Réveillon em Copacabana: uso da palavra é intitulado como galicismo (.)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 11h00.
São Paulo - Quem diria, hein? O ano está chegando ao fim. É hora de comemorar as vitórias; é hora de aprender com as derrotas; é hora de desejar ao mundo um feliz ano novo e muita alegria na noite de “ano-novo”. Como? Com hífen?
Hífen é o famoso traço horizontal, usado para unir elementos de palavras compostas, gerando novo significado.
A situação linguística assim funciona: sem o uso de hífen, a expressão tem o sentido literal. Portanto, “ano novo” representa os doze meses novos; com a hifenização, “ano-novo” representa a meia-noite do dia 31 de dezembro (também chamada de “ano-bom” ou “virada do ano”).
Mais um caso: o “pé quente” é a parte do corpo em alta temperatura; o sujeito “pé-quente” é aquele sortudo que fatura o megaprêmio da loteria, exatamente na noite do ano-novo.
No entanto, em nosso dia a dia, em vez de “ano-novo”, prevalece a palavra francesa “réveillon” (proveniente de “réveiller” – acordar, despertar). Tal uso é intitulado como galicismo: adoção de palavra, expressão ou construção da língua francesa.
Com um bom champanhe, deseje felizes “anos-novos” aos seus amigos; se houver simpatia, brinde a hifenização de compostos. Pule ondas de preconceitos linguísticos e valorize a diversidade da Língua: em época de “réveillon” ou “ano-novo”, vale sim a intenção comunicativa de um mundo, oxalá, pela paz.
Um abraço, feliz ano-novo e até a próxima!