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Bia Félix: a geração Z se importa com a reputação dela?

A reputação da geração Z a precede. Mas será que eles realmente se importam com isso?

Com a popularização da internet, também aumentou a facilidade de comparação (Husam Cakaloglu/Getty Images)
Bia Félix

Influenciadora e Colunista Bússola

Publicado em 1 de agosto de 2024 às 10h00.

A geração que popularizou os termos “quiet quitting” e “lazy girl job” ganhou a fama de ser difícil de trabalhar e preguiçosa. No entanto, será que ageração Zrealmente se importa com esses estereótipos ?

A influência da internet

Um dos principais fatores que contribuem para essa percepção é o surgimento de novas profissões relacionadas à internet, como a de criador de conteúdo. Atualmente, 65% da geração Z se considera criador de conteúdo, uma profissão que antes não existia. Para muitos, é difícil entender que ganhar dinheiro com isso é possível e que, na verdade, é um trabalho legítimo como qualquer outro.

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Com a popularização da internet, também aumentou a facilidade de comparação. Enquanto alguns jovens de vinte e poucos anos acumulam milhões, outros ainda enfrentam dificuldades para sair da casa dos pais. Esse cenário alimenta uma sensação de pressa e a necessidade de ascensão rápida — por exemplo, a expectativa de se tornar CEO na empresa onde se é estagiário. Além disso, há uma percepção de alguns integrantes da geração Z de que dominar a tecnologia torna-os superiores às gerações anteriores, o que às vezes se traduz em arrogância. Mas como sempre digo, não dá para generalizar.

Preferencias da geração Z no trabalho

A geração Z valoriza a autonomia no trabalho, que muitas vezes é confundida com a preferência por trabalho remoto. Na verdade, essa autonomia vai além do local de trabalho; é sobre a flexibilidade de como e quando as tarefas são realizadas. Para nós, o que importa é a entrega: se o trabalho estiver bem feito e dentro do prazo, pouco importa se foi realizado às 9h, de madrugada, de casa ou do prédio mais sofisticado da Faria Lima.

Outro aspecto relevante é que a geração Z busca propósito e satisfação em áreas além do trabalho, algo que muitas gerações anteriores nem imaginavam. Isso pode dar a impressão de que o trabalho não é uma prioridade para nós. No entanto, no contexto brasileiro, o salário continua sendo o principal motivo para trocar de emprego. A geração Z, sem garantias de estabilidade, como comprar uma casa ou um carro, prioriza salários mais altos e tende a mudar de emprego com frequência, fenômeno conhecido como "job hopping" (saltar de emprego, traduzido para o português).

Enquanto a geração Z não muda o mercado de trabalho, ela própria se muda. Muda de emprego para um  com maior um equilíbrio maior entre trabalho e vida pessoal, além de um salário justo. Pouco importa do que estão sendo chamados. Essa é uma geração que tem trazido à tona a inclusão de temas outrora tabus, como a desigualdade social e o bem-estar financeiro, em um diálogo que deve ser comum entre todas as gerações. Então, se as empresas não se adaptam a essas mudanças, perdem a oportunidade de se conectar com essa geração e de aproveitar a troca intergeracional.

É crucial entender como a geração Z pensa e o que ela deseja em um ambiente de trabalho. Prestar atenção às características dessa geração pode servir não só para um relacionamento melhor com esse público, mas com todos aqueles que sempre aspiraram flexibilidade, autonomia e inovação no mundo dos negócios, só nunca tiveram a coragem necessária para externalizar tais desejos.

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