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Economia prateada: robôs não são a solução neste mercado trilionário

A tecnologia vem para revolucionar o mercado, porém, não podemos esquecer do valor da mente humana

Esse mercado precisa do trabalho humano (foto/Getty Images)

Esse mercado precisa do trabalho humano (foto/Getty Images)

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Publicado em 3 de maio de 2023 às 18h00.

Última atualização em 3 de maio de 2023 às 18h08.

Por Rachel Menezes*

Muito falamos sobre as tecnologias que estão se tornando tendência no futuro.

Inteligência artificial, robótica, nanotecnologia e as mais variadas redes sociais.

Porém, algumas coisas não mudam. Por mais avançada que sejam as tecnologias, o ser humano em si continua sendo o mesmo.

Neste contexto, vemos que a economia prateada, e mais em específico, o home care para idosos, só tende a crescer.

Por mais avançada que seja a inteligência artificial, ela não substitui a empatia, o amor, o carinho, a atenção e o diálogo do ser humano. Pelo menos, por enquanto. O home care vai na contramão de todos os outros serviços que estão sendo substituídos por máquinas.

Entre os serviços de home care disponíveis, temos aqueles especializados nos cuidados aos idosos.

O termo "economia prateada" se refere à parte da economia que é relevante para as necessidades e demandas dos idosos. Nós estamos acompanhando uma maior longevidade das pessoas e o mercado deve acompanhar esta tendência. A economia prateada determina tudo aquilo que é consumido, sejam produtos, sejam serviços, para pessoas de 50+. No Brasil, o segmento movimenta mais de R$ 2 trilhões ao ano. No mundo, este mercado gira em torno de US$ 15 trilhões.

A perspectiva, da Organização Mundial da Saúde (OMS),  é de que até 2050 o Brasil tenha quase 90 milhões de idosos. Já o censo demográfico de 2022 (IBGE), informa que os idosos correspondem a 16,7% da população de brasileiros, devendo dobrar até 2060.

Outro dado que vale destacar é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), também divulgada pelo IBGE, no qual mostra que, em 2021, no Brasil, quase 10,8 milhões de domicílios continham apenas um único morador, o que representa um crescimento de 43,7% no número de pessoas que moram sozinhas no país.

Ou seja, em alguns anos, o Brasil terá mais idosos e menos jovens e paralelo a isso cresce o número de pessoas que moram sozinhas e também de casais sem filhos..

Quem cuidará desses idosos?

É aí que entram as altas expectativas para o home care.

Junto com mercados ligados a sustentabilidade, robótica, inteligência artificial, big data e entre tantos outros, serviços ligados à economia prateada visam uma popularização no futuro.

Vale lembrar que o home care é muito mais do que “dar o remédio na hora certa”, isto, um robô pode fazer.

As soft skills, ou seja, habilidades desenvolvidas que não exatamente técnicas, são mais importantes neste caso.

Um idoso necessita ser escutado. Contar histórias e relembrar os fatos do passado é algo que auxilia a memória e também acaba estimulando uma melhor qualidade de vida e bem-estar.

Desde 2018, quando, pela primeira vez na história, as pessoas com mais de 65 anos se tornaram mais numerosas do que as crianças de até 5 anos, a economia prateada vem chamando a atenção.

Devemos lembrar que o conceito abrange muito mais do que serviços de home care e é necessário que as marcas também fiquem atentas a este mercado trilionário com um perfil de consumidor tão distinto.

Enquanto muitas focam nos millennials, talvez, focar neste perfil de consumidor seja mais lucrativo.

Embora a inclusão digital seja uma realidade para o público 50+, ainda se dá muito valor ao atendimento humano e isto não mudará.

No home care isto é uma máxima. Por enquanto, ainda não há robô que substitua as virtudes humanas. Como Charles Chaplin disse uma vez:

“Mais do que máquinas precisamos de humanidade”.

Em um mundo cada vez mais tecnológico, a cada dia que se passa essa citação faz ainda mais sentido na economia prateada.

*Rachel Menezes é diretora da CIA cuidadores

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