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Como proteger seu futuro

O rendimento de grande parte dos fundos de previdência privada foi baixo ou negativo nos últimos 12 meses, aponta levantamento da FGV. Saiba o que fazer para evitar as perdas e garantir um futuro tranquilo

Investimento (dreamstime.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 18h46.

São Paulo - Ganhar um dinheirinho extra para a aposentadoria com o investimento em previdência privada está mais difícil. A combinação de baixo crescimento econômico com inflação e juros altos fez com que essas aplicações tivessem retorno negativo ou abaixo da inflação nos últimos 12 meses, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo.

Esse mesmo cenário permanecerá afetando os investimentos e testando os nervos do poupador da previdência privada nos próximos meses, segundo os especialistas ouvidos pela VOCÊ S/A. O relatório com as expectativas do mercado, divulgado no fim de julho pelo Banco Central, mostra que os analistas esperam crescimento de apenas 0,9% da economia neste ano e de 1,5% no ano que vem.

Mas como explicar esse quadro? De acordo com o professor Ricardo Rochman, da Escola de Economia de São Paulo da FGV, o governo não tem conseguido controlar a inflação e, para tentar contê-la, elevou os juros. “Isso beneficia a renda fixa, mas desfavorece a renda variável”, diz.

Para ter uma ideia, no primeiro semestre o Ibovespa registrou valorização de 3,22%, enquanto o IMA-B, um dos principais indicadores de renda fixa medido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), alcançou rentabilidade de 9,52% no mesmo período, puxando ainda mais para cima o retorno dos fundos de renda fixa.

Mas nem mesmo os fundos dessa categoria ficaram imunes ao cenário atual da economia. “Os fundos de previdência, em geral, apresentaram um resultado ruim. Os que têm lastro em renda variável sofreram com a instabilidade do cenário. Já os de renda fixa foram afetados negativamente pelas mudanças feitas nas carteiras, substituindo os papéis de curto pelos de longo prazo”, afirma Rogério Araújo, especialista em previdência e sócio da TGL Consultoria, de Belo Horizonte.

Isso quer dizer que o investidor precisa esperar mais tempo para perceber o retorno de seu investimento. Outro fator que afetou os fundos, segundo Rogério, foi a desvalorização dos papéis atrelados a títulos do governo. “Mesmo assim, é sempre bom lembrar que, embora estejam sujeitos a essas oscilações, os títulos públicos têm seu preço prefixado. Ou seja, no vencimento pagarão o acordado”, diz o especialista.

Para mitigar os riscos de perdas, a orientação básica é diversificar as aplicações, incluindo na cesta tanto ativos de renda fixa quanto de renda variável. “A estratégia exige disciplina e conhecimento por parte dos aplicadores”, diz Fabiano Lima, diretor técnico da SulAmérica Vida e Previdência.

As gestoras especializadas também têm competência para driblar as dificuldades apontadas acima e conseguir boas rentabilidades em prazos mais longos. Uma prova disso está no desempenho acima do IPCA de vários fundos para previdência no acumulado dos últimos 36 meses, como evidencia o levantamento da FGV.

Alguns devolveram a inflação e ainda superaram o CDI no período. Em razão disso, vale a pena olhar com atenção cada fundo de previdência — e conversar com os gestores deles para saber qual investimento é mais adequado ao seu perfil e aos seus objetivos.

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