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5 verdades inconvenientes sobre os rankings universitários

Eles são isentos e comparáveis? E o quanto eles tratam mesmo da qualidade de ensino das instituições?

Ranking: resultados variam muito de uma lista a outra (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 15h00.

São Paulo - Como os rankings universitários são realmente calculados ou medidos? Estudantes – e, às vezes, empregadores – muitas vezes depositam muita confiança no que estas listas significam, tomando grandes decisões de vida com base nestas medições supostamente imparciais da relevância das instituições.

O problema é que esta interpretação é, no mínimo, incompleta. Não que os rankings estejam necessariamente errados, mas eles podem ser enganadores se o estudante não considerar outros aspectos importantes.

Um post recente, em inglês sobre o assunto se aprofunda um pouco na forma muitas vezes enganosa em que os rankings são formulados e, mais que isso, ou utilizados. Confira abaixo cinco verdades inconvenientes sobre eles, mas que são importantes para mantermos em mente quando analisamos criticamente as instituições:

1 Universidades são empresas

Para começar, as instituições de ensino – tanto públicas quanto privadas – são essencialmente negócios educacionais. Isto não desvaloriza a educação que eles oferecem ou o seu valor social. Porém, este fato torna a aparição em rankings mais desejável do que deveria ser.

Em outras palavras, competição e status significam muito para as universidades , pois, em qualquer mercado, quando há um valor associado a um produto, ele se torna uma commodity e as suas ações sobem. Assim, uma alta posição nos rankings implica maior número de inscritos e maior taxa de matrícula, levando, no fim das contas, a mais dinheiro (tanto em pagamentos indiretos de estudantes na forma de anuidades quanto de diferentes fontes de financiamento).

De forma semelhante, a maneira como os rankings funcionam podem levar a universidade a basear suas próprias estratégias, recrutamento e marketing para resultados que não necessariamente são os mais valiosos para os estudantes.

2 É uma estratégia de marketing

É interesse da universidade “jogar para os dois lados”. Ou seja, ficar “acima da verdade”, promovendo-se como provedores imparciais de conhecimento e reflexão, e ao mesmo tempo mostrando-se competitivas de acordo com os rankings. Não que estas duas coisas se contradigam necessariamente – uma universidade pode, naturalmente, ser influente e bem ranqueada, e desejar atrair atenção de estudantes, mesmo sem perseguir ativamente uma posição nestes rankings. Mas nem sempre é assim – por isso, é importante verificar o trabalho do marketing das instituições, e investigar mais a fundo os fatores dos rankings que posicionam as universidades em suas colocações.

3 Não sabemos o que de fato os rankings avaliam

Os rankings não necessariamente medem o que o público geral acredita que eles meçam. E há indicativos de que empregadores – e com certeza estudantes e o público em geral – consideram prestígio e “grandes nomes” mais importante que qualidades objetivas. Pode ser simples acreditar nos rankings – largamente influenciados por percepção e reputação – e não analisar o real valor da educação que o estudante efetivamente receberá.

4 Confie desconfiando

A maior parte dos dados em que se baseiam os rankings são fornecidos pela própria universidade. E quase nunca há checagem ou auditoria.

5 Diferentes rankings não são comparáveis

Listas diferentes resultam em posições extremamente diversas para as mesmas instituições. Como é possível que a London School of Economics esteja em nono lugar no The Sunday Times, 23ª no Times Higher Education e 327º no US News & World Report? De onde estas pontuações tão diferentes vêm? Da mesma forma, já que até mesmo os critérios variam de ano para ano, não há nenhuma maneira 100% efetiva de comparar os resultados através do tempo.

Na ausência de um controle de qualidade isento, a decisão do estudante deve ser tomada olhando a um espectro mais amplo de critérios e fazendo um bocado de pesquisa de campo. Como se trata de uma decisão pessoal para cada candidato, a posição em um ranking pode ser olhada lado a lado com critérios que são mais importantes para ele: custo, perspectiva de carreira , taxas de conclusão de curso… No fim das contas, estes fatores pesam muito mais na experiência do universitário do que apenas um número (incerto) em listas anuais.

