Segunda etapa da CPI pode ser mais complicada para o governo. (Jefferson Rudy/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2021 às 19h35.
Por Márcio de Freitas*
Depois de passar um mês para criar a narrativa que tenta responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro pela mortes de milhares de brasileiros por covid-19, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia busca agora uma segunda etapa ainda mais complicada.
Se antes havia farto material postado nas redes sociais, com falas do próprio presidente, ministros e auxiliares para alimentar a tese dos senadores de oposição, a partir de agora é preciso conseguir provas e elementos que demonstrem outros tipos de desvio. Principalmente no campo da corrupção, onde claramente pretendem chegar. Se conseguirão, é outra questão que não cabem em teses, mas que se firmam somente se existirem provas.
É por isso que os requerimentos se retroalimentam com o noticiário nessa tentativa de subir um degrau na investigação. "Reportagens de hoje dão conta de que a EMS obteve dois empréstimos do BNDES no valor total de R$ 129 milhões, dos quais R$ 104 milhões já foram desembolsados. Segundo o apurado, é provável que os recursos tenham sido destinados à produção de cloroquina e hidroxicloroquina pelo laboratório”, supõe requerimento do senador Radolfe Rodrigues (Rede-AP).
"O CEO da EMS, Carlos Sanchez, já foi recebido por Bolsonaro para reuniões no Palácio do Planalto e participou recentemente de jantar com empresários realizado em São Paulo no qual o presidente foi ovacionado. Na época, Bolsonaro divulgou em suas redes o contato que fez com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, mas não citou as empresas para qual ele atuou”, relata o oposicionista.
Randolfe pede a convocação de Sanchez mirando no peito de Bolsonaro. A hora é dos atiradores… Se de elite, só saberemos ao final da CPI.
*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação
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