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Austrália tem oportunidades para brasileiros sem diploma

Profissões com demanda na Austrália para quem não tem diploma são nos setores financeiro, de tecnologia, agricultura, mineração, comércio e de saúde

Austrália: há funções que não exigem nível superior e pagam bem para estrangeiros (Thinkstock)

Camila Pati

Publicado em 1 de março de 2016 às 15h06.

São Paulo - Dados do departamento de imigração na Austrália indicam que somente no último ano fiscal australiano (de 1 julho de 2014 a 30 de junho de 2015) entraram legalmente mais de 13,5 mil brasileiros no país.

“Muitos destes brasileiros trouxeram as suas respectivas famílias e vieram para trabalhar, estudar e viver na Austrália”, diz o consultor imigratório MaCson Queiroz, diretor da M.Quality, empresa de assessoria em imigração e negócios para a Austrália.

O país, diz Queiroz, é receptivo com os estrangeiros e aproximadamente 40% da sua população nasceu fora da Austrália. Além disso, o governo estimula a imigração de profissionais e todo ano divulga uma lista com as profissões mais requisitadas com o objetivo de atrair estrangeiros interessados em viver e trabalhar no país. A última lista foi publicada em julho do ano passado e está valendo até junho deste ano.

Embora, na lista haja majoritariamente ocupações que exigem diploma superior, Queiroz afirma que a falta de formação acadêmica não é impedimento nem para imigrar e muito menos para encontrar oportunidades profissionais .

“As profissões com demanda e que não exigem diploma abrangem os setores financeiro, de tecnologia, agricultura, mineração, comércio, e também há vagas no setor de saúde. Muitos pensam que para trabalhar nesta área é preciso ter diploma. Claro que um médico, sim. Mas há posições em clínica hospitalar, por exemplo, em que não é necessário diploma superior”, diz o diretor da M. Quality.

Agricultores, recrutadores de recursos humanos, gerentes de produção, fazendeiros, gerentes de restaurantes ou de cafeterias e outros profissionais do setor de alimentação também conseguem encontrar boas oportunidades, segundo ele. “Os perfis requisitados para estas vagas são de pessoas que falem inglês e que já têm experiência prévia na área”, diz.

Algumas destas ocupações, de acordo com Queiroz, pagam tão bem quanto aqueles que exigem diploma. “Exemplos são os recrutadores de RH e operadores de máquinas na área de tecnologia e mineração que têm salário anual a partir de 90 mil dólares australianos”, diz.

Salários mais baixos são oferecidos para as funções que não têm experiência como requisito. Em geral, diz o diretor da M. Quality, a remuneração anual dos profissionais que não têm formação superior varia de 45 mil até 150 mil dólares anuais.

Processo de imigração é cheio de detalhes e pode demorar

Apesar de ter bons índices de aprovação, o processo imigratório é complexo. “As leis australianas diferem muito das do Brasil e possuem diversos pormenores”, diz Queiroz.

Tentar disputar vagas sem ter o visto de trabalho é perda de tempo. O caminho deve ser o inverso. “Este é um erro enorme que muitos inadvertidamente praticam, pois a maioria absoluta dos empregadores australianos somente oferecerão um emprego para aqueles que já tenham adquirido os direitos trabalhistas (visto) na Austrália”, diz Queiroz.

O processo de imigração tem tempo variável, dependendo do tipo de visto solicitado, a qualidade da documentação e do número de vagas ofertadas pelo departamento australiano na época da requisição.

“Geralmente, varia de 4 semanas a 18 meses. Para uma pessoa solteira, sem dependentes, em uma categoria de visto temporário, o valor do processo em termos de taxas governamentais será a partir de 1,4 mil dólares australianos”, diz o diretor da M. Quality.

Já as solicitações de visto permanente custam a partir de 6 mil dólares. Interessados em conseguir visto de trabalho para a Austrália podem fazer um teste de elegibilidade gratuito, no site da M.Quality.

