Carreira

De estilista a presidente: os 4 passos para alcançar o sucesso, segundo a CEO do Grupo Malwee

Gabriela Rizzo passou por experiência como CLT, empreendedora, docente e conselheira – e hoje é a primeira CEO mulher do Grupo Malwee

Gabriela Rizzo, CEO do Grupo Malwee: “É preciso prestar atenção nos movimentos de carreira. Conforme você busca por conhecimentos, seu networking se amplia” (Leandro Fonseca/Exame)

Gabriela Rizzo, CEO do Grupo Malwee: “É preciso prestar atenção nos movimentos de carreira. Conforme você busca por conhecimentos, seu networking se amplia” (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 19 de julho de 2024 às 13h52.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 18h00.

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O caminho para chegar à cadeira de CEO do Grupo Malwee não foi nada convencional para Gabriela Rizzo. A estilista se tornou conselheira do Grupo Malwee antes de ser a primeira CEO mulher da companhia familiar.

A gaúcha nasceu na cidade de Caxias do Sul e cresceu vendo os desafios e as oportunidades que seu bisavô e avô tiveram ao fundar e liderar uma empresa de confecções, que virou tecelagem e depois se expandiu com uma rede de lojas. “A minha paixão pela moda se desenvolveu muito pelo convívio com o meu avô e com a minha família”, diz Rizzo que começou a trabalhar na empresa familiar aos 14 anos, dividindo o dia entre estudo pela manhã e o trabalho à tarde.

Rizzo se formou em estilismo no Senai Cetiqt no Rio de Janeiro, mas foi no mercado de trabalho que mais adquiriu bagagem para desenhar a sua própria carreira e alcançar o sucesso nas diferentes áreas por onde passou. Após a formação, não voltou para a empresa da família e passou a lecionar na Universidade de Caxias do Sul, ajudando a estruturar cursos de tecnologia em moda.

“Uma das lições que levo para a minha vida profissional, principalmente corporativa, é a importância da sucessão. Pude entender como um homem visionário conseguiu construir um supernegócio, mas que infelizmente não teve continuidade por não conseguir fazer uma boa sucessão”.

Após passar pela empresa familiar e docência, em que a sua atuação era na área criativa, o desafio de Rizzo foi aprender na prática como funcionava governança e processos ao apostar no mundo dos negócios. Em 2000 a executiva entra para a ser gerente sênior de visual na Renner, que na época tinha apenas 20 lojas. “Eu não era mais uma estilista, eu me tornei uma diretora de estilo”, diz a executiva. Rizzo somou 16 anos de atuação no grupo e saiu da companhia para empreender, quando a rede já somava cerca de 400 lojas. Em 2016 Rizzo abriu a “Pesponto Consultoria e Educação em Negócios de Moda”, consultoria boutique, focada em projetos, educação e mentoria para empresas de varejo de moda.

A chegada no Grupo Malwee

Durante a pandemia, em 2021, recebeu convite para ser conselheira de administração do Grupo Malwee, empresa que a executiva diz que sempre admirou por causa do investimento em sustentabilidade na moda.

“Sempre fui uma super estudiosa do assunto, principalmente após 2013, quando teve aquela tragédia do Rana Plaza em Bangladesh e começou o movimento do Fashion Revolution. Aquilo ali me impactou muito”, afirma a CEO do Grupo Malwee que hoje soma mais de 20 mil pontos de venda espalhados no Brasil.

O convite para ser CEO do Grupo chegou em 2023. A executiva recebeu a missão do então CEO do Grupo Malwee, Guilherme Weege, para liderar a empresa familiar, trazendo dois marcos para a companhia: se tornando a primeira CEO não pertencente à família fundadora e a primeira mulher a ocupar a cadeira de presidente de uma empresa fundada em 1968.

Ao passar pelo trabalho de CLT, docência e pelo empreendedorismo, Rizzo acumulou lições de carreira que a ajudaram a chegar mais longe – seja qual for o desafio profissional.

Desenhando a própria carreira

O caminho para chegar ao sucesso é diferente para cada pessoa, mas alguns passos são estratégicos para ir mais longe em qualquer área, afirma Gabriela Rizzo, primeira mulher a ocupar a cadeira de CEO do Grupo Malwee.

“Para você conhecer exatamente o seu lugar, é preciso conhecer as suas fortalezas e seus pontos de desenvolvimento”, afirma a executiva.

Para chegar nesse entendimento, a CEO afirma que é preciso investir, entre outras áreas, no autoconhecimento e nessas seguintes áreas:

  1. Autoconhecimento: conhecer suas habilidades técnicas e comportamentais (hard skills e soft skills) ajuda a traçar um caminho mais claro e eficaz na carreira. “Busque saber quais são suas fortalezas e seus pontos a desenvolver”.
  2. Desenvolvimento Contínuo: aposte no “lifelong learning”. Para Rizzo é muito importante estar sempre atualizado e buscar novos conhecimentos. “Procure estar sempre atualizado, digo isso porque para mim, o tempero da curiosidade ajudou muito. Eu sou uma pessoa muito curiosa, sempre quero aprender por meio de estudos e da conexão com pessoas”, diz. “É preciso prestar atenção nos movimentos de carreira. Conforme você busca por conhecimentos, seu networking se amplia”.
  3. Planejamento de Carreira: trace um plano de carreira e seja gestor da própria trajetória profissional. “Esteja preparado para as oportunidades e desafios que surgirem. Você pode e precisa ser o protagonista da sua carreira”.
  4. Construção de Rede de Apoio: ter uma rede de apoio, tanto profissional quanto pessoal, é especialmente importante para equilibrar a carreira com a vida familiar. “Contar com familiares e profissionais de confiança para ajudar nos momentos desafiadores é essencial para alcançar o sucesso”, conta a executiva que diz que o maior desafio da vida foi conciliar a responsabilidade de ser mãe e executiva.

Rizzo foi mãe do Guilherme aos 33 anos e da Vitória aos 38 anos. “Fui mãe um pouco mais tarde porque estava mito envolvida com o meu trabalho, mas tive uma rede de apoio que fez muita diferença”, diz a CEO.

As expectativas com a diversidade 

Os traços para a carreira da executiva continuam. Há 11 meses como CEO do Grupo Malwee, Rizzo pretende continuar contribuindo de forma estratégica para o crescimento sustentável da companhia. A CEO é uma das mulheres que está na liderança do Grupo Malwee que tem como meta alcançar 50% de mulheres em cargos de liderança em todos os níveis até 2030. Em 2022, 33% da diretoria do Grupo contava com a presença feminina.

Quando o recorte é nacional e global, Rizzo ocupa um lugar ainda muito restrito para mulheres. Segundo um estudo da Deloitte, apenas 6% de CEOs são mulheres no mundo todo. No Brasil, o número é mais otimista: a representação de mulheres em cargos de CEO aumentou de 0,8% para 2,4% em 2023.

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