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A Era da IA: novas ameaças precisam de novas armas

Ataques cibernéticos com o uso de IA estão crescendo no mundo todo, novas soluções para defesa também

Entramos agora oficialmente na era da inteligência artificia (Andriy Onufriyenko/Getty Images)
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Publicado em 20 de junho de 2023 às 17h32.

Por Paulo Kimura*

Há menos de um mês, participei de um evento em São Francisco, na Califórnia, destinado a debater as tendências globais em segurança cibernética - ocasião em que pude adquirir novos conhecimentos, reciclar velhos conceitos e, acima de tudo, entender como o mercado de segurança da informação responde às novas e crescentes ameaças digitais.

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Em um local tão fértil para trocas de experiências, profissionais de segurança digital do mundo todo semearam ideias e projetos que têm o potencial para fortalecer as organizações e impulsionar carreiras.

Neste contexto, no discurso de abertura da RSA Conference que definiria as expectativas e tendências a serem abordadas pelos congressistas, o chairman do evento, Hugh Thompson, ressaltou o óbvio: estamos, definitivamente, na Era da Inteligência Artificial.

Em um ambiente de rápida evolução, tanto das soluções como das ameaças à segurança da informação,a inteligência artificial está cada vez mais presente nas estratégias para execução de golpes e fraudes, tornando-as mais escaláveis e eficazes.

Apesar da necessária atenção às novas ameaças provocadas pela explosão de casos que envolvem o uso de inteligência artificial, é importante também não perdermos o foco no uso benéfico que essa nova fronteira tecnológica nos proporciona.

Nessa perspectiva mais positiva, o conceito de “ Secure by Design ”, tão usado na engenharia de software, deve ser aplicado às ferramentas de inteligência artificial , que podem ser projetadas em suas fases mais embrionárias para serem fundamentalmente seguras e implantadas com responsabilidade.

Necessidades identificadas, o mercado de segurança da informação vem agora em um movimento de aglutinação de ferramentas em uma única solução, investindo pesado na automatização, no reconhecimento das superfícies de ataque e aumento de abrangência de proteção, incluindo tecnologias complementares que permitem ao administrador do ambiente muito mais visibilidade e, consequentemente, maior capacidade para se antecipar às ameaças e responder aos incidentes.

Durante o evento, percebi que essa lógica no desenvolvimento de soluções fundamentalmente seguras vem se tornando ainda mais essencial para a crescente comunidade cyber.

O tema de Segurança da Informação já extrapolou os tradicionais mercados de Finanças, Telecomunicações ou as Big Techs e já integra a base de estratégias em setores como Saúde, Indústrias, Energia, Governamental e Infraestrutura, que também vem reconhecendo a necessidade de investimentos relevantes para a adequada proteção de reputações e operações.

O que foi visto no RSA Conference é reflexo do que se deve fazer em todo mundo: debater, analisar e colocar em prática uma governança em segurança realista, mas potente. Colocar ferramentas democráticas, mas efetivas - para que qualquer um possa garantir a própria segurança ou a de sua empresa. E nisso, o Brasil tem ponto extra. Estamos com os olhos bem abertos e os ouvidos muito atentos.

Sim, uma das coisas que mais me impressionou foi a legião de brasileiros que vi participando do evento esse ano. Milhares de nós, se assim posso dizer, marcaram presença em São Francisco, um fator marcante se considerarmos a distância, o câmbio e a agenda dos profissionais. Sem dúvida um indicador de como a preocupação com a cibersegurança está crescendo em todo o globo.

*Paulo Kimura é Diretor de Segurança da Informação e Governança de TI em Take Blip

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