Carreira

Após reclamações de Burnout, Goldman Sachs aumenta salários

Os analistas do banco reclamaram em março sobre a semana de trabalho de 95 horas durante a pandemia

Goldman Sachs: as condições de trabalho no banco teriam afetado negativamente a saúde física e mental dos analistas (Brendan McDermid/Reuters)

Goldman Sachs: as condições de trabalho no banco teriam afetado negativamente a saúde física e mental dos analistas (Brendan McDermid/Reuters)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 10h45.

O Goldman Sachs aumentou o salário base de seus analistas júnior após as reclamações sobre Burnout no início do ano. Agora, os funcionários no primeiro ano de empresa passam a receber 110 mil dólares por ano.

As informações são do jornal Financial Times, que destaca que o Goldman Sachs foi o último dos grandes bancos de investimento americanos a aumentar a remuneração de seus funcionários juniores.

Segundo o Glassdoor, plataforma de avaliação anônima de empresas, um analista do banco em média tem a remuneração de 75.616 dólares por ano. O maior salário anual publicado na plataforma para o cargo seria de 38 mil dólares e o maior de 159 mil dólares.

Com o aumento, os analistas passam a receber 125 mil dólares em seu segundo ano e aqueles que alcançarem um maior nível de senioridade podem ter um salário anual de 150 mil dólares.

E esses valores não incluem o bônus. No entanto, será que o aumento é o suficiente para acalmar a insatisfação que os analistas demonstraram sobre o serviço durante a pandemia?

Em março, um grupo de analistas organizou uma pesquisa com 13 colegas de trabalho e apresentou os dados sobre uma rotina dura e extenuante de trabalho. Em média, analista do banco vão dormir às 3 da manhã, têm 5 horas de sono e trabalham 95 horas por semana.

De acordo com a apresentação, as condições de trabalho teriam afetado negativamente a saúde física e mental dos profissionais.

Ao avaliar de 1 a 10 os dois aspectos de saúde antes e depois de começar o serviço no banco, os respondentes viram uma queda de 6,7 pontos na saúde física e de 6 pontos na mental.

E os analistas fizeram um pedido de ações ao Goldman Sachs. O documento não mencionava um aumento, mas pedia por limites às horas trabalhadas para permitir um equilíbrio maior entre a vida pessoal e o trabalho.

O plano de ação mencionava respeito ao máximo de 80 horas de trabalho por semana, agendar reuniões com clientes considerando uma semana de preparação e que não deveria ser esperado que eles trabalhem após às 9 horas da sexta e ao longo do sábado.

Mesmo com o aumento, é possível que os choques culturais continuem no banco. Com a reabertura dos escritórios, os funcionários foram chamados de volta ao trabalho presencial a partir do dia 14 de junho.

No entanto, não é todo mundo que compartilha da mesma visão que o presidente global da companhia, David Solomon, que chamou o trabalho remoto de “aberração”.

Segundo o portal Business Insider, analistas juniores têm adotado um modelo rotativo, com pouca cobrança de seus gestores, que também têm adotado um modelo semelhante.

"A mensagem oficial é a de que 'estamos de volta aos escritórios', mas, segundo conversas que tive... Acredito que é uma percepção geral de que o home office traz uma série de benefícios", disse um analista ao site.

Ao mesmo tempo, pessoas que não trabalham diretamente com investment banking no banco estão adotando um modelo híbrido, que inclui ir ao escritório por três dias em uma semana e, na seguinte, trabalhar totalmente de casa.

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