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7 segredos para gerir o estresse no trabalho (sem surtar)

Mais de 70% dos brasileiros sofrem com o estresse. Se você é parte das estatísticas, veja estratégias para impedir que esse estado mental saia do controle

Mulher irritada: sete em cada dez brasileiros sofrem com sequelas do estresse (Thinkstock/Zurijeta)

Claudia Gasparini

Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 13h00.

São Paulo - Dependendo da dose, o estresse pode ser um veneno ou um remédio.

Sim, um remédio: pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, descobriram que a medida certa desse ingrediente pode ser um estímulo poderoso para o cérebro. Se não for crônico, ele favorece o estado de alerta e diversas funções cognitivas e comportamentais .

Ainda assim, uma pesquisa da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil) divulgada em outubro de 2015, mostra que a questão continua sendo fonte de problemas - e não de soluções - para a maioria dos profissionais.

De acordo com o levantamento, que ouviu cerca de 1.000 profissionais nas regiões sul e sudeste, 72% dos brasileiros ativos no mercado de trabalho sofrem com sequelas desse estado mental. Entre males mais comuns estão dores musculares (83%), distúrbios do sono (37%), ansiedade (88%), abuso de medicamentos (58%) e excesso de peso (28%).

O estereótipo do brasileiro relaxado, alegre e festeiro não é compatível com a realidade, diz o médico Roberto Aylmer, professor da Fundação Dom Cabral. Segundo ele, a intensa carga de trabalho e as incertezas trazidas pela crise econômica são fonte de grande tensão para boa parte dos profissionais do país.

Sinal vermelho
“Estresse é a adaptação exigida de uma pessoa diante de algo novo”, explica Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR. “Não é algo que se deva combater, mas sim administrar”.

Prestar atenção à frequência e à intensidade de alguns sintomas é essencial para não atingir a queima total das suas energias: o temido “burnout”.

“Antes de chegar a um estado de esgotamento completo, é preciso prestar atenção ao ritmo de trabalho e a alguns sinais que o seu corpo e a sua cabeça começam a dar”, aconselha Ana Merzel, coordenadora do serviço de psicologia do Hospital Albert Einstein.

Sintomas comuns incluem dores de cabeça, irritabilidade, perda de qualidade do sono, falta ou excesso de apetite, variações de humor e “pensamento duplo” - lembrar-se obsessivamente do trabalho quando se está em casa, e vice-e-versa.

Veja a seguir algumas estratégias para não deixar que o estresse saia do controle, segundo os especialistas:

1. Priorizar o seu bem-estar físico
Saúde mental e física estão sempre entrelaçadas. Por isso, a primeira orientação para quem está sofrendo com o estresse é cuidar do próprio corpo. Alimentação balanceada, sono de qualidade e prática de esportes devem estar no topo das suas prioridades.

As atividade físicas, em especial, têm benefício duplo: além trazerem saúde e longevidade, também são uma ótima forma de descarregar as tensões acumuladas no trabalho. Outra dica é investir em técnicas de relaxamento, tais como exercícios de respiração abdominal, explica Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR.

2. Ganhar “musculatura” emocional
Como você interpreta as situações que vive com chefes e colegas de trabalho? De acordo com o médico Roberto Aylmer, o estresse costuma nascer de dentro para fora: é o nosso modo de enxergar os problemas que os torna aparentemente insolúveis.

“Procure mudar a sua forma de olhar para o outro, deixando de vê-lo como uma ameaça”, diz o professor da Dom Cabral. Mudar o seu posicionamento frente às irritações e preocupações do cotidiano é o primeiro passo para conquistar mais inteligência emocional e equilíbrio nas suas relações interpessoais.

3. Buscar um par de ouvidos
Lidar com o estresse não precisa ser uma tarefa solitária. Ela pode ser muito mais produtiva, aliás, se você encontrar alguém confiável com quem possa compartilhar o que sente. Ser ouvido por uma pessoa confiável - de preferência fora do trabalho - é importante para elaborar melhor as suas questões.

Segundo Ana Merzel, psicóloga do Hospital Albert Einstein, pode ser indicada a ajuda de um psicoterapeuta ou outro profissional de saúde mental. Em muitos outros casos, o que falta é uma conversa franca com o seu chefe ou com alguém do departamento de recursos humanos da sua empresa.

4. Fazer uma gestão inteligente da sua rotina
Para evitar desgastes emocionais desnecessários, é fundamental construir alianças dentro da equipe. “Se você fizer acordos com as figuras certas dentro do escritório, provavelmente vai se poupar das disputas e jogos de poder, diz Aylmer.

Lidar bem com o estresse também depende de uma boa administração do tempo - tanto do seu próprio quanto do alheio. Técnicas para ter uma agenda menos abarrotada e reuniões mais produtivas, por exemplo, são fundamentais nesse processo.

5. Ter objetivos a longo prazo
Trabalhar até as 23h todos os dias é estressante, certo? Depende do ponto de vista, diz Aylmer. Se essa carga horária se justifica pelas suas metas de carreira, não necessariamente você sentirá o desgaste.

