79% dos bares e restaurantes buscaram crédito na pandemia, revela estudo
Pesquisa realizada com 875 estabelecimentos comerciais mostra que apenas 50% dos negócios que tentaram empréstimos no período da crise conseguiram
Bússola
Publicado em 29 de setembro de 2021 às 16h28.
De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, quase quatro em cada cinco bares e restaurantes tiveram que captar recursos durante a crise. O estudo foi realizado com 875 estabelecimentos comerciais de todo o Brasil, no mês de junho, e revela que, em sua maioria, quem procurou empréstimo optou por bancos privados (43,7%). Outras categorias foram cooperativas de crédito (16,6%) e aplicativos de delivery (9,42%). Além disso, amigos ou agentes privados, adquirentes, bancos digitais e aplicativos de pagamento também foram mencionados.
A pesquisa revela ainda que dos bares e restaurantes que tentaram um empréstimo durante a pandemia, apenas 50% conseguiram. Entre as principais razões para a não liberação dos recursos foram citadas: restrições com o nome da empresa (39,3%) ou com o nome do proprietário/sócio (23,2%) e não conseguir apresentar garantias e/ou faturamento suficientes (33,6%).
“ Os números expõem a necessidade do mercado de contar com linhas especiais, capazes de democratizar o acesso ao crédito, principalmente nos momentos em que as empresas precisam de ajuda para manter os negócios ativos. Com o avanço da vacinação e retomada, muitos estabelecimentos buscam reformular as instalações para se adaptar ao novo perfil do consumidor. Diante disso, os recursos serão essenciais para modernização ou até mesmo ampliação do espaço. Cabe a nós apoiá-los”, afirma Márcio Alencar, diretor de estratégia digital, marketing e negócios da Alelo.
O crédito é uma realidade para os estabelecimentos comerciais mesmo antes da crise ocasionada pela covid-19. Dos entrevistados, 74,9% afirmaram já terem solicitado um empréstimo desde que começaram os negócios, tendo como principais motivos garantir fluxo de caixa (26,6%), pagar dívidas (25,0%), realizar reformas no espaço físico e/ou ampliar o estabelecimento (10,7%). No mais, nota-se que para 8,6%, o valor do empréstimo também foi direcionado para implantar e/ou ampliar o modelo de delivery.
“O nosso setor é formado em sua maioria absoluta por micro e pequenas empresas, com pouco ou nenhum capital de giro, e que enfrentam um problema crônico de acesso a crédito, potencializado na pandemia, justamente o momento em que mais precisam desse apoio. Sem crédito disponível, a retomada se torna inviável. Por isso, lutamos para que o Pronampe e sua ampliação se tornassem uma realidade, mas ele não é suficiente para atender toda a demanda. É preciso que novas linhas de crédito, mais acessíveis e com melhores condições, sejam disponibilizadas”, declara o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.
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