Weintraub apresenta projeto para universidades federais
Projeto Future-se deverá dar nova dinâmica para a educação, segundo afirmou o presidente Jair Bolsonaro; os detalhes serão divulgados nesta quarta-feira, 17
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2019 às 06h48.
Última atualização em 17 de julho de 2019 às 10h23.
O foco do governo retorna para a Educação (ao menos por um dia). O ministro Abraham Weintraub anuncia nesta quarta-feira, 17, um novo programa de autonomia para as universidades federais, batizado de Future-se.
Por enquanto, o Ministério da Educação (MEC) não divulgou muitos detalhes sobre o projeto, mas o ministro garantiu que não envolve a cobrança de mensalidade dos estudantes de graduação ou a privatização do ensino superior federal.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na última terça-feira, 16, que o Future-se será um “programa simples que vai dar nova dinâmica para a educação”.
Durante a manhã de ontem, o projeto foi apresentado para todos os ministros. Segundo Weintraub, muitos deles já haviam conhecido a proposta e aprovado. Depois, o ministro da Educação recebeu os reitores das federais para explicar sua proposta.
De acordo com Bolsonaro, o objetivo é garantir que as instituições de ensino formem bons profissionais. “Nós queremos nossas universidades entre as 100 melhores do mundo”.
Pelo pouco que foi divulgado, Weintraub deixou claro que o foco do projeto é fortalecer a autonomia financeira das universidades e dos institutos federais de ensino.
O ministro quer melhorar a gestão dessas instituições para reduzir gastos e utilizar a sobra para investir na educação básica. “A gente vai priorizar eficiência e a primeira infância. São os países que deram certo que fizeram isso”, afirmou.
Especialistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico afirmam que uma das ideias do Future-se é permitir que esses órgãos de ensino possam captar recursos com o setor privado e utilizá-los. Já o portal G1 afirma que o governo estuda alterar a legislação para permitir que as universidades que tenham interesse possam alterar seu caráter jurídico e funcionar sob a gestão de entidades privadas, ainda que sem fins lucrativos.
Antes de qualquer proposta entrar em vigor, o governo colocará o projeto em um período de consulta pública. Weintraub também deixou claro que somente as universidades que quiserem vão aderir ao programa. Segundo ele, o novo modelo será similar ao adotado por países europeus, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Israel.
O governo de Michel Temer fez estudos cogitando mudar o sistema jurídico das universidades federais, mas o projeto não saiu do lugar. A ideia não era prioridade para o ex-ministro Ricardo Vélez, que deixou a pasta da Educação em abril. Desde que Weintraub assumiu, ele reorganiza o projeto.
Seus primeiros meses no governo foram conturbados, com grandes manifestações públicas contra os cortes nos orçamentos das universidades públicas e de instituições federais.
Agora, com a poeira baixa, ele aposta em algo novo.