Bússola

Um conteúdo Bússola

Vale a pena investir no mercado de energia solar?

O setor já é responsável por 16,1% do potencial elétrico gerado pelo país. Saiba por que devemos ficar de olho nele

Só em 2023, segundo dados da Absolar, 36 GW da capacidade elétrica produzida veio da energia solar (Jacobs Stock Photography Ltd/Getty Images)

Só em 2023, segundo dados da Absolar, 36 GW da capacidade elétrica produzida veio da energia solar (Jacobs Stock Photography Ltd/Getty Images)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2024 às 15h47.

Tudo sobreEnergia solar
Saiba mais

Na presidência do G20 e com data marcada para sediar a COP30, o Brasil está no centro das discussões que envolvem a transição energética

E não é à toa. Em 2023, 93,1% de toda a energia elétrica do país foi produzida por fontes renováveis, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Não falamos apenas das hidrelétricas, que sempre contribuíram com aproximadamente 60% da capacidade elétrica do país. A energia solar é responsável por mais de 15% da energia produzida, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Esse mercado emergente chama a atenção pelo potencial brasileiro para o seu desenvolvimento. 

Pensando em tirar dúvidas para os interessados no negócio, convidamos Ricardo Barros, Country Manager da Lightsource bp, empresa de energia solar que atua no desenvolvimento, financiamento e gestão de aproximadamente 5,9FW em projetos no seu portfólio. 

Vantagens nos preços, ROI e sustentabilidade

Como você avalia o crescimento das fontes renováveis no Brasil? 

Ricardo Barros: Acreditamos que o Brasil é um mercado-chave para atingir os objetivos de geração em energias renováveis. A Absolar apontou que, nos 50 primeiros dias do ano, o Brasil adicionou pouco mais de 2GW de potência instalada só por meio da energia solar. 

A energia solar é um recurso local confiável e com preços competitivos que não se equiparam ao aumento do preço da energia devido à restrição da geração hidrelétrica durante as secas. Por isso, gera independência energética para o Brasil.

Como empresa, enxergamos que o investimento em energia solar continuará valendo a pena pela grande economia nas faturas de energia, que praticamente pagam o investimento em pouco tempo.

Também é importante destacar a necessidade da energia solar para contribuir na transição para uma matriz energética de baixa emissão de carbono.

Energia solar já tem o potencial de quase três Itaipus

Como você avalia a contribuição da energia solar para o desenvolvimento do mercado de renováveis? 

Ricardo Barros: A energia solar é a segunda maior fonte de energia no Brasil. Ela é muito competitiva e o país possui uma capacidade de produção bastante significativa por causa de sua proximidade com a linha do Equador, seu clima favorável e grandes faixas de território. Desde os leilões de 2015, o país vem investindo para ampliar a fatia da energia fotovoltaica na matriz energética. 

Só em 2023, segundo dados da Absolar, 36 GW da capacidade elétrica produzida veio da energia solar. Isto representa 16,1%. Por esses pontos, a solar só tem a acrescentar para o fortalecimento do setor de renováveis.

Os desafios não superam as vantagens

Embora a energia solar seja bastante positiva para o setor, há desafios como altos custos de implementação, necessidade de investimentos, volatilidade do mercado e incertezas políticas. Como a Lightsource bp avalia esse cenário?

Ricardo Barros: Os custos de investimento e operacionais no Brasil são bastante competitivos e permitem um capital otimizado. Aproveitamos essa ‘vantagem’ para seguir com o nosso modelo de solução energética através da autoprodução. 

Desta forma, tornamos essa demanda cada vez mais atrativa por conta da sua previsibilidade orçamentária com contrato de longo prazo com preço pré-determinado, sua capacidade de customizar os atributos de energia, o cumprimento de metas de sustentabilidade e redução das emissões de gases de efeito estufa.

Abertura do mercado livre de energia

No início deste ano, vimos uma grande movimentação no setor por conta da abertura do mercado livre de energia. Qual análise que a Lightsource bp faz com esta nova estrutura no mercado?

Ricardo Barros: A abertura do mercado livre foi um marco importante para desenvolver ainda mais o setor e, consequentemente, as energias renováveis

O mercado agora passa por uma modernização e vemos a importância da liberalização para os clientes de baixa tensão e também na questão da autoprodução, que é assegurada neste novo modelo. 

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

 

Acompanhe tudo sobre:Energia solarSustentabilidade

Mais de Bússola

Enel avança plano para dobrar efetivo e abre mais 500 vagas para eletricistas

Energia nuclear renovável? Empresa russa aposta em reprocessamento do combustível

Opinião: o Estado no papel de indutor de inovação nas Parcerias Público-Privadas de Educação

Bússola Cultural: Natal no Mundo do Circo, nas Fábricas de Cultura, no Museu de Arte Sacra e mais