Carreira

7 temas que podem fazer candidatos gaguejarem na entrevista

Confira quais são as perguntas mais espinhosas nas entrevistas de emprego e que podem fazer profissionais perderem a fala, segundo duas especialistas

Falar sobre decepções, fracassos e demissões deixa candidatos constrangidos (MorgueFile/Divulgação)

Falar sobre decepções, fracassos e demissões deixa candidatos constrangidos (MorgueFile/Divulgação)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 13 de maio de 2013 às 10h30.

São Paulo - As palavras faltam, as mãos ficam geladas e algumas gotas suor dão o ar da graça. Algumas perguntas de entrevista de emprego  exercem este poder sobre alguns candidatos.

“Geralmente são perguntas que englobam pontos fracos ou em desenvolvimento”, diz Elvira Berni, diretora da People on Time. Para Emmanuele Mourão, headhunter da De Bernt Entschev Human Capital, o nervosismo fica evidente quando se trata de algo “floreado” no currículo.

Pensando nisso, Exame.com procurou especialistas em recrutamento para tentar descobrir quais são, afinal, estas perguntas que fazem os candidatos gaguejarem. Confira os temas mais espinhosos que, invariavelmente, pintam durante a entrevista de emprego:

1 Movimentação intensa de cargo

“Na hora justificar a instabilidade - quando ela existe - eles gaguejam”, diz Emmanuele. Na opinião dela, os candidatos ficam nervosos na hora de explicar por que mudaram tanto de emprego. 

“Na hora de falar sobre o que vem pela frente eles ficam mais confortáveis, mas na hora de explicar o que já existiu na carreira eles tremem, ficam constrangidos em falar que falharam na escolha da movimentação”, diz. 

No entanto, ela faz uma ressalva. “Isso acontece quando as escolhas foram feitas apenas por aspiração financeira ou imaturidade”, explica.

Dica: Procure mostrar sempre que o que aprendeu a partir da movimentação de carreira. Deixar claro o aprendizado obtido conta pontos a favor do candidato.

2 Motivo da demissão

Este é outro tema que pode ser mais “cascudo” para alguns candidatos. Problemas de relacionamento, que lideram as causas de demissões, são omitidos e o resultado pode ser uma voz mais trêmula e palavras que faltam. 

Vale um alerta. “O contratante quando quer descobrir o que aconteceu busca informações nos ex-empregadores e entra em contato com as equipes”, diz Elvira.

Dica: “Nossa recomendação é o candidato trate do assunto sob a melhor ótica possível, mas sem distorcer a realidade porque isso pode afetar a credibilidade dele perante a empresa”, diz Elvira. Mais uma vez, mostrar o aprendizado é a melhor alternativa.

O que você aprendeu ao ter o contrato encerrado? Pense nisso. “Fale sobre desligamentos com maturidade”, recomenda a diretora da People on Time.


3 Participação em um projeto

No currículo, a informação é que o candidato exerceu liderança em um projeto. Mas, na hora de explicar qual a participação efetiva, as palavras faltam. “A pessoa coloca como se o projeto tivesse disso dela, mas na realidade a participação foi de 1%”, diz Emmanuele.

Dica: sinceridade no currículo e durante a entrevista é o melhor remédio para não gaguejar.

4 Situação em que falhou na negociação

Em toda carreira, há negociações mal sucedidas. No entanto, quando o recrutador pede exemplos, muita gente acha que a melhor opção é negar, dizer que não se lembra ou que não vivenciou fracassos. E este é momento que também pode ser bastante constrangedor.
“Um profissional com 10 ou 15 anos de experiência tem, certamente, inúmeras situações de insucesso, todo mundo tem”, diz Elvira.

Dica: Prepare-se para a entrevista, relembrando situações em que a negociação falhou. Ter exemplos em mente vai deixa-lo mais tranquilo. 

5 Momentos em que não foi capaz de influenciar positivamente a equipe

Até o mais preparado dos chefes enfrenta situações em que não consegue exercer seu poder de influência sobre os funcionários. Mas para quem busca um cargo de chefia, revelar um fracasso em relação a isso pode ser bastante difícil. 

Dica: Vale a dica anterior, resgate na memória situações difíceis relacionadas à gestão de pessoas. O ideal é que a situação venha acompanhada de análise. Hoje, o que você faria de diferente?


6 Relato de passagens decepcionantes

“O candidato precisa entender que o recrutador quer ter um panorama equilibrado e isto engloba aspectos positivos e em desenvolvimento”, diz Elvira. Por isso, é bem provável que apareça alguma pergunta relacionada a dificuldades e decepções vivenciadas ao longo da trajetória profissional. 

Mas na hora de contar com lidam com as passagens menos gloriosas, há profissionais que começam a gaguejar e dizer que não se lembram. “Eles falam que deu branco, mas o bom entrevistador espera ele se lembrar”, diz a especialista.

Dica: Decepções são parte da vida de qualquer profissional. “Ninguém é super homem”, lembra Elvira. “Ele pode dizer que na época não teve uma boa reação, mas que aprendeu com isso e que fará diferente caso a situação se repita”, diz ela.

7 Idioma

Emmanuele conta que quando um candidato coloca que é fluente em inglês ou em outra língua é comum o recrutador começar a conversar no idioma. 

“Ao começar a falar na língua que ele disse que era fluente, já aconteceu de candidato começar a gaguejar pedir para voltar ao português”, lembra.

Esta situação é comum já que o idioma é o item campeão das mentiras no currículo. É o intermediário que é avançado e o avançado que é fluente.

Dica: Antes de colocar que é fluente em um idioma, pense na possibilidade de ter que demostrar seus conhecimentos ao recrutador. Se não for capaz de desenvolver uma conversa no idioma reconsidere o nível que você apresenta no currículo.

Acompanhe tudo sobre:Carreira jovemComportamentoentrevistas-de-empregoMudança de empregovagas-de-emprego

Mais de Carreira

Como usar a técnica de Myers-Briggs Type Indicator (MBTI) para melhorar o desempenho profissional

Escala 6x1, 12x36, 4x3: quais são os 10 regimes de trabalho mais comuns no Brasil

Ele trabalha remoto e ganha acima da média nacional: conheça o profissional mais cobiçado do mercado

Não é apenas em TI: falta de talentos qualificados faz salários de até R$ 96 mil ficarem sem dono