Por isso, diz o professor da Dom Cabral, um dos melhores antídotos contra o estresse é a visão de longo prazo. “Se você não trabalha simplesmente para pagar as contas, mas sim movido por um projeto de futuro, você vai viver de uma forma mais leve”, afirma ele.

6. Encontrar gratificação fora do trabalho
De acordo com a pesquisa da ISMA-BR, uma das fontes de insatisfação mais mencionadas pelos profissionais brasileiros é a falta de reconhecimento por parte de seus superiores.

Uma forma de evitar esse tipo de frustração é buscar recompensas emocionais fora do escritório, seja por meio de hobbies - desde que eles não se transformem em uma segunda fonte de renda -, seja com trabalhos voluntários.

7. Mudar o que não funciona
Em certas situações, o único meio de não se esgotar completamente é o afastamento. “Se você trabalha com algo que suga as suas energias ou não tem nada a ver com você, é melhor partir para outra”, diz Merzel.

Nem sempre a mudança precisará ser radical, completa Rossi. Às vezes, simplesmente trocar de emprego, departamento, cargo ou até de chefe pode eliminar antigas preocupações e angústias. “Os menores ajustes já podem trazer um imenso salto para sua saúde e qualidade de vida”, diz ela.

São Paulo - Cinema é muito mais do que entretenimento: um filme pode servir como alavanca para você questionar suas crenças, conhecer novos pontos de vista e ganhar clareza sobre diversos temas da vida. Lições sobre carreira podem estar escondidas nos títulos mais inusitados - até naqueles que aparentemente parecem não ter nada a ver com o mundo do trabalho. Nesta galeria, você verá uma seleção de 8 filmes que trazem valiosos ensinamentos sobre carreira, do clássico drama "Forrest Gump" ao surpreendente documentário "O sushi dos sonhos de Jiro". Todos estão disponíveis na Netflix . Navegue pelas imagens a seguir e confira a lista. As obras são comentadas pelo antropólogo empresarial Marco Oliveira, pelo consultor Pedro Grawunder, pela professora Ana Cristina Limongi-França, da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e pela pesquisadora Fernanda Lemos, da mesma instituição.
  • 2. "Gênio indomável"

    2 /10(Divulgação/Facebook/Good Will Hunting)

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    Com diversas passagens pela polícia, o rebelde Will (Matt Damon) trabalha como zelador numa universidade em Boston. Tudo muda quando, por acaso, ele é descoberto como um gênio da matemática por um professor do renomado MIT (Massachusetts Institute of Technology). O que acrescenta à carreira? A discussão gira em torno do papel da inteligência emocional para o sucesso. “O filme mostra que essa competência é mais aprendida do que inata, isto é, pessoas nascidas e criadas em famílias problemáticas têm mais probabilidade de apresentar baixa inteligência emocional”, explica Oliveira. “Também se explora a dificuldade de lidar com um gênio ou indivíduo superdotado, cujo modo de pensar e interagir pode fugir completamente do convencional”. “Good Will Hunting”
    Diretor:
    Gus Van Sant
    Ano de lançamento:
    1997
  • 3. "Forrest Gump"

    3 /10(Facebook/Forrest Gump/Divulgação)

  • Forrest Gump (Tom Hanks) é um rapaz com coração puro - e um QI muito abaixo da média. Sonhando com seu amor de infância, Jenny, ele acaba se envolvendo por acaso em momentos essenciais da história dos Estados Unidos, como a Guerra do Vietnã e o escândalo de Watergate. O que acrescenta à carreira? De acordo com o consultor Pedro Grawunder, o filme é interessante por mostrar uma história de sucesso que não tem nada a ver com inteligência ou ambição. Forrest consegue se tornar uma estrela milionária graças à sua lealdade aos amigos, à perseverança em situações duras e sua capacidade de ser grato pelo que tem. Não que isso signifique que você deva abandonar as suas ambições profissionais: o que Forrest ensina é o valor de conhecer as emoções das pessoas ao seu redor, e atender às necessidades mais humanas de chefes, clientes e colegas. “Ser humilde e se sacrificar pelos outros pode tornar você muito mais influente do que o uso da inteligência pura”, diz Pedro. “Forrest Gump”
    Diretor:
    Robert Zemeckis
    Ano de lançamento:
    1994
  • 4. “O sushi dos sonhos de Jiro”

    4 /10(Divulgação/Facebook/Jiro Dreams of Sushi)

    O documentário retrata a vida de Jiro Ono, proprietário de um renomado restaurante em Tóquio, no Japão. Ele nunca tirou férias, detesta folgas e não tem qualquer distração. Aos 85 anos, ele conserva a obsessão que o levou à fama: a busca pelo sushi perfeito. O que acrescenta à carreira? Além de ser um banquete para os olhos dos amantes da culinária japonesa, o filme aborda temas como vocação e envolvimento emocional com o trabalho. “Embora não seja o único ingrediente para o sucesso, a paixão é algo muito positivo, porque impulsiona, renova os limites”, diz Ana Cristina Limongi-França, professora da FEA-USP. No entanto, é importante cuidar para que ela não se transforme em obsessão: se for assim, você pode perder o senso de realidade e comprometer seriamente as suas relações com colegas, chefes e familiares. “Jiro dreams of sushi”
    Diretor:
    David Gelb
    Ano de lançamento:
    2011
  • 5. "Sociedade dos poetas mortos"

