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Diversidade é obrigatória no curso de Administração nos EUA

Universidades americanas passaram a incluir matérias que falam sobre raça, gênero e orientação sexual em sua formação empresarial

Diversidade: matérias são requisitos para a graduação e elevam a mensagem de compreensão da diversidade à categoria de imperativo empresarial, diz especialista (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2015 às 18h48.

A Universidade de Michigan, respondendo a pedidos dos alunos que solicitaram incluir a consciência social em sua formação empresarial, adicionou matérias obrigatórias de três anos sobre diversidade ao currículo dos estudantes da Ross School of Business.

As matérias, como “Identity 101” (Noções básicas sobre identidade, em tradução livre), são requisitos para a graduação e elevam a mensagem de compreensão da diversidade à categoria de imperativo empresarial, disse Lynn Wooten, reitora associada dos programas universitários.

A iniciativa começou com uma campanha da Black Student Union (União dos Estudantes Negros) para melhorar o clima racial no campus, e depois outros aderiram, disse ela.

“Os estudantes sentiram que seus colegas não estavam recebendo a instrução de que precisavam sobre como ser líder em uma sociedade diversificada”, disse Wooden.

Programas universitários de outras faculdades, como o da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, oferecem matérias optativas com foco na diversidade.

A Universidade de Michigan exige que os alunos de formação interdisciplinar façam uma das matérias relativas a raças e etnicidade disponíveis na grade, uma abordagem mais acadêmica que a dos workshops das faculdades de Administração.

A geração Y, composta por mulheres e homens na faixa dos 20 e início dos 30 anos, que cresceram sob a sombra da crise financeira mundial, tem uma abordagem mais expansiva à carreira empresarial do que as gerações anteriores, disse Neil Howe, presidente da Lifecourse Associates, empresa de consultoria com sede em Great Falls, Virgínia, que estuda as gerações e a economia.

Administração de Empresas é, de longe, o curso universitário mais popular entre os estudantes dos EUA e representou 20 por cento de todos os títulos de bacharelado concedidos em 2013, de acordo com o Centro de Educação e Força de Trabalho, da Universidade de Georgetown.

Não são ‘ferramentas elétricas’

“Eles não são ‘ferramentas elétricas’ incipientes”, disse Howe, referindo-se aos atuais estudantes de Administração. “Para a geração Y, não existe uma divisão entre a obtenção de lucros e o altruísmo. A ideia é que a responsabilidade social coincide com o trabalho”.

Isso é verdade para Javonne Barrett, 20, que está cursando o segundo ano na Universidade de Michigan e participou de um workshop chamado “Entering Into, Engaging With and Exiting Communities Across Difference” (Entrada, envolvimento e saída de comunidades através da diferença, em tradução livre).

“O workshop me ajudou a perceber como as empresas são impactadas por nossas identidades”, disse Barrett. “Você precisa conseguir entender os outros para ser um bom líder empresarial”. Também houve um impacto pessoal.

As aulas ajudaram Barrett a lidar com comentários ofensivos de seus colegas sobre sua cidade natal, Detroit, disse ele. “Consegui excluir o aspecto emocional”.

A Ross School, cujo nome homenageia o fundador da Related Cos., Stephen Ross, ocupa neste ano o 10º lugar no ranking de faculdades de Administração da Bloomberg Businessweek e seu programa universitário, que conta com 1.600 alunos, ficou em 12º lugar em 2014.

Alison Davis-Blake, que assumiu como reitora em 2011, é a primeira mulher a administrar a faculdade. A porcentagem de funcionários mulheres e de minorias aumentou em parte por que ela fez questão de entrevistar uma lista maior de candidatos para as vagas, disse ela.

“Sendo um pouco mais expansivos, conseguimos mudar radicalmente a cara de nossa faculdade”, disse ela.

Workshops

Os workshops sobre diversidade começaram no terceiro trimestre depois de um programa-piloto em 2014.

Entre eles, “Identity 101” explora como a raça, o gênero, o status de competência e a orientação sexual “se conectam a sistemas mais amplos de poder, privilégio e opressão”, de acordo com a descrição do curso. “CQ” (Coeficiente cultural, em tradução livre) é um curso sobre a inteligência cultural que enfoca “as competências e capacidades necessárias para ter sucesso internacionalmente e em contextos multiculturais”.

Ka’Marr Coleman-Byrd, 19, participou do workshop “Genealogy of Spending” (Genealogia do consumo, em tradução livre), onde aprendeu sobre como o comportamento de seus pais influenciou seus hábitos de consumo e poupança.

“O curso me ajudou a identificar e a lidar com meus pontos fortes e fracos, e isso é necessário quando se está em um ambiente empresarial”, disse Coleman-Byrd. Ele também aprendeu a não se comparar com celebridades que compram roupas ou carros de marca, disse ele.

