para os devedores contumazes, é razoável supor que esse aumento ocorrerá, afinal o preço do calote será dividido entre um número menor de pessoas.
Porém, a grande qualidade do cadastro positivo é a maior oportunidade de crédito aos bons pagadores, além do desestímulo àqueles que não souberam lidar com compromissos financeiros.
Pode-se esperar, como consequências desses efeitos, que haja um aquecimento do consumo de qualidade, uma diminuição dos juros médios de financiamentos e empréstimos e, principalmente, um movimento de educação financeira para que maus pagadores aprendam a usar bem o crédito. O ganho é imenso para a economia.
Esse mecanismo é adotado com sucesso nos Estados Unidos há décadas. Desde cedo, jovens são estimulados a usar bem seu cartão de crédito e pequenos empréstimos, para que criem um histórico que permita acessar boas taxas de juros no futuro. Há também um estímulo à formação de previdência privada, que serve de lastro para o mercado de crédito. Com muito lastro e bons históricos, os juros são bem menores do que no Brasil.
Quer tirar proveito da novidade? Siga as orientações tradicionais de bom uso do crédito. Analise com cuidado cada contrato antes de assumir uma dívida. Não alongue demais o prazo de pagamento, mas também não se aperte a ponto de correr o risco de atrasar as prestações. Use seu cartão de crédito o máximo possível, respeitando o orçamento.
E procure concentrar operações em poucas instituições financeiras, para melhorar seu relacionamento e obter mais vantagens. Não basta ter boas intenções, é preciso provar que você as tem. Com o cadastro positivo, enfim, o brasileiro entenderá que crédito não passa de uma relação de confiança e que a única coisa que ele precisa para ter crédito em abundância é provar à sociedade e ao sistema financeiro que ele sabe lidar com o dinheiro emprestado ou com os pagamentos a prazo.