Cultura de inovação: sua empresa tem esse DNA?
Inovar não é fácil como parece, e requer muito mais do que novas tecnologias
Roberto Bodetti
Publicado em 20 de outubro de 2022 às 13h00.
Inovar é o desejo de toda empresa que quer crescer e se destacar no mercado e isso, certamente, não é novidade para ninguém. Cada vez mais vemos companhias que se desdobram para serem inovadoras. No entanto, poucas entenderam que para percorrer nesse caminho é preciso muito mais do que apostar em novas tecnologias. É necessário implementar uma cultura de inovação.
Esta, sem dúvida, deveria ser a preocupação atual das companhias. Afinal, produtos, serviços e soluções são muito bem pensados e aceitos no mercado quando são produzidos em ambientes em que os profissionais estão sempre dispostos e cheios de ideias e iniciativas.
Isso acontece porque pessoas e empresas que estão diante de um ecossistema inovador conseguem criar e se reinventar com mais facilidade e rapidez em momentos de crise como o que estamos atravessando ou diante de qualquer situação desafiadora. Certamente, as empresas que já tinham implantado um sistema assim se saíram bem melhor diante da pandemia.
Foi o que revelou a 8ª Edição da Pesquisa “Impactos da Covid-19 nos pequenos negócios” realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
De acordo com o estudo, os empresários que desenvolveram práticas inovadoras em seus negócios tiveram mais sucesso na melhora do nível de faturamento. Enquanto os pequenos negócios inovadores registraram perda de 32% da receita, as empresas que não inovaram tiveram um percentual de perda maior (39%).
Além disso, uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey revelou que 94% dos executivos seniores concordam que as pessoas e a cultura corporativa são os motores mais importantes para atingir a inovação. Entretanto, ainda há uma dificuldade em promover essa cultura dentro das companhias.
As empresas, muitas vezes, se deparam com uma série de obstáculos, como a própria cultura já enraizada, que acaba não dando espaço para a inovação. É claro que nem sempre é fácil mexer nessa questão. Afinal, para muitos gestores a cultura que nasceu junto com a companhia não deve ser mudada.
Apesar desse pensamento ser um ponto que deve ser levado em conta, é necessário observar o quanto o mercado tem exigido mudanças em todos os âmbitos. Sendo assim, não dá para conduzir uma companhia como há 10 e nem ter o mesmo perfil de colaboradores de antes. Inovar exige uma série de transformações.
Construindo uma cultura de inovação
É necessário colocar este desafio para todos que estão dentro da empresa, já que a inovação não necessariamente precisa de um grupo específico para acontecer. Ela pode vir desde estagiários, profissionais recém-chegados na companhia até parceiros. Além disso, a gestão tem que ter certeza do caminho que escolheu seguir, ter uma estratégia bem definida e objetivos claros que fiquem evidentes para todos os envolvidos.
O ponto chave para que a cultura de inovação aconteça está no estímulo dado a todos os setores da empresa. Este é um ponto essencial para que os envolvidos na mesma dor tenham um olhar de ponta a ponta, compartilhem ideias e visões sobre o mesmo problema. Por isso, as lideranças precisam incentivar suas equipes a inovar e dar espaços e ambientes apropriados e estimulantes para que explorem o seu potencial.
Estes são fatores primordiais para que uma empresa consiga seguir no caminho da inovação. É claro que não é algo que muda da noite para o dia, mas para que aconteça é preciso tirar a ideia da cabeça e colocá-la em prática. Além disso, os gestores precisam de uma dose de paciência, já que tudo que é novo causa estranhamento e resistência dos envolvidos.
Mas, sem dúvidas, este é um caminho que vale muito a pena tanto para a empresa que proporciona um ambiente de troca e aprendizado, como também para os profissionais que, além de terem a sua função podem ser protagonistas de várias soluções, além de se sentirem respeitados e acolhidos dentro de todo o processo.
*Rodrigo Comegno é head de Produtos na Paschoalotto
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