Em 1º de julho, o Departamento de Imigração australiano divulgou sua lista com as 191 profissões em demanda no país. Dessa forma, profissionais estrangeiros têm a oportunidade de adquirir experiência internacional em suas áreas de formação e de viver no país com o segundo melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo.E para esclarecer algumas dúvidas referentes ao processo para vistos, mudança e seleção de profissionais, INFO conversou com o agente registrado de imigração australiana da Smart Vistos, Marcelo Mota. Veja a seguir as principais perguntas e respostas sobre o tema:
  • 2. Quais as vantagens em me candidatar para um emprego na Austrália?

    2 /8(Getty Images)

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    Para Mota, há uma série de vantagens em investir na experiência internacional de trabalho, entre elas os salários atrativos, já que os setores com alta demanda por mão de obra pagam remunerações competitivas e oferecem os mesmos benefícios e incentivos de um trabalhador comum no país.Para ter uma ideia, a Austrália ocupa o 1º lugar no ranking de maiores salários mínimos segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), com remunerações a partir de AU$ 17,29 por hora trabalhada.
  • 3. Quanto tempo dura o processo para retirar o visto australiano?

    3 /8(Getty Images)

  • Quem pretende fazer planos de mudança para o próximo ano já deve começar a encaminhar a documentação a uma agência ou entrar em contato com o departamento. "Para um visto permanente do programa Skilled Migration, todo o processo leva em média de seis a 14 meses", diz Mota.
  • 4. Quais os primeiros passos a serem tomados?

    4 /8(FutUndBeidl/ Photopin)

    Segundo o agente de imigração, além de um bom nível de inglês, o primeiro passo que um profissional deve tomar para trabalhar no país é verificar se sua profissão está na lista do Departamento de Imigração e contatar o órgão que rege seu setor.  Depois, é preciso verificar com sua instituição de ensino e o departamento todos os documentos necessários para legalização e tradução.
  • 5. Minha família pode se mudar comigo para Austrália?

    5 /8(Holgi/ Pixabay)

    A família do candidato também pode ser inclusa neste processo. Apesar de não haver subsídio para quem leva mais pessoas ao país, quem tem visto permanente na Austrália tem direito a saúde pública e seus filhos podem frequentar as escolas públicas.
  • 6. Qual o custo total para tirar o visto australiano?

    6 /8(Gadini/ Pixabay)

    Segundo Mota, o custo de todo o processo dependerá da profissão e se o candidato migrará ou não com sua família. "Haverá taxas com o Departamento de Imigração australiano, com o órgão que irá fazer a validação da qualificação, traduções juramentadas, exames médicos e os honorários de uma agente registrado de imigração australiana, caso o candidato contrate a assessoria imigratória de um agente", diz Mota a INFO.
  • 7. Preciso contratar uma agência para realizar todo o processo?

    7 /8(J Aaron Farr/ Flickr)

    De acordo com Marcelo Mota, a aplicação para o visto australiano pode ser feita pelo próprio candidato. Entretanto, quem opta por contratar os serviços de um agende de imigração deve procurar por um profissional registrado no MARA [Office of the Migration Agents Registration Authority - órgão responsável por regulamentar a profissão desses agentes]. "O agente de imigração pode representar você e membros de sua família no processo de aplicação de seu visto juntamente ao Departamento de Imigração e Proteção de Fronteiras (DIBP) australiano e outras organizações australianas relevantes no processo", afirma Mota.Consulte neste link todos os agentes registrados no Mara.
  • 8. O que posso fazer depois do período de contratação?

    8 /8(Melbourne/ Hai Linh Truong/ Flickr)

    O profissional que trabalhou por determinado tempo por meio do Skilled Migration com visto australiano pode optar por ficar no país após o término de seu contrato. Além disso, depois de 4 anos com visto válido e de pelo menos 12 meses com residência fixa (sem saída do país por mais de 90 dias), ele também pode obter a cidadania australiana.
  • Acompanhe tudo sobre:AustráliaImigraçãoPaíses ricosvagas-de-emprego

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