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A presença executiva não é igual para todos. Veja como criar a sua

Professora e coach executiva aponta principais fatores para construir uma carreira de sucesso

Credibilidade, tranquilidade e ego: os três pilares sobre os quais a metodologia se baseia (Carlina Teteris/Getty Images)

Credibilidade, tranquilidade e ego: os três pilares sobre os quais a metodologia se baseia (Carlina Teteris/Getty Images)

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Karina Souza

Publicado em 24 de março de 2021 às 20h52.

Última atualização em 25 de março de 2021 às 13h39.

Em seu trabalho de coach executiva, Brooke Vuckovic revela haver um tópico que é trazido à tona junto a quase todos os clientes: presença executiva. Porém, segundo Vuckovic, embora falemos com frequência sobre a vontade de ampliar nossa presença executiva, “não sabemos bem o que ela significa quando somos pressionados a defini-la”. Assim, Vuckovic, professora clínica de liderança na Kellogg, criou uma fórmula básica para a presença executiva: presença executiva = (credibilidade + tranquilidade)/ego.

Ela enfatiza que, embora esses componentes subjacentes sejam universais, uma presença executiva forte ou eficaz pode parecer diferente dependendo da pessoa, situação ou cultura. Portanto, ela incentiva as pessoas a considerarem as peças que integram esses componentes como se fossem mostradores em um painel de instrumentos. Dependendo da circunstância, é possível aumentar alguns índices e rebaixar outros.

“Não é um simples modelo, uma fórmula única para todos”, diz ela. “É uma fórmula flexível que pode ser adaptada às suas necessidades e às da sua organização e às da equipe em determinados momentos”. Durante um recente  webinar ao vivo do The Insightful Leader, Vuckovic analisou cada um dos componentes da fórmula e explicou como os líderes podem aperfeiçoar cada dimensão. Eis alguns de seus conselhos.

Credibilidade

Cada componente da presença executiva é composto por vários fatores. Com a credibilidade, uma parte é simplesmente a especialização na sua função. “Sobretudo no início da carreira, potência intelectual é essencial”, diz ela. Juntamente com a experiência, a credibilidade pode ser ampliada com preparo e por meio da demonstração de integridade. No entanto, obviamente, é necessário ser capaz de comunicar a credibilidade para as outras pessoas. Assim, quando tiver certeza de que sabe o que está fazendo, como pode trabalhar para melhor transmitir esse aspecto? Vuckovic oferece algumas dicas.

Para começar, evite se comunicar de forma monótona. (Para as pessoas com dificuldades de comunicação, ela sugere praticar a entonação lendo livros infantis em voz alta.) Tente não falar muito rápido, pois pode transmitir nervosismo ou até mesmo o desejo de “chegar logo ao ponto” com o público. Também faça o possível para evitar o uso excessivo de palavras como - “né”, “hum”, “ãhn” - que podem fazer com que o público se perca na mensagem que se está tentando transmitir. Além disso, esforce para não ficar inquieto ou gesticular muito durante as reuniões.

Por exemplo, não fique movimentando o joelho para cima e para baixo, não aperte a caneta sem parar, nem passe a mão na barba ou enrole o cabelo com o dedo o tempo todo e, de jeito nenhum fique checando o celular. “A pergunta que gosto de fazer é: ‘o que é você em relação a mais do que simplesmente os presentes na sala?'” No geral, diz Vuckovic, “a credibilidade tem o maior número de mostradores no painel de instrumentos e esses botões são os mais fáceis de girar e ajustar”.

Tranquilidade

Assim como acontece com a credibilidade, a tranquilidade também possui vários componentes fundamentais. Inclui se alimentar e dormir bem, ter suporte de outras pessoas e reservar tempo para se movimentar durante o dia. Isso ajudará a desenvolver sua capacidade de resiliência sob estresse.

Vuckovic indica algumas maneiras importantes de manter e transmitir tranquilidade. Uma delas envolve a “agilidade emocional” ou a capacidade de controlar os sentimentos, especialmente em situações difíceis. Ela ressalta a importância de ser capaz de descrever o que se está sentindo em momentos de estresse. “Como dizem os psicólogos, 'quando você dá um nome à situação, você a domina'”.

Assim, em vez de simplesmente sentir raiva, ou pior, começar a gritar ou bater na mesa, você faria um exercício mental sobre o que está sentindo no corpo. Vuckovic dá um exemplo: “'Meu coração está disparado. Sinto meu rosto ficar vermelho. Minhas mãos estão suadas. Meu estômago está revirando.' Você simplesmente começa a descrever as sensações físicas que estão ocorrendo naquele momento e seu sistema nervoso central irá desacelerar e se acalmar”

Outras maneiras de transmitir tranquilidade incluem conectar-se com as pessoas com quem você trabalha, o que pode significar prestar bastante atenção ao que ela está falando e manter contato visual, bem como autenticidade, o que sinaliza "uma sensação de autoconfiança".

Ego

Com o ego, diz Vuckovic, “o que procuramos é a verdadeira confiança e a verdadeira humildade”. Isso significa que você deve demonstrar que acredita ter algo a contribuir e que as outras pessoas também têm. Com o ego como o denominador na fórmula da presença executiva, Vuckovic afirma que não é benéfico querer ter um ego minúsculo, nem um superdimensionado, uma vez que tanto um número negativo quanto um número gigante significarão a erosão da credibilidade e da tranquilidade que lutou tanto para transmitir.

Uma dica tanto para diminuir grandes egos quanto para impulsionar os pequenos: pare de pensar demais em si mesmo. Para egos gigantes, isso introduz mais humildade em sua presença. Para egos pequenos, o conselho é um pouco menos intuitivo. Mas Vuckovic fala sobre uma pesquisa sobre minorias sub-representadas e de mulheres, que podem ter de lutar muito para encontrar seu próprio senso de valor em uma organização.

“Quando elas se preocupam menos com o que as pessoas estão pensando sobre elas e como as estão avaliando, e se concentram mais em seu próprio propósito, seus valores, suas contribuições, por que fazem o trabalho que fazem, elas normalmente se saem melhor em termos de como são avaliadas e também liberam parte do peso psicológico de considerar como as outras pessoas as estão avaliando”. Vuckovic diz que, para todos, o foco em fazer um bom trabalho é o que acabará por determinar como seus colegas, chefe ou clientes pensam a seu respeito. Nenhum nível de presença executiva pode compensar a falta de capacidade.

No entanto, diz ela, é essencial demonstrar presença executiva se as pessoas ainda não tiveram a chance de avaliá-lo(a) com base no seu trabalho. “Esses componentes de presença são especialmente importantes quando se está interagindo com uma pessoa pela primeira vez ou em nível superficial, ou apenas as vê trimestralmente em reuniões com clientes”, diz ela. Por outro lado, “as pessoas ao seu redor terão uma imagem muito mais completa e acabarão julgando-o(a) pela qualidade do seu trabalho e suas contribuições”.

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