70% dos profissionais acham que home office é o “novo normal”, aponta levantamento da Korn Ferry (Jay Yuno/Getty Images)
Bússola
Publicado em 4 de janeiro de 2022 às 17h20.
Última atualização em 7 de janeiro de 2022 às 10h54.
Por Pierre Rodriguez*
Com o avanço da vacinação e mais de 60% de toda população brasileira com as duas doses ou a dose única aplicadas, é natural que gestores e funcionários pensem e já iniciem o retorno aos escritórios. Algumas empresas já fizeram essa transição, enquanto outras se preparam para a volta neste ano. Fato é que será necessário entender as especificidades de cada organização e olhar atentamente para os aprendizados que a pandemia trouxe sobre os variados modelos de trabalho. Será preciso que cada liderança pense nos aspectos ligados à saúde coletiva, o bem-estar do funcionário e a produtividade da sua equipe.
O confinamento trouxe adaptações históricas ao mercado de trabalho mundial e, sem dúvida, nada será como antes. As tecnologias evoluíram e as relações mudaram — é possível afirmar que para melhor. Cada pessoa passou a ter mais tempo para cuidar de diversos pontos que antes eram impensáveis. Seja para ver o crescimento de um filho mais de perto, conseguir frequentar a academia perto de casa, e cuidar da saúde que há tempos estava de lado. Neste sentido, um bom líder terá que saber que, se seus pensamentos ficarem presos aos velhos costumes, sua empresa muito provavelmente ficará para trás e outras vão surgir com ideias mais modernas, usando os novos recursos a favor delas.
Nunca se falou tanto em saúde mental no mercado de trabalho. E as novas propostas de adequações no âmbito profissional virão daqueles profissionais que já estão voltando e dando esse valioso feedback às empresas. Retornar abruptamente à velha rotina, sem considerar a opinião dos funcionários, junto à necessidade da empresa, não parece ser o melhor caminho a seguir. Um levantamento feito pela consultoria global Korn Ferry apontou que 70% dos profissionais acham que home office é, sim, o tal do “novo normal” e que a volta completa aos escritórios vai ser difícil. Achar o equilíbrio para essa tão esperada retomada será um dos maiores desafios dos gestores e do RH no primeiro momento pós-pandemia. Alguns pontos importantes que devem ser levados em consideração neste momento são:
- Preparação da mente para essa volta, a fim de evitar rupturas com as rotinas, pessoas e pets de uma hora para outra. Criar hábitos que desconectem aos poucos dos vínculos que ficaram pode ser uma boa saída.
- Programar os dias e manter uma agenda que considere a vida profissional com a pessoal é muito importante nessa hora. Voltar à rotina de se socializar com a equipe e as pessoas que os cercam no trabalho pode ser uma fórmula para o equilíbrio depois de tanto tempo em casa.
- Até mesmo antes da volta ao presencial, é sempre importante levar as dores e até mesmo sugestões para o setor de RH da sua empresa. Essa atitude servirá como um importante termômetro para saber como a companhia pode melhorar em todos os aspectos nessa volta. Não há por que hesitar em usar esse canal.
- Muita tecnologia. Ela foi essencial para que funcionários e empresas continuassem a todo vapor durante o isolamento social e continuará sendo ferramenta crucial para manter as equipes conectadas, principalmente porque o trabalho híbrido se mostrou um caminho sem volta.
Nos últimos 18 meses, a sociedade aprendeu a valorizar coisas que antes pareciam muito simples e descobriu que há prazeres muito além do sucesso profissional. É muito importante que nessa volta haja uma equalização da vida pessoal e do trabalho, já que a pandemia fez com que empresas e pessoas passassem a valorizar este balanço. Se cada lição aprendida for levada em consideração, assim como os prós e contras de trabalhar do escritório ou de casa, com certeza esse momento de retomada não será de frustração, mas sim de readequação para todos.
*Pierre Rodriguez é vice-presidente da Poly nas Américas
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