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De onde vem a palavra "caveira"? Professor responde

Confira dicas e curiosidades sobre a língua portuguesa extraídas de uma manchete sobre a violência no Rio de Janeiro

Caveira (RadekProcyk/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2017 às 16h00.

Última atualização em 3 de outubro de 2017 às 17h09.

Há alguns dias, assistindo ao noticiário,  deparei-me com uma manchete contendo a palavra "caveirão" (nome popular do carro blindado usado pelo batalhão de operações policiais especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro em incursões, nas favelas da capital fluminense ):

O Rio ataca com Caveirão - violência demais!

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Caveirão, de caveira, provém do latim "calvária", de "calvus", "calvo" - justamente o desprovido de cabelos, designando a cabeça desencarnada, o crânio e ossos da face descarnados.

Na pesquisa de Deonísio da Silva, é possível encontrar a rica informação: "Na língua portuguesa , a palavra caveira ensejou duas expressões: 'querer ver a caveira' e 'fazer a caveira', nos dois casos indicando falas e ações que intrigam, denunciam, prejudicam alguém."

Em consulta aos principais dicionários, há o termo "caveira-da-noite". Apesar da presença do conectivo "de", continua hifenizado por fazer referência a um nome da Zoologia. Caveira-da-noite é uma borboleta noturna, que se destaca pela sua grande envergadura e por produzir um som característico quando se sente ameaçada. Também conhecida como "esfinge-caveira".

Sobre a manchete, há uma grafia sempre muito questionada:  é  "demais" ou "de mais"?

Demais, um termo só, designa excessivamente, muitíssimo, excessivamente:

Falava muito, falava demais.

Carolina é linda demais.

É possível encontrarmos o uso de  "demais" como sinônimo de "além disso". Vejamos um trecho de Graciliano Ramos, em "Angústia":

"Era inconveniente olhar aquela desconhecida como um basbaque. Demais, não havia nada interessante nela.

Por outro lado, grafa-se "de mais", em dois termos, quando equivale a "a mais", o oposto a "a menos", "de menos":

Ficou boa a receita, nem sal de mais, nem sal de menos.

U m grande abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!

Diogo Arrais

@diogoarrais

Professor de Língua Portuguesa - CPJUR

Autor Gramatical pela Editora Saraiva

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