Beatriz Leite: Verde e feminino, construindo um novo futuro
Quase não tem mulheres dentre os líderes com o poder e a caneta
Bússola
Publicado em 17 de novembro de 2022 às 19h00.
Última atualização em 18 de novembro de 2022 às 13h51.
Segundo dia da COP27, a grande conferência internacional para discussão e acordos para redução do aquecimento global que está acontecendo agora em novembro no Egito. Um fotógrafo registra um momento com 33 líderes mundiais presentes. Dentre os chefes de estados e ministros na foto, só tries mulheres. Isso mesmo, a discussão, literalmente, do futuro do mundo, quase não tem mulheres dentre os líderes com o poder e a caneta.
Mulheres têm um papel importante na construção do futuro. Elas podem ser as próximas Greta Thunberg ou Angela Merkel. Elas são as mães criando os líderes do futuro. E são também as empreendedoras donas dos negócios que alimentam uma parcela da sociedade (ao menos no Brasil).
Já citei em artigos anteriores que mulheres investem a renda do seu negócio nos filhos e que elas costumam contratar outras mulheres, gerando um círculo virtuoso. Mais do que isso, elas também estão criando negócios e startups inovadoras, que protegem o meio ambiente e desenvolvem as comunidades.
E não precisamos ir até o Egito para conhecê-las, estão bem aqui do lado. Um exemplo é Lindalva, fundadora e CEO da BionFit, startup acelerada pela RME. A iniciativa produz biscoitos à base de castanha, estimulando que comunidades locais coletem a castanha e não cortem a palmeira para extrair o palmito. O negócio gera renda e preserva o meio ambiente.
E não para por aí: outros empreendimentos, criados e liderados por mulheres, acelerados pela Rede Mulher Empreendedora, vão desde formação de profissionais para atuação com mudanças climáticas, como a Youth Climate Leaders (YCL); até produtos sustentáveis, a exemplo da Bioenvolve embalagens; e aqueles que atuam unindo reciclagem com a base da pirâmide, tais como a cooperativa de catadores Laboratório Fantasma.
Dizem que “the future is female” (ou “o futuro é feminino”). Não há dúvidas de que ele pode e deve ser verde e feminino, basta envolvermos e impulsionarmos elas também.
* Beatriz Leite é gestora de projetos, formada em gestão ambiental pela USP e pós-graduada em gestão de projetos pelo Senac. Atua há quase dez anos em negócios e organizações sociais, nas áreas de longevidade, desenvolvimento local, cultura e empoderamento feminino
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