Casos de ausência no emprego no primeiro trimestre saltaram de 244 em 2023 para 2.651 neste ano, segundo estudo da B2P (Drazen_ / Getty Images/Divulgação)
Repórter
Publicado em 3 de maio de 2024 às 07h00.
Os casos de funcionários diagnosticados com dengue dispararam neste ano e está causando impactos no mercado de trabalho. É o que mostram os dados de levantamento realizado pela B2P, consultoria especializada no acompanhamento e gestão de funcionários afastados por razões médicas, da It’sSeg Company. De acordo com o estudo, foram contabilizados 244 atestados de ausência no emprego no primeiro trimestre de 2023 no Brasil ante 2.651 verificados nos três primeiros meses deste ano, representando alta de 1088%. A consultoria também constatou quatro casos de afastamento por febre hemorrágica em função da dengue nesse mesmo período e nenhuma ocorrência dessa natureza no ano passado.
A disparada nos casos de afastamento também refletiu no aumento expressivo dos dias de funcionários afastados. Segundo a B2P, no primeiro trimestre de 2023 o total de dias de ausências foram de 536 ante 7.146 nos três primeiros meses deste ano, alta de 1.233% a nível nacional. O custo total das companhias registrou um salto vertiginoso em função do elevado número de funcionários afastados, saindo de R$ 93 mil para R$ 1,3 milhão no período.
O levantamento da consultoria inclui um recorte de 266,9 mil funcionários da carteira de clientes da B2P, considerando os afastamentos por dengue e febre hemorrágica por dengue.
“É um indicador bastante alarmante e que corrobora com o que temos visto. As empresas estão enfrentando um elevado número de afastamentos em função da alta incidência de casos de dengue, além de terem de lidar com o aumento de custos”, afirma Marlene Capel, diretora da B2P que reforça que o tempo de afastamento é definido pelo médico que acompanha o paciente e pode variar entre uma e duas semanas.
As empresas, segundo Capel, têm buscado fornecer a vacina contra a dengue aos seus funcionários, no entanto, o abastecimento do imunizante no mercado privado ainda é limitado.
"Atualmente, a prioridade de atendimento dos fornecedores da vacina continua sendo o Ministério da Saúde. Nesse cenário, as principais estratégias adotadas pelas empresas têm sido o incentivo à vacinação no SUS, principalmente em municípios que expandiram os grupos prioritários para a vacinação, e ações de combate ao mosquito Aedes aegypti."