Se sua equipe enfrenta preocupações sobre trabalho, vida pessoal ou uma combinação dos dois, é possível ajudar seus colegas a minimizar as respostas emocionais negativas aos desafios que enfrentam (Foto/Thinkstock)
Escola de Negócios
Publicado em 21 de maio de 2023 às 08h36.
Qual foi a última vez que conversou com sua equipe para ver como todos estão se sentindo?
Se disseram que se sentem ansiosos e estressados, eles estão em boa companhia. O estresse entre trabalhadores adultos atingiu um nível recorde.
E a liderança não está imune: Oitenta por cento dos executivos relataram problemas de saúde mental em 2020. Trinta e oito por cento disseram que começaram a tomar drogas ilícitas ou álcool para lidar com os sintomas.
Se sua equipe enfrenta preocupações sobre trabalho, vida pessoal ou uma combinação dos dois, é possível ajudar seus colegas a minimizar as respostas emocionais negativas aos desafios que enfrentam.
E isso é importante porque, quando se gerencia o estresse adequadamente, as pessoas podem se concentrar mais facilmente em seus maiores objetivos profissionais e pessoais.
No recente webinar The Insightful Leader Live, Carter Cast, professor clínico de estratégia, compartilhou ferramentas para ajudar os líderes e suas equipes a lidar melhor com o que muitas vezes parece incontrolável.
“Podemos treinar nossos cérebros para gerenciar de melhor maneira o estresse e a ansiedade”, diz Cast.
Cast revela que as tarefas secundárias, talvez mais do que as reuniões de alto risco ou os prazos apertados, estão entre as maiores causas de estresse no trabalho.
Gerentes e membros da equipe passam a maioria do dia respondendo e-mails e participando de reuniões, o que muitas vezes resulta em muito pouco tempo para outras coisas. Em vez de aumentar a desordem, reflita sobre onde você e sua equipe podem causar o maior impacto no trabalho e elimine as tarefas que não se alinham com esses objetivos mais amplos.
“Elimine o trabalho não essencial que está impedindo os funcionários de se concentrarem no trabalho essencial, e que lhes dá uma sensação de falta de paz de espírito”, diz ele.
Além de acabar com tarefas não essenciais, os gerentes também devem dar às equipes maior controle sobre como estruturam seu tempo. Isso os tira do que Cast chama de “modo de resposta”, onde os líderes se desdobram para atender às necessidades dos outros.
Ele gosta de lembrar seus colegas: “Se não priorizar sua vida, outra pessoa fará isso por você, e você pode não gostar dos resultados”. E, obviamente, o mesmo pode ser dito aos gerentes: se não ajudar sua equipe a priorizar seus horários, outra pessoa o fará no seu lugar.
Por exemplo, Cast aconselha as equipes a tentar organizar os dias em pequenos segmentos para correspondência, pensamento estratégico e reuniões. Dessa forma, as pessoas não ficam presas em um ciclo de interrupções constantes.
O ponto principal desse tipo de cronograma é ser realista.
“Divida seu dia em períodos distintos e dê uma folga entre os horários”, diz Cast. “Se você acha que a reunião vai levar uma hora, reserve 90 minutos para ela.”
E quando inevitavelmente ocorrerem mudanças de planos, estabeleça novas prioridades.
Os gerentes influenciam a cultura do trabalho de várias maneiras.
Cast diz que é importante, então, que criem um espaço onde as pessoas se sintam à vontade para expressar seus sentimentos—mais especificamente os sentimentos de estresse e frustração.
A alternativa a essa estratégia é um ambiente em que as emoções surgem e crescem descontroladamente.
Ao colocar seus próprios sentimentos em primeiro lugar, mostre às pessoas que não há problema ser vulnerável.
“Crie uma cultura em que falar sobre saúde mental não seja estigma”, diz Cast.
Se fizer terapia para sua saúde mental, e se sente desinibido para mencionar isso, não se acanhe. Às vezes um chefe ser a primeira pessoa a demonstrar vulnerabilidade pode ser o impulso que outra pessoa precisa para se expressar livremente.
Você também pode incentivar hábitos saudáveis de outras maneiras. Por exemplo, não ter a expectativa de que se dê o exemplo com semanas de trabalho excessivamente longas ou de varar a noite trabalhando.
Pessoas adultas que dormem pelo menos sete horas à noite relatam taxas mais baixas de estresse.
Na experiência da Cast, os funcionários são simplesmente incapazes de trabalhar eficientemente por mais de 55 horas por semana por muito tempo.
Para reduzir o estresse e a ansiedade, Cast também recomenda uma estratégia usada por terapeutas cognitivo-comportamentais que sugere reexaminar—e, de preferência, mudar—a forma como devemos reagir a certos pensamentos e situações.
A estratégia funciona assim:
“Talvez isso lhe permita ver as coisas de uma perspectiva diferente e fazer com que sinta um melhor senso de controle sobre como agir no futuro”, diz Cast.