12 filmes que todo estudante de economia precisa ver
De documentários a curta-metragens, conheça 12 filmes essenciais para a formação de um estudante de economia
Claudia Gasparini
Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h56.
São Paulo - Filmes são uma fonte inesgotável de inspiração, cultura e entretenimento - inclusive para quem quer aprender mais sobre economia . Na opinião do professor Wagner Leal Ariente, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), os alunos se surpreendem com a quantidade e a qualidade dos filmes sobre o assunto. Ariente ministra uma disciplina no departamento de Economia e Relações Internacionais da universidade em que a sétima arte é justamente o centro das atenções. Segundo ele, é preciso desfazer a dicotomia entre entretenimento e sala de aula. “O lazer também pode ser cultural. Alguns filmes são muito úteis para ilustrar situações e conceitos que estudamos na universidade”, afirma. Veja nas fotos e vídeos a seleção de títulos indicados pelo professor da UFSC a futuros economistas.
O documentário, baseado no livro "Freakonomics - O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta", de Steven Levitt e Stephen J. Dubner, mistura economia e cultura pop para mostrar a aplicação surpreendente de diversos temas da economia para explicar a sociedade. Por que ver? Segundo Ariente, o livro que baseou o filme é muito útil para compreender a aplicação prática de conceitos de microeconomia, tais como utilidade marginal, e elasticidade-preço da demanda. "O documentário em si é um incentivo a ler o livro e aplicar a racionalidade baseada no utilitarismo para entender aspectos do cotidiano", diz o professor. (" Freakonomics", 2010)
O documentário se baseia no livro homônimo do historiador Niall Ferguson, professor de Harvard. O tema é a ascensão do dinheiro e seu impacto para o progresso e para o desenvolvimento da sociedade até o século 21. Por que ver? O filme mostra a formação das instituições do sistema financeiro capitalista. "Fergusson conta vários fatos sobre a ascensão, a crise e a recuperação do sistema financeiro e seus personagens. É um panorama importante para o estudante entender a formação histórica dessa instituição", afirma Ariente. ("The ascent of money", 2008)
O longa conta a história de Billy Bean, um homem que consegue montar um time de beisebol bem-sucedido com a ajuda de análises matemáticas de um computador. Por que ver? "Professores de estatística e econometria, disciplinas áridas, deveriam começar o semestre acadêmico com este filme", afirma o professor Wagner. Segundo ele, a história mostra que qualquer negócio, até o beisebol, pode se beneficiar da ajuda de um economista. "Se é importante para o esporte, é importante para a vida. Os estudantes precisam desse estímulo para enfrentar a aridez da disciplina", afirma. ("Moneyball", 2011)
Na forma de dois curta-metragens, os realizadores encenam um suposto duelo de boxe entre dois gigantes do pensamento econômico do século XX: John Maynard Keynes e Friedrich V.Hayek. A paródia é cantada em rap. Por que ver? Segundo Ariente, a letra das músicas tem qualidade e expõe bem as diferenças entre os dois autores. "É um filme com linguagem contemporânea sobre o pensamento de grandes economistas", afirma. ("Keynes vs Hayek", 2010)
O filme mostra os momentos de tensão vividos ao longo de 24 horas por funcionários de uma corretora no início da crise financeira de 2008. Seu grande dilema é resolver o que fazer quando percebem que uma variação negativa no preço dos títulos pode levar a empresa à insolvência. Por que ver? Para o professor, trata-se de uma das melhores representações cinematográficas sobre os dramas da crise financeira de 2008. "Uma boa lição para os estudantes é que o mundo competitivo exige profissionais com bons argumentos em suas decisões e agilidade na execução", diz. Outra lição do fim do filme é destacada pelo professor a de que as crises são normais no capitalismo e já ocorreram várias vezes. ("Margin Call, 2011)
Para complementar o já citado "The margin call: o dia antes do fim", outro título sobre a crise financeira de 2008. Só que o ponto de vista de "Grande demais para quebrar" é o do governo dos Estados Unidos. Por que ver? O estudante tem a oportunidade de ver os "dramas" de políticas econômicas necessárias para estancar uma crise que não se acreditava que o capitalismo seria capaz de repetir." O que inicialmente o secretário do Tesouro e o presidente do Banco Central dos EUA acreditavam ser uma medida disciplinar para instituições financeiras que apostaram alto tornou-se uma crise sistêmica", diz o professor Wagner. ("Too big to fail", 2011)
O filme é baseado na vida de Margaret Thatcher (1925-2013), primeira-ministra do Reino Unido entre 1979 e 1990. Por que ver? Na opinião do professor Ariente, Thatcher foi a grande voz a decretar o fim do mundo fordista. "É um excelente filme para se ter uma discussão mais distante de rompantes ideológicos sobre o significado do neoliberalismo e uma de suas principais líderes", afirma. ("The Iron Lady", 2011)
O filme traz a biografia do economista Celso Furtado, com depoimentos de pessoas próximas e uma reflexão sobre o futuro econômico do Brasil. Por que ver? Ariente diz que o filme merece atenção por trazer a lição de que o economista brasileiro deve pensar o desenvolvimento do seu próprio país. "É uma boa introdução ao pensamento econômico brasileiro, dirigida ao jovem estudante", afirma. Ele também destaca o depoimento de Maria da Conceição Tavares no filme. "Ela reverencia Celso Furtado por ter pensado e criado o Brasil e a economia brasileira", diz o professor. ("O longo amanhecer - Uma cinebiografia de Celso Furtado", 2007)
O filme acompanha a trajetória do novo presidente de um banco de investimentos da Europa, que tenta se preservar no poder enquanto uma empresa americana se esforça para comprar o banco. Por que ver? "O diretor Costa-Gravas consegue criticar o capitalismo mostrando suas contradições, seu jogo duro, suas qualidades indissociáveis de suas perversões", diz Ariente. Outra razão para assistir ao filme, segundo o professor, é pensar sobre economia e ética, não de forma abstrata, mas em situações que o estudante pode vir a experimentar. ("Le capital", 2012)
Dividido em três episódios, o documentário destrincha a história econômica da segunda metade do século XX. Entre os temas abordados, estão a reconstrução do pós-guerra, a construção do Estado de bem estar social, as crises do capitalismo e do socialismo. Por que ver? Segundo Ariente, o filme tem o mérito de mostrar a mudança, cheia de dramas, das economias nacionais para se adequar na competição global. "Recomendo ver o documentário e, depois, ler os livros de Hobsbawn e outros historiadores sobre o século XX", diz. ("Commanding heights", 2002)
O espectador acompanha um grupo de candidatos a um emprego numa empresa, que devem passar por uma avaliação conjunta para serem admitidos. Por que ver? Segundo Ariente, o filme vale pela discussão sobre competitividade. "O filme mostra a renúncia de valores para se ir um pouco mais longe. É um convite a pensar sobre economia e ética", afirma o professor. ("El método", 2005)
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