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Capital ponte: evento discute a habilidade que é aposta das empresas no mundo híbrido

Evento da Cia de Talentos e Betha.com reuniu líderes de empresas e jovens talentos para discutir o futuro do trabalho. Nos painéis, o desafio de aumentar a conexão entre times diferentes foi um tema recorrente

Ponte Duge, na China: conceito de capital ponte se refere à habilidade de profissionais se conectarem com profissionais de áreas distantes e de diferentes habilidades (ShakyIsles/Wikimedia Commons)
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Luciana Lima

Publicado em 23 de junho de 2022 às 17h07.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 12h48.

Na manhã de ontem, 22, aconteceu em São Paulo a 5º edição do Encontro Líderes do Amanhã, evento promovido pelo Grupo Cia de Talentos e pelo Betha.com que reúne CEOs, CHROS, Trainees e Jovens Profissionais de grandes companhias para discutir as principais tendências do mundo trabalho.

Em tempos de trabalho híbrido, um dos temas que apareceu durante as apresentações foi a necessidade de os profissionais desenvolverem algo chamado capital ponte, um desdobramento do capital social, que diz respeito à capacidade de se conectar com grupos distantes e com habilidades diferentes.

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Como exemplo da importância dessa habilidade, Cintia Gonçalves, fundadora da consultoria Wiz & Watcher trouxe alguns insights de um estudo conduzido em parceria com a Cia de Talentos.

No levantamento, além de ouvir jovens de 18 a 24 anos, a equipe utilizou uma ferramenta de Big Data desenvolvida pela Wiz & Watcher que mede as mudanças da sociedade por meio do monitoramento de palavras-chaves.

Em uma das etapas do estudo foi pedido que os jovens trouxessem exemplos dos líderes desse novo tempo. Um deles foi o professor Xavier, da Série X-Men.

"Entre os argumentos dos jovens para a escolha estava o fato de que o professor Xavier tem uma habilidade de lidar com um grupo muito diverso, olhando para as suas vulnerabilidades, ao mesmo tempo que combina os talentos de cada uma das pessoas para resolver problemas. Isso tem tudo a ver com capital ponte", disse Cintia.

A especialista citou ainda um estudo que apontou que, embora o capital social, ou seja, a habilidade de fazer conexão mais profunda com seus colegas mais próximos tenha aumentado durante a pandemia, o capital ponte foi no caminho oposto e diminuiu durante o home office.

"As conexões pontes fazem com que as relações dentro das empresas sejam mais amplas e, com isso, gerem mais inovação. Então, nós temos um desafio nesse contexto atual que é como criamos confiança entre as pessoas, quebramos os silos, trabalhamos a conexão com a cultura e o propósito. O capital ponte pode ser uma das nossas repostas frente à esse desafio", disse Cintia.

Em seguida, Tey Yanagawa, Insights e Product Design da Cia de Talentos trouxe algumas provocações para a etapa de cocriação, em que os executivos e os trainees teriam que refletir sobre os desafios do mundo do trabalho hoje.

A especialista pediu que os profissionais refletissem sobre os seguintes dilemas: nossos times estão preparados para encontrar soluções aos desafios complexos? Conseguimos tomar decisões rápidas com poucas informações e tantas incertezas? Nossas estruturas modelos de trabalho estão alinhados com as expectativas das pessoas? Estamos fazendo as perguntas que importam?

Para inspirar os times, Tey também resgatou o conceito de capital ponte. "Entendemos que, para encontrar saídas para esses dilemas, será preciso expandir as fronteiras e fortalecer o nosso capital ponte. As empresas não vão encontrar respostas inovadoras olhando só para o seu território, elas terão que trabalhar em ecossistema", disse.

Navegando em meio às mudanças

Depois, veio o momento de cocriação entre os os participantes que, durante 45 minutos, refletiram sobre os desafios atuais das organizações. Cada um dos grupos escolheu um porta-voz para apresentar as principais conclusões que eles haviam chegado.

Entre os resultados que aparecerem estava a necessidade de as empresas oferecerem autonomia, sem deixar de apoiar as pessoas; equalizar metas sociais e de negócio; combater culturas de trabalho tóxicas; flexibilizar as configurações de trabalho sem precarizar as relações e, por fim, ampliar e fortalecer as conexões entre pessoas e empresas.

Para finalizar o evento, a futurista Elatia Abate refletiu sobre como a estratégia das empresas e dos profissionais precisam mudar em um mundo em constante transformação.

"Não adianta mais fincar uma bandeira de onde se quer chegar daqui a cinco anos. A realidade é que, no mundo de hoje, não sabemos onde estamos nem para onde estamos indo. A pandemia, por exemplo, nos mostrou isso. Precisamos de uma estratégia bússola, que nos ajude a navegar em espaços que desconhecemos", disse.

"Para isso, é preciso haver um mudança de mentalidade dos líderes. Nossas lideranças foram criadas em uma época industrial, que não existe mais. É preciso desenvolver algo chamado de resiliência regenerativa, em que eles sejam capazes de se livrar daquilo que não funciona mais e incorporar práticas que vão ajudar eles e seus times prosperarem frente às mudanças", completou.

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