    5 /10(Reprodução)

    Na década de 1950, a rotina do tradicional colégio Welton Academy é afetada pela chegada de um novo - e pouco ortodoxo - professor de literatura, John Keating (Robin Williams). O principal objetivo de John é ensinar seus alunos a pensar por si próprios e usufruir ao máximo da vida. O que acrescenta à carreira? Se você quer mudar algo na sua empresa, prepare-se: a tarefa não será fácil. “É tão difícil confrontar o establishment e a cultura reinante, que o mais provável é que as coisas permaneçam como estão”, diz o consultor Marco Oliveira. De acordo com ele, além dessa dura dose de realismo, o filme também traz uma defesa do aprendizado ativo e participativo. A melhor forma de adquirir uma nova competência é por meio da discussão e da reflexão - e não decorando ou repetindo teses e teorias, por melhores que elas sejam. “Dead Poets Society”
    Diretor:
    Peter Weir
    Ano de lançamento:
    1989
  • 6. "Wall Street: Poder e cobiça"

    6 /10(Divulgação/Facebook/WallStreetMovie)

    De olho na possibilidade de ascensão profissional, Bud (Charlie Sheen) desenvolve uma relação cada vez mais próxima com seu inescrupuloso chefe Gekko (Michael Douglas).

    O que acrescenta à carreira? O filme mostra sem rodeios a falta de escrúpulos de muitos agentes do mercado financeiro, interessados exclusivamente em seus próprios bolsos. “É o tratamento do dinheiro como riqueza a ser acumulada, e não como capital a ser posto a serviço do bem da sociedade”, explica Oliveira. O retrato dos efeitos da ganância desenfreada merece a atenção não apenas de quem trabalha no mercado financeiro, mas também de qualquer profissional disposto a pensar sobre a relação entre dinheiro e felicidade.

    "Wall Street"
    Diretor: Oliver Stone
    Ano de lançamento:
    1987
  • 7. "Sem limites"

    7 /10(Divulgação/Facebook/Limitless)

    Eddie (Bradley Cooper) é um escritor frustrado com sérias dificuldades financeiras. Tudo muda quando ele descobre uma pílula misteriosa que lhe permite usar 100% das suas capacidades mentais. O que acrescenta à carreira? Se você se sente seduzido pela ideia de tomar um remédio que fará o seu cérebro milhares de vezes mais poderoso, cuidado: a inteligência superior pode ser extremamente perigosa se não vier acompanhada de valores e princípios positivos. Segundo Oliveira, o filme também ensina que um indivíduo muito inteligente e bem intencionado que fracasse nos seus objetivos pode causar um mal muito maior do que uma pessoa estúpida e mal intencionada que consiga fazer exatamente o que pretendia. “Limitless”
    Diretor:
    Neil Burger
    Ano de lançamento:
    2011
  • 8. "À procura da felicidade"

    8 /10(Divulgação)

    Nos anos 1980, o vendedor Chris Gardner (Will Smith) enfrenta terríveis dificuldades financeiras. Abandonado por sua mulher, luta diariamente para proporcionar uma vida melhor a seu filho de 5 anos. O que acrescenta à carreira? O filme põe em evidência as pessoas que se esforçam para vencer na vida mesmo quando estão em clara desvantagem na pirâmide social. “Sugere-se que quem não medir esforços para ‘chegar lá’ efetivamente ‘chegará lá’, o que é uma tese muito discutível”, diz Oliveira. Ao assistir o filme, a dica é ter um olhar crítico sobre o típico discurso de autoajuda implícito na história. “Fica a impressão de que o sucesso depende exclusivamente do esforço do indivíduo", afirma o consultor. "Na verdade, para cada Chris Gardner que tem sucesso, vinte outros Chris Gardners irão fracassar rotundamente”. “The pursuit of happyness”
    Diretor:
    Gabriele Muccino
    Ano de lançamento:
    2006
  • 9. "Amor sem escalas"

    9 /10(Reprodução/Facebook/UpInTheAirMovie)

    Ryan (George Clooney) viaja constantemente para executar uma função ingrata: dar a notícia da demissão a funcionários dos seus clientes. Um encontro inesperado, porém, fará com que ele repense seu estilo de vida. O que acrescenta à carreira? Trabalhar fora do Brasil e construir uma trajetória internacional é o sonho de muita gente. Porém, a vida entre um aeroporto e outro pode trazer angústias inesperadas. Para evitar arrependimentos, diz Fernanda Lemos, pesquisadora da FEA-USP, é importante não negligenciar a busca pelos vínculos afetivos e pela identidade pessoal. "Ao ganhar espaços e expandir as suas fronteiras na carreira, não se pode esquecer o próprio eu", diz a pesquisadora. "Up in the air"
    Diretor:
    Jason Reitman
    Ano de lançamento: 2009
  • 10. Quer mais diversão que alimenta o cérebro?

    10 /10(Thinkstock/8213erika)

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