São Paulo - Você conhece a importância do networking - ainda mais num mercado de trabalho abalado pela crise econômica - e já tentou colocá-lo em prática diversas vezes.
No entanto, até agora, os resultados têm sido praticamente nulos para a sua carreira. O que está acontecendo?
Uma primeira explicação para o fracasso das suas tentativas pode estar num equívoco conceitual: você pensa que está fazendo networking, mas não está.
Cuidar da sua rede de contatos não é trocar cartões, bajular colegas e chefes ou participar eventualmente de um happy hour, diz Frederico Vani, diretor de recrutamento da consultoria STATO.
Do que se trata então? “Fazer networking é criar, gerir e preservar relações profissionais de tal forma que todas as partes envolvidas saiam ganhando”, define o especialista.
Na prática, isso significa se posicionar como uma espécie de intermediário do mercado : alguém que faz a ponte entre quem tem uma demanda e quem pode atendê-la.
“Às vezes você indica algum conhecido seu para resolver o problema, às vezes é você mesmo quem faz isso", completa Marcelo Derossi, cofundador do Clube do Networking.
No fim, o seu objetivo é ser a pessoa a quem todos recorrem quando precisam de uma solução.
O conceito de networking está claro para você e, mesmo assim, os seus esforços têm sido em vão? Confira a seguir outras 4 possíveis explicações para o problema:
1. Você está sendo impessoal demais
Como outros povos latinos, o brasileiro valoriza muito as relações interpessoais - inclusive quando se trata de trabalho. Por isso, é importante ir além dos assuntos profissionais num café ou almoço com um novo conhecido, por exemplo.
“Aja com naturalidade, faça perguntas, quebre o gelo com alguns comentários informais sobre assuntos diversos”, explica Vani. "A criação de um vínculo pessoal é o que fará o contato evoluir".
Contudo, diz Derossi, a informalidade não pode tornar o seu discurso vago ou impreciso: na hora certa, você precisa ser objetivo e claro quanto ao que deseja em termos profissionais.
3. Você está sendo derrotado pela preguiça
Outra possível explicação para o fracasso do seu networking pode estar na quantidade de energia que você está dedicando a ele.
Segundo Derossi, muitas pessoas só investem ocasionalmente em seus contatos - sobretudo quando precisam de algo -, e acabam perdendo o timing da relação. Para render frutos, o esforço precisa ser contínuo.
No entanto, há uma diferença importante entre persistência e insistência. “Você precisa ser obstinado até certo ponto, mas deve ter sensibilidade suficiente para não se transformar num chato”, afirma o especialista.
3. Você está passando muito tempo na internet
A tecnologia é uma aliada na gestão de contatos profissionais: redes sociais, e-mails e aplicativos de mensagens podem e devem ser usados para alcançar os seus pares.
O problema está em se entregar à conveniência da comunicação online, e marcar cada vez menos encontros presenciais.
“A internet deve ser usada como apoio para preservar contatos, mas nunca para criá-los do zero”, diz Vani. Até quando você já conhece alguém há anos, é necessário marcar reuniões cara a cara de vez em quando para reafirmar o vínculo.
4. Você está mirando os alvos errados
Você pode não estar cometendo nenhum dos erros acima, mas não será bem-sucedido se tiver uma visão míope sobre quem pode - ou não - ajudá-lo.
Isso porque você pode estar superestimando o poder de influência de um determinado conhecido, diz Derossi.
“Ter um amigo numa determinada empresa não necessariamente vai abrir as portas para você conseguir um emprego ou apresentar um projeto para a diretoria", explica. “O seu contato pode ter menos poder internamente do que você imagina”.
São Paulo - A
internet está em tudo, mas a maioria das pessoas ainda está aprendendo a usá-la. Pelo menos quando o assunto é a gestão de sua
reputação profissional na rede. Na opinião de Marcelo Olivieri, diretor da consultoria de recrutamento Talenses, o processo de adaptação a ferramentas de chat online e
redes sociais como LinkedIn, WhatsApp e Facebook ainda está em curso. "Ainda falta maturidade para usar as mídias digitais de forma equilibrada e consciente", afirma ele. "A má postura na internet leva muitos profissionais a se prejudicarem em processos seletivos e no dia a dia de trabalho". Com a ajuda de especialistas, reunimos 7 gafes frequentemente cometidas por profissionais na rede. Navegue pelos slides para vê-los.
