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Luísa Granato
Publicado em 22 de abril de 2020 às 07h00.
Última atualização em 22 de abril de 2020 às 07h00.
Durante uma crise, quais são as habilidades que podem destacar um profissional na busca por emprego? Para especialista da Bettha, consultoria de desenvolvimento de carreira, existem cinco competências que serão destaque para os recrutadores no momento.
Segundo Milie Haji, gerente executiva da Bettha, a inteligência emocional dos profissionais será o maior diferencial dentro do mercado.
“Acho que ela é primeira que se destaca. Conseguir equilibrar as emoções nesse momento é essencial. Se formos classificar, a inteligência emocional é o oxigênio. Sem ela, não conseguimos olhar para o que está ao nosso redor”, comenta a gerente.
Durante um processo de seleção, Haji recomenda atrelar suas habilidades a experiências de carreira, mesmo que sejam atividades extracurriculares na faculdade. A forma como o profissional lida com novos projetos, responsabilidades simultâneas e escolhas de vida conta muito sobre suas competências socioemocionais.
“Para demonstrar isso, é preciso que a pessoa se conheça bem. O autoconhecimento é importante e entra no campo da inteligência emocional também”, fala ela.
A Bettha é parceira da Cia. de Talentos para a realização da “Maior live de Carreira do Mundo”, que acontece nesta quarta-feira, 22, e na quinta-feira, 23.
O evento começa a ser transmitido ao vivo pelo YouTube às 10h e conta com executivos de empresas como Magazine Luiza, Unilever, PwC, Cargill, Itaú, Suzano, McKinsey, Linkedln e Embraer.
Durante os dois dias de palestras e debates, especialistas darão dicas para conquistar oportunidades na carreira, além de explorar temas de desenvolvimento profissional, como as habilidades mencionadas a seguir.
Confira as cinco competências para aumentar sua empregabilidade:
“A inteligência emocional reflete a capacidade de gerenciar emoções, o que impacta na forma como lidamos com desafios. Segundo pesquisas realizadas pelo Dr. Travis Bradberry, co-autor do best-seller Emotional Intelligence 2.0, a habilidade corresponde a aproximadamente 58% da nossa performance profissional. Essa habilidade incorpora autoconhecimento, autogestão, motivação, empatia e habilidades sociais.
Um exemplo prático tem sido a habilidade de 'equilibrar os pratos' ou ter 'braços de polvo' que uma grande parte dos pais e mães têm enfrentado. Muitos tiveram suas rotinas transformadas radicalmente diante da pandemia do COVID-19 e estão ainda mais sobrecarregados. Agora, além do desafio de equilibrar a atenção aos filhos com o trabalho, seja no escritório ou em casa, muitos estão envolvidos em processos de educação em casa dos seus filhos”, conta a gerente.
“Resiliência é a capacidade do indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, resistir à pressão das mais adversas situações e superar os obstáculos. Ela é muito valiosa já que demonstra nossa habilidade em buscar a melhor forma de resolver estrategicamente um problema, tomar uma decisão e inclusive administrar nossos impulsos e emoções”, fala ela.
“Estamos vivendo cenários em que saber priorizar pode nos diferenciar como profissionais e impactar não só na entrega do nosso trabalho, como pode ajudar a empresa a dar foco para futuros ou atuais projetos e negócios da organização. Precisamos saber separar o urgente do importante. Não podemos deixar que o desespero bata e não conseguir determinar o que é essencial para cada momento”, explica.
“A habilidade é uma das principais para que todo time possa estar em sintonia, seguir trabalhando de forma alinhada e com os colaboradores se sentindo participantes das decisões. Muitas vezes a estratégia pode estar muito bem definida, mas se não for uma comunicação assertiva pode gerar perda de produtividade, falta de engajamento e desmotivação. Principalmente para o momento que vivemos, estarmos com sentimento de equipe, visão do todo e ambiente colaborativo faz muita diferença”.
“Por último, e não menos importante, temos a habilidade que vai nos levar a outro patamar. É o olhar que precisamos ter a todo momento. A criatividade caminha ao lado de todas as outras habilidades já que é possível aprender muito com a quarentena, com esse novo cenário, mas precisamos estar abertos para isso. Todos nós nascemos criativos e de alguma forma vamos desaprendendo. Um dos motivos é a própria falta de estímulo. Precisamos aprender e reaprender a todo instante. É preciso pensar diferente, dar valor a ideias e a nossa imaginação”.