Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h31.
Os especialistas não se cansam de repetir: o setor financeiro, o de logística, o de tecnologia da informação, a indústria metal-mecânica e a de turismo, entre outras áreas, estão demandando muitos profissionais em Curitiba e na região metropolitana. De acordo com a coordenação do Sistema Nacional de Emprego no Paraná (Sine-PR), nos primeiros quatro meses deste ano, a indústria de transformação (produtos alimentícios, vestuário, calçados etc.) foi a que mais buscou gente no mercado. Em seguida vieram os serviços, principalmente as áreas de ensino, médico-odontológica e veterinária. Um levantamento da coordenação estadual do Sine mostra que num prazo de seis anos (de 1994 a 2000) o número de empregos formais no Paraná cresceu 13,3%, quando no Brasil essa taxa foi de 8,8%. Só na região metropolitana de Curitiba, onde ficaram concentrados os grandes investimentos no setor automotivo, que atualmente enfrenta dificuldades, o crescimento foi de 7,1%.
Foi por essas e outras que o publicitário Edson Shinohara, de 42 anos, que nasceu em Londrina e passou grande parte da vida em São Paulo, optou por ficar em Curitiba mesmo depois de ter saído da Philip Morris. Shinohara abriu uma consultoria em comunicação e marketing em janeiro deste ano e já conta com meia dúzia de clientes. A própria Philip Morris que o empregava transformou sua unidade de tabaco em Curitiba na maior base do grupo Kraft Foods no mundo, depois dos Estados Unidos, o que gerou cerca de 2 000 empregos, com possibilidade de chegar a 3 500 até o fim do ano.
Posições de gerência e direção ainda são restritas na capital paranaense porque exigem maior qualificação profissional -- mesmo assim, estão longe da escassez. Gino Oyamada, vice-presidente da Asap, empresa de recrutamento de executivos, diz que, em um ano, a unidade de Curitiba respondeu por 10% das posições conquistadas pela empresa, que também tem escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro.
As perspectivas para o curto e para o médio prazo apontam que as áreas de energia e de gás natural vão se movimentar. Até o começo de 2003, a Companhia Paranaense de Gás (Compagás), por exemplo, pretende fazer contratações. As áreas de informática industrial, de legislação e comércio internacional, de responsabilidade social, de educação corporativa e de agribusiness também são grandes promessas. "As oportunidades tendem a aumentar porque aqui há qualidade de vida, desenvolvimento e inovação tecnológica", afirma Norman de Paula Arruda Filho, do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae), ligado à Fundação Getulio Vargas no Paraná.