“Gostaria de ter feito antes”, disse ele, em relação às aulas. “Eu teria economizado dinheiro”.

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A Universidade de Michigan, respondendo a pedidos dos alunos que solicitaram incluir a consciência social em sua formação empresarial, adicionou matérias obrigatórias de três anos sobre diversidade ao currículo dos estudantes da Ross School of Business.

As matérias, como “Identity 101” (Noções básicas sobre identidade, em tradução livre), são requisitos para a graduação e elevam a mensagem de compreensão da diversidade à categoria de imperativo empresarial, disse Lynn Wooten, reitora associada dos programas universitários.

A iniciativa começou com uma campanha da Black Student Union (União dos Estudantes Negros) para melhorar o clima racial no campus, e depois outros aderiram, disse ela.

“Os estudantes sentiram que seus colegas não estavam recebendo a instrução de que precisavam sobre como ser líder em uma sociedade diversificada”, disse Wooden.

Programas universitários de outras faculdades, como o da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, oferecem matérias optativas com foco na diversidade.

A Universidade de Michigan exige que os alunos de formação interdisciplinar façam uma das matérias relativas a raças e etnicidade disponíveis na grade, uma abordagem mais acadêmica que a dos workshops das faculdades de Administração.

A geração Y, composta por mulheres e homens na faixa dos 20 e início dos 30 anos, que cresceram sob a sombra da crise financeira mundial, tem uma abordagem mais expansiva à carreira empresarial do que as gerações anteriores, disse Neil Howe, presidente da Lifecourse Associates, empresa de consultoria com sede em Great Falls, Virgínia, que estuda as gerações e a economia.

Administração de Empresas é, de longe, o curso universitário mais popular entre os estudantes dos EUA e representou 20 por cento de todos os títulos de bacharelado concedidos em 2013, de acordo com o Centro de Educação e Força de Trabalho, da Universidade de Georgetown.

Não são ‘ferramentas elétricas’

“Eles não são ‘ferramentas elétricas’ incipientes”, disse Howe, referindo-se aos atuais estudantes de Administração. “Para a geração Y, não existe uma divisão entre a obtenção de lucros e o altruísmo. A ideia é que a responsabilidade social coincide com o trabalho”.

Isso é verdade para Javonne Barrett, 20, que está cursando o segundo ano na Universidade de Michigan e participou de um workshop chamado “Entering Into, Engaging With and Exiting Communities Across Difference” (Entrada, envolvimento e saída de comunidades através da diferença, em tradução livre).

“O workshop me ajudou a perceber como as empresas são impactadas por nossas identidades”, disse Barrett. “Você precisa conseguir entender os outros para ser um bom líder empresarial”. Também houve um impacto pessoal.

As aulas ajudaram Barrett a lidar com comentários ofensivos de seus colegas sobre sua cidade natal, Detroit, disse ele. “Consegui excluir o aspecto emocional”.

A Ross School, cujo nome homenageia o fundador da Related Cos., Stephen Ross, ocupa neste ano o 10º lugar no ranking de faculdades de Administração da Bloomberg Businessweek e seu programa universitário, que conta com 1.600 alunos, ficou em 12º lugar em 2014.

Alison Davis-Blake, que assumiu como reitora em 2011, é a primeira mulher a administrar a faculdade. A porcentagem de funcionários mulheres e de minorias aumentou em parte por que ela fez questão de entrevistar uma lista maior de candidatos para as vagas, disse ela.

“Sendo um pouco mais expansivos, conseguimos mudar radicalmente a cara de nossa faculdade”, disse ela.

Workshops

Os workshops sobre diversidade começaram no terceiro trimestre depois de um programa-piloto em 2014.

Entre eles, “Identity 101” explora como a raça, o gênero, o status de competência e a orientação sexual “se conectam a sistemas mais amplos de poder, privilégio e opressão”, de acordo com a descrição do curso. “CQ” (Coeficiente cultural, em tradução livre) é um curso sobre a inteligência cultural que enfoca “as competências e capacidades necessárias para ter sucesso internacionalmente e em contextos multiculturais”.

Ka’Marr Coleman-Byrd, 19, participou do workshop “Genealogy of Spending” (Genealogia do consumo, em tradução livre), onde aprendeu sobre como o comportamento de seus pais influenciou seus hábitos de consumo e poupança.

“O curso me ajudou a identificar e a lidar com meus pontos fortes e fracos, e isso é necessário quando se está em um ambiente empresarial”, disse Coleman-Byrd. Ele também aprendeu a não se comparar com celebridades que compram roupas ou carros de marca, disse ele.

“Gostaria de ter feito antes”, disse ele, em relação às aulas. “Eu teria economizado dinheiro”.

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