Este artigo foi orginalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar e é uma adaptação do Blog Sqore. O original (em inglês) pode ser acessado aqui.

Veja também

São Paulo — A USP (Universidade de São Paulo) é a melhor instituição de ensino superior da América Latina, segundo a mais nova edição do ranking anual de universidades da consultoria QS (Quacquarelli Symonds).  Recentemente, a instituição paulista já tinha aparecido em 1º lugar na lista das universidades mais prestigiadas da região em 2016, segundo a revista britânica Times Higher Education. Além da USP, há outras três brasileiras no "top 10" da QS: Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e UnB (Universidade de Brasília).  A metodologia do levantamento inclui 7 indicadores de qualidade: reputação acadêmica, reputação entre empregadores, proporção professor/aluno, citações por artigo científico, quantidade de docentes com doutorado e presença online da instituição. Navegue pelas imagens para ver as 10 universidades mais bem classificadas.
  • 2. 1. Universidade de São Paulo (USP)

    2 /12(Francisco Emolo/Jornal da USP)

  • InstituiçãoUniversidade de São Paulo
    PaísBrasil
    Nota geral100
    Nota da reputação acadêmica100
    Nota da reputação entre empregadores100
  • 3. 2. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

    3 /12(Wikimedia Commons)

    InstituiçãoUniversidade Estadual de Campinas
    PaísBrasil
    Nota geral99.5
    Nota da reputação acadêmica100
    Nota da reputação entre empregadores99.7
  • 4. 3. Pontifícia Universidade Católica do Chile

    4 /12(Wikimedia Commons/ Sfs90)

    InstituiçãoPontifícia Universidade Católica do Chile
    PaísChile
    Nota geral99.4
    Nota da reputação acadêmica100
    Nota da reputação entre empregadores100
  • 5. 4. Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM)

    5 /12(Wikimedia Commons/Scanudas)

    InstituiçãoUniversidade Nacional Autônoma do México
    PaísMéxico
    Nota geral96.5
    Nota da reputação acadêmica100
    Nota da reputação entre empregadores100
  • 6. 5. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

    6 /12(Wikimedia Commons)

    InstituiçãoUniversidade Federal do Rio de Janeiro
    PaísBrasil
    Nota geral95.4
    Nota da reputação acadêmica99.9
    Nota da reputação entre empregadores80.5
  • 7. 6. Universidade do Chile

    7 /12(Divulgação/Facebook/Universidad de Chile)

    InstituiçãoUniversidade do Chile
    PaísChile
    Nota geral94.6
    Nota da reputação acadêmica100
    Nota da reputação entre empregadores100
  • 8. 7. Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey

    8 /12(Divulgação/Facebook/Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Monterrey)

    InstituiçãoInstituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey
    PaísMéxico
    Nota geral93.7
    Nota da reputação acadêmica97.1
    Nota da reputação entre empregadores100
  • 9. 8. Universidade dos Andes

    9 /12(Wikimedia Commons/Leandro Neumann Ciuffo)

    InstituiçãoUniversidade dos Andes
    PaísColômbia
    Nota geral93.3
    Nota da reputação acadêmica99.9
    Nota da reputação entre empregadores99.9
  • 10. 9. Universidade de Brasília (UnB)

    10 /12(UnB Agência)

    InstituiçãoUniversidade de Brasília
    PaísBrasil
    Nota geral88.7
    Nota da reputação acadêmica92.6
    Nota da reputação entre empregadores80.4
  • 11. 10. Universidade Nacional da Colômbia

    11 /12(Wikimedia Commons/ Rubashkyn)

    InstituiçãoUniversidade Nacional da Colômbia
    PaísColômbia
    Nota geral88.5
    Nota da reputação acadêmica100
    Nota da reputação entre empregadores100
  • 12. Veja agora 8 excelentes universidades que têm bolsas para brasileiros

    12 /12(Wikimedia Commons/Tr1plefilter)

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