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Andrea Fernandes: uma mulher que me inspira todos os dias

Coluna elege managing director da Diageo Brasil, Paraguai e Uruguai como uma das mulheres mais inspiradoras e exemplo de liderança mais humana

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 (Bússola/Divulgação)

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Bússola

Publicado em 3 de março de 2022 às, 13h00.

Última atualização em 3 de março de 2022 às, 13h08.

Por Andrea Fernandes*

Já estamos em março, mês do Dia Internacional da Mulher. Celebrado em mais de 100 países, o 8 de março foi instituído em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU). E nessa data tão importante para reforçar nossa agenda de igualdade de direitos (ainda inexistentes em diversas esferas), quero prestar um tributo a tantas mulheres que nos trouxeram até o estágio atual.

A força delas é que nos permitiu votar, estudar, estar no mercado de trabalho.

É verdade que ainda temos um longo caminho até a completa equidade de gênero — basta lembrar que no Brasil, segundo estudo feito pela consultoria Bain & Company em parceria com o LinkedIn, apenas 3% das CEOs das 250 maiores empresas são mulheres.

Mas temos de reconhecer que estamos avançando. E um bom exemplo é a Paula Lindenberg.

Managing director da Diageo para o Brasil, Uruguai e Paraguai, Paulinha é uma das mulheres incríveis com quem tive e tenho a sorte de conviver em minha trajetória profissional e na minha vida.

Nos conhecemos em 2001, posso dizer que somos amigas de muitos Carnavais, trabalhamos juntas na Ambev, onde a Paula assumiu diversas posições importantes, inclusive no exterior — ela também tem passagens pela Unilever, Philip Morris e Johnson & Johnson. Mesmo em empresas distintas, seguimos conversando sobre tudo: maternidade, carreira, liderança e, especialmente, sobre ser mulher no mundo corporativo.

E é por isso que fiz questão de convidar a Paula para a coluna desta semana. Porque é uma mulher, uma profissional, uma mãe, e, acima de tudo, uma amiga que me inspira sempre. E tenho certeza de que ela vai te inspirar também.

Com a palavra, Paula Lindenberg:

Construindo um sonho

“Sempre gostei de artes, criatividade, de gente e de entender pessoas e o diferente. Foi aí que decidi estudar administração e logo fui trabalhar com marketing. E meu grande sonho era liderar a área de marketing de uma empresa. Mas, ao longo dos anos na minha vida profissional, tive dúvidas se ia chegar lá, se ia conseguir concretizar meu sonho. E esse sentimento vinha do fato de que me faltavam exemplos — e aí não só da falta de mulheres em cargos de liderança, mas também do fato de que, muitas vezes, eu não me identificava com o padrão de liderança que havia. Era um padrão em que a pessoa parecia perfeita, muito forte. Não havia espaço para o que não fosse profissional ou para a vulnerabilidade. Mas, ao mesmo tempo que sentia essa falta, tive mentores e uma rede de apoio que foram me indicando caminhos, me mostrando onde podia melhorar para chegar lá”.

Ocupando espaços

“O ambiente corporativo ainda é predominante masculino, mas tem muita coisa mudando. Antes, as pessoas simplesmente assumiam que as mulheres não queriam oportunidades em lugares distantes ou considerados difíceis. Mas dar a oportunidade para que as pessoas decidam é fundamental. Foi o que aconteceu comigo. Acho que muita gente se surpreendeu quando aceitei o desafio de me mudar para o Equador e construir a área de marketing da empresa lá. E foi talvez a decisão profissional mais acertada que tomei. Foi quando mais aprendi e senti que estava dando o melhor de mim. Estava trabalhando em um lugar que acreditava que as pessoas podem aprender, tinha autonomia e podia ser eu mesma”.

Por lideranças mais humanas 

“As empresas estão tendo que se adequar a uma sociedade que hoje pede mais vulnerabilidade, uma sociedade que pede líderes mais humanos. E isso é muito bom, porque a gente vê que não precisa ser perfeito para chegar lá. Senti isso muito fortemente quando decidi sair da empresa na qual estava havia mais de 20 anos e voltar ao Brasil [Paula estava em UK trabalhando como CEO da operação da AB Inbev para o Reino Unido, Espanha, Irlanda e Ilhas Canárias]. Tomei essa decisão por causa das minhas filhas, Luíza e Estela. Queria dar a elas a chance de terem raízes, amizades, e não ficarem mudando de lugar o tempo todo — acho que elas estavam precisando disso. E quando contei para as pessoas que eu estava fazendo essa transição de carreira, percebi que as pessoas receberam isso de um jeito bacana, e se identificaram. Dá para ter carreira combinando com família. Acho que é importante as pessoas saberem que existe esse espaço. E acho que é assim que, cada vez mais, a gente vai se conectar com uma geração mais nova, que é uma geração mais aberta a diferentes possibilidades. Demonstrar fragilidade, vulnerabilidade e que você é mais humano, acho que conecta de um jeito importante”.

Rede de apoio feminina

Be brave, not perfect! ['Seja valente, não perfeita']. Ouvi isso em um TED Talk da Reshma Saujani, fundadora da Girls Who Code. Nós, mulheres, temos muito isso. Queremos fazer tudo de forma perfeita e geralmente achamos que não estamos prontas para um novo desafio. Os homens se arriscam mais e isso é bom. Acho que temos que aprender com eles a termos mais segurança no nosso valor. Ser mulher é uma delícia! A rede de apoio, amor e segurança que existe entre mulheres é algo lindo de se ver. Sou uma privilegiada por ser mulher e por ter tantas mulheres incríveis na minha vida”.

*Andrea Fernandes é CEO do T.Group

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