Oops: professor cita erros comuns em português (scyther5/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 15h00.
Última atualização em 31 de janeiro de 2018 às 08h46.
No processo de construção textual, deve-se atentar às expressões responsáveis pela ligação. Com bom uso dos conectivos, o texto terá fluidez e lógica na transmissão das ideias.
Nem sempre basta a ligação por meio de "que". É preciso observar a exigência de preposição por parte do verbo. Vejamos este caso:
"Era caótica a situação que chegávamos na Política."
Apesar da ligação promovida pelo pronome relativo "que", o verbo chegar - no sentido de atingir o termo do movimento de ida ou vinda - exige a preposição "a". Seguem enunciados adequados ao padrão:
"Chegar ao Congresso."
"Chegar à sala de imprensa"
"Chegávamos a uma situação caótica."
Diante disso, não se pode omitir a preposição, caso o verbo exija-a. Vejamos o primeiro exemplo, agora em acordo:
"Era caótica a situação A que CHEGÁVAMOS na Política."
Apesar de possuir registro na fala, no popular, não se encontra o registro formal dessa locução. Convêm expressões como "por causa de", "por motivo de", "devido a", "porque", "uma vez que", por exemplo.
"Porque estava passando mal, a ministra calou-se."
Na maioria dos casos, a expressão gerundial "sendo que" não tem nenhum valor circunstancial. No lugar dela, podem ser utilizados: conjunção, sinal de pontuação ou pronome relativo.
Veja este caso:
"Gosto muito deste professor, sendo que aquele é melhor."
Não há, nesse exemplo, ideia alguma de causalidade, de motivo; o que existe é ideia adversativa:
"Gosto muito deste professor, mas aquele é melhor."
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Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa - CPJUR
Autor Gramatical pela Editora Saraiva