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Como as deep techs podem alavancar o desenvolvimento socioeconômico do Brasil?

O termo categoriza startups que trabalham com  pesquisa e desenvolvimento científico. Entenda no artigo de Paulo Mendonça

AlphaFolding: tecnologia de inteligência artificial consegue simular dobra de proteínas com precisão (DeepMind/YouTube/Reprodução)
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Publicado em 13 de setembro de 2024 às 15h00.

Por Paulo Mendonça*

O mercado de deep techs, startups de base científica, está aquecido no mundo. De acordo com um relatório recente do Boston Consulting Group, há uma estimativa de que os investimentos nessas startups podem chegar até US$200 bilhões até 2025.

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No Brasil não é diferente. Somos um país de mais de 215 milhões de habitantes, com dimensões continentais e um grande potencial para transformar diversos setores da economia por meio de soluções tecnológicas que não só resolvem problemas complexos, como desempenham um papel fundamental no desenvolvimento econômico, social e sustentável.

Além disso, as deep techs também dão origem a novas oportunidades de negócios. No setor do agro, a biotecnologia, por exemplo, pode aumentar a produtividade e manter a qualidade dos alimentos frente às adversidades e condições ambientais.

Já a Inteligência Artificial nesse caso atua na parte gerencial, otimizando recursos e reduzindo desperdícios, com mais eficiência e eficácia. Não à toa, de acordo com dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o Brasil é uma potência mundial agrícola que exporta 91 milhões de toneladas de alimentos anualmente, além das tecnologias de pesquisa.

Os desafios para o incentivo às deep techs

O desenvolvimento de novas tecnologias necessita de um investimento maior em força de trabalho altamente qualificada, a começar pela educação por meio da formação de profissionais nas universidades e a geração de empregos bem remunerados, atraindo grandes talentos dentro do país.

Um outro desafio é socioeconômico, que vai desde as desigualdades sociais ao meio ambiente. Mais recentemente temos visto que as mudanças climáticas como as enchentes que aconteceram no Rio Grande do Sul (RS) afetam dezenas de famílias tanto no econômico quanto no social.

As deep techs têm um potencial em oferecer soluções para esse e outros problemas, como por exemplo, as tecnologias de energia renovável, sistemas de drenagem de águas para ajudar a mitigar os efeitos das mudanças do clima e evitar tragédias. Essas startups também enfrentam dificuldades no acesso a financiamentos, dada a natureza do negócio que exige investimentos mais robustos e a longo prazo.

É também preciso haver menos burocracia e uma regulamentação para ajudar no crescimento dessas empresas, que são importantes para a economia do país. Nesse cenário, é fundamental que governos, empresas privadas, aceleradoras de startups e organizações sem fins lucrativos acreditem nos projetos e atuem em conjunto para impulsionar as deep techs.

Apesar de tantos desafios, há diversas oportunidades no Brasil para as deep techs, porque temos tecnologias e produtos que são exportados para muitos países, além de sermos referência em setores como o agronegócio. De fato, ainda temos muito o que evoluir em investimentos na formação de mão de obra altamente qualificada, além da redução de burocracias para que as startups possam crescer cada vez mais em prol de um mundo melhor.

*Paulo Mendonça é Gerente de Relacionamento e Parcerias da Wylinka, organização sem fins lucrativos que transforma o conhecimento científico em soluções e negócios.

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