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16% dos brasileiros vão assistir a todos os jogos da Copa, não só do Brasil

Pesquisa feita pela Apoema mostra que boa parte dos brasileiros é fanática por futebol, mas 21% sequer gostam do evento

Estudo aponta que boa parte dos brasileiros é fanática pela seleção (Divulgação/Fifa/Divulgação)
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Bússola

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 14h00.

Última atualização em 4 de novembro de 2022 às 14h29.

Em 2022, pela primeira vez na história, a Copa do Mundo vai ser realizada no final do ano. O evento acontece entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro, inverno no Catar e quase verão no Brasil. Em busca da voz das arquibancadas em um ano atípico, uma pesquisa desenvolvida pela Apoema aponta o perfil do torcedor brasileiro de forma ampla, com percepções, gostos, memórias, comportamento de consumo, prioridades, estilos de comemoração e expectativas para o evento mais importante do planeta bola.

Sobre o perfil dos torcedores, o estudo indica que 16% da população brasileira se considera fanática pelo evento e vai assistir a todos os jogos de 2022, não só os da seleção. E o brasileiro ainda vai além. Pelo menos 24% dos entrevistados pretendem comprar uma TV nova para ver a bola rolar. Sobre esse comportamento de consumo, outros 30% declararam que vão comprar a camisa da seleção, enquanto 41% não pretendem adquirir nada novo para o evento.

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Apesar de tantas emoções e investimentos, nem todas as pessoas gostam do esporte, até mesmo quando se trata de Copa do Mundo. O interesse por ambos não ultrapassa a casa dos 70%, e o estudo ainda revela que grande parte, cerca de 45%, é de pessoas não muito engajadas.

Ainda assim, o maior evento esportivo do planeta consegue despertar o interesse daqueles que dizem não gostar do esporte, e isso corresponde a 14%. Uma possível explicação para esse comportamento é o fato de que a Copa acaba sendo um momento de união nacional, de confraternização, que envolve memórias, legado familiar, a quebra de regras sociais e de rotina — símbolos que se conectam com as pessoas.

A conclusão é de que, mesmo para quem não gosta do esporte ou do evento, é impossível não ser impactado. É futebol na TV, no rádio, na internet, nas redes sociais, no trabalho, em casa e na rua. O Brasil é o país do futebol e 79% declaram gostar, sim, da Copa do Mundo.

Copa do Mundo e união familiar

Na hora da organização, os torcedores prezam muito pela família: 88% acompanham os jogos pela TV e em outros canais de transmissão, sendo 91% em casa, 41% na casa de outras pessoas e 20% no bar. Quando perguntados sobre o que não pode faltar na Copa, 51% responderam que é a família; em seguida vem churrasco, com 49%, e cerveja, com 46%. A ligação do futebol com a família ainda vai além da Copa. Para 53% das pessoas, a relação com o futebol em geral começou desde a infância, ao ver os familiares torcendo para seus times.

Emoções e símbolos que ficam marcados

As relações afetivas englobam sensações e lembranças. O evento é muito mais do que uma competição. As cerimônias de abertura e de encerramento são espetáculos que ficam na memória de muita gente. Músicas, mascotes, apetrechos e tantas outras coisas também são capazes de marcar épocas.

A pesquisa mostrou que o personagem Fuleco, o tatu-bola criado na Copa do Brasil de 2014, foi disparadamente o mais lembrado pela amostra: 56% das pessoas o mencionaram.

Sobre as canções dos eventos, a música Waka Waka, da cantora Shakira, que embalou o evento de 2010, foi lembrada por 41% dos entrevistados, com destaque para a geração Z. As outras canções mencionadas fazem mais referência à seleção: Pra frente, Brasil (1970), com 37%, e A taça do mundo é nossa (1958), com 36%.

Por décadas, as duas mais antigas tiveram grande espaço na mídia. São músicas que lembram a época em que o futebol brasileiro se consagrou na Copa. Mas, mais do que isso, remete a um forte nacionalismo, aflorado principalmente pela ditadura. Não é coincidência que ambas foram mais lembradas por boomers e geração X. Já Waka Waka teve maior lembrança entre o público jovem.

Marcas ativas se fazem lembrar

As marcas de patrocinadores também são elementos que ficam na história e na cabeça dos torcedores. A Copa do Mundo e a seleção são grandes vitrines. Entretanto, o estudo mostra que isso não é suficiente. Os torcedores têm maior facilidade para lembrar daquelas que realizam um trabalho constante no esporte, ou seja, as que estão há bastante tempo envolvidas no assunto, marcando presença em diversos campeonatos e abordando também o tema em suas campanhas.

Para entender como é essa relação, os respondentes foram instados a dizer, de forma espontânea, a primeira marca que viesse à cabeça quando pensavam em Copa do Mundo. O resultado mostrou que a Coca-Cola é a mais lembrada, com 71%; seguida de Nike, com 65%, e da Adidas, com 52%. Outro destaque é que 47% declararam que uma marca pode manchar a sua reputação patrocinando um jogador ou clube que se envolve em escândalos.

Copa do Mundo feminina: demorou, mas chegou

A Copa do Mundo masculina existe desde 1930. Já a feminina, desde os anos 1990. Esse atraso é consequência de um enorme preconceito. No Brasil, por exemplo, as mulheres eram proibidas de praticar o esporte. Entre 1941 e 1979 corriam o risco de serem levadas para a delegacia caso fossem flagradas jogando.

Enquanto 66% da amostra dizem que acompanham e sempre acompanharão a Copa do Mundo masculina, 50% afirmam assistir à edição feminina. Dos que não assistem, 15% não sabiam que o evento acontecia.

Expectativas altas para 2022

Com tantos sentimentos envolvidos, as expectativas para a Copa 2022 não são poucas, já que o momento também se mostra um tipo de catarse da realidade. Os jogos permitem a ocupação da cidade, festas, aglomerações, amigos na calçada, ruas lotadas e tantas outras agitações que acontecem “fora de hora”. Hoje, 63% dos torcedores em geral acreditam que a seleção tem chances de se tornar hexa em 2022. A geração Z é a mais otimista. Pelo menos, 64% se consideram animados para o evento deste ano.

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