2. Ser pouco profissional no LinkedIn 2 /8(Tim Boyle/Bloomberg)
Confundir vida pessoal e profissional é um erro grave no LinkedIn. O problema ficou em evidência recentemente, quando um advogado inglês enviou uma cantada a uma colega pela rede social - e recebeu uma resposta à altura,
que viralizou na internet. Mas as gafes no site podem ser muito mais sutis. "Já vimos um candidato ser eliminado de um processo por causa de uma foto no LinkedIn com um copo de uísque na mão", conta Marcelo Olivieri, diretor da consultoria Talenses. Além de imagens de perfil de gosto duvidoso, publicações que não dizem respeito à sua área ou um
perfil mal construído também podem prejudicar sua reputação.
3. Usar o WhatsApp sem parcimônia 3 /8(Brent Lewin/Bloomberg)
O WhatsApp já tem 900 milhões de usuários únicos e não para de crescer. Mas a facilidade de comunicação proporcionada pelo aplicativo pode levar a certos excessos. Segundo Ricardo Rocha, gerente executivo da consultoria Michael Page, a ferramenta ainda tem um caráter muito informal e pressupõe uma certa familiaridade entre os correspondentes. "É bom pensar bem antes de mandar uma mensagem, porque o seu destinatário pode não gostar desse tipo de contato", diz ele. A comunicação por WhatsApp também não pode ser feita a qualquer hora. "Muitos profissionais usam o aplicativo de forma invasiva, ainda mais porque é possível saber quando o outro visualizou a mensagem", diz Olivieri, da Talenses.
4. Esquecer que o Facebook pode ser público 4 /8(Reprodução)
Cada um tem liberdade para usar o Facebook da forma como preferir, mas é preciso lembrar que a sua página pode ser visível para recrutadores, colegas e chefes. Segundo Olivieri, não é apenas o LinkedIn que está no radar do mercado. "Muitas empresas dão uma olhada em perfis mais pessoais do candidato, como o Facebook, e podem desistir se encontrarem alguma imagem ou status comprometedor", afirma. Para evitar problemas, a dica é ajustar as configurações de privacidade para que nem todos os conteúdos do seu perfil sejam públicos.
5. Falar demais 5 /8(Thinkstock)
Você fala mal do seu chefe com seus colegas usando o e-mail do trabalho? É bom lembrar que a maioria das empresas tem acesso às mensagens trocadas por seus funcionários em sistemas corporativos, diz Olivieri. Também é importante tomar cuidado com "vazamentos" acidentais. Na hora de escrever um e-mail, é crucial revisar a lista de destinatários antes de enviar a mensagem, além de tomar cuidado para não confundir os botões "Responder" e "Responder a todos". Pode parecer bobagem, afirma o diretor da Talenses, mas muitos estragos podem ser causados por um clique distraído.
6. Abusar de serviços de chat online 6 /8(Divulgação)
Serviços de bate papo instantâneo como o Google Hangouts também têm uma inifinidade de usos inadequados para o mundo do trabalho. Para Ricardo Rocha, gerente da Michael Page, o problema é que essas ferramentas transmitem uma ideia de disponibilidade eterna. "Não pega bem ficar interrompendo os outros o tempo todo com assuntos paralelos", afirma o especialista. "É melhor que seja usado com economia e parcimônia, estritamente para fins profissionais".
7. Resumir suas comunicações à internet 7 /8(Thinkstock/Ingram Publishing)
Por pressa ou inibição, muita gente substitui o olho no olho por conversas virtuais. Na opinião de Olivieri, da Talenses, esse hábito pode gerar ruídos e
grandes mal-entendidos no cotidiano. Isso porque e-mails e mensagens de celular são desprovidas de um ingrediente fundamental para a comunicação: o tom. "Se você precisa falar algo importante para o seu chefe, vá até a mesa dele", recomenda o diretor da consultoria. "Ele não pode ver o seu e-mail, ou interpretá-lo mal".
8. Veja agora 10 regras de etiqueta que todo profissional deveria seguir 8 /8(Thinkstock/anyaberkut)