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A justa distribuição

São Paulo - Qual o papel de uma empresa? Ela deve apenas gerar riqueza ou também distribuí-la? Essa é a típica discussão acadêmica entre os liberais da Escola de Chicago e os chamados progressistas, de outras escolas. Os primeiros defendem que a companhia deve cumprir as leis, pagar os impostos e ganhar dinheiro — com […]

Executivo segura cofrinho pequeno entre as mãos (stock.xchng)

Executivo segura cofrinho pequeno entre as mãos (stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 11h32.

São Paulo - Qual o papel de uma empresa? Ela deve apenas gerar riqueza ou também distribuí-la? Essa é a típica discussão acadêmica entre os liberais da Escola de Chicago e os chamados progressistas, de outras escolas. Os primeiros defendem que a companhia deve cumprir as leis, pagar os impostos e ganhar dinheiro — com isso, cumpre sua missão social.

Todo o resto é obrigação do Estado, das igrejas e das organizações não governamentais. Já os segundos pregam que a corporação tem uma responsabilidade maior: como molda a sociedade, tem também a incumbência de ajudar em seu equilíbrio.

Aí começa uma discussão maior, entre o salário justo e digno e os princípios de solidariedade. Para os liberais, salário justo é aquele definido pelo mercado. Os progressistas, no entanto, incluíram o conceito de “necessidade vital” e “dignidade da pessoa” para indicar que não é possível pagar ao trabalhador uma remuneração abaixo de um mínimo, cujo valor deve ser definido pelo governo.

Já o princípio de solidariedade força os em­presários a pensar na distribuição do “valor econômico adicionado”, que se baseia na seguinte lógica: se todos trabalham para que a empresa realize sua missão, devem ganhar segundo sua contribuição, tendo por base a justiça distributiva.

Isso significa dar a cada indivíduo o que é seu de acordo com sua necessidade. Por fim, todos são objeto da responsabilidade social corporativa, isto é, devem receber ajuda para seu desenvolvimento em razão de suas privações.

O problema é que justiça e solidariedade nem sempre funcionam no mundo dos negócios. Nos anos 90, Ben Cohen e Jerry Greenfield fundaram, nos Estados Unidos, a fábrica de sorvetes B&J Ice Cream. No início, estipularam que o maior salário não poderia ser mais de cinco vezes superior ao menor salário.

Em seus primeiros 20 anos, a empresa cresceu bem e manteve seus empregados engajados. Os empresários, no entanto, não tiveram o mesmo êxito com a equipe de diretores e, no início de 2000, tiveram de vender a operação à Unilever. Entre as causas da venda, foi apontada sua incapacidade de gestão.

Toda companhia deve ser um agente distribuidor de riquezas. Mas três critérios sempre precisam ser levados em conta: justiça, solidariedade e eficiência. Conseguir o equilíbrio entre os três não é fácil nem simples.

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