Viaduto do Chá poderá ter nome de Mário Covas
Um projeto de lei com a assinatura de 45 dos 55 vereadores paulistanos define a nova nomenclatura da via como "Viaduto do Chá Mário Covas"
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2013 às 10h34.
São Paulo - Aos 120 anos, o Viaduto do Chá, um dos cartões-postais do centro de São Paulo , pode mudar de nome.
Um projeto de lei com a assinatura de 45 dos 55 vereadores paulistanos define a nova nomenclatura da via como "Viaduto do Chá Mário Covas", em homenagem ao ex-prefeito e ex-governador do PSDB, morto em 2001 aos 71 anos.
Para Nestor Goulart Reis, historiador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), porém, a proposta não tem cabimento. "O que é referência para os paulistanos há mais de um século não pode mudar de nome. As homenagens a políticos deveriam ficar restritas a praças e escolas."
Na Câmara, o apoio ao projeto é quase unânime. A proposta conseguiu até a assinatura de 8 dos 12 vereadores da bancada do PT.
"Eles (PSDB) fazem política com o fígado, com ódio. Nós fazemos com elegância. Eu gostava do Covas, não tenho nada contra ele. Foi uma pessoa importante na história da política nacional", argumenta Arselino Tatto (PT), líder do governo Fernando Haddad no Legislativo.
Tatto não vê problemas na oposição que o PSDB fez no ano passado aos projetos que concediam títulos de cidadão paulistano ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff. "Isso não vem agora ao debate, nosso estilo é diferente", emendou Tatto.
Apoio
Uma das principais lideranças da Casa, Antonio Goulart (PSD) defendeu a inclusão do nome do governador no viaduto que corta o Vale do Anhangabaú, na região central.
"Qualquer homenagem que se faça ao Covas é digna. Era um irmão que se podia contar a qualquer momento", diz Goulart, que atuou junto com Covas no PMDB, nos anos 1980.
O próprio presidente da Câmara, José Américo (PT), também assinou a proposta.
A intenção das lideranças na Casa é votar o texto até o fim do primeiro semestre. Na avaliação do PT, uma oposição ao projeto poderia causar debates que atrasariam votações de projetos do Executivo - como é o caso da concessão de um terreno da Prefeitura na zona leste para a criação de um câmpus da Unifesp, previsto para ser votado nesta terça-feira à tarde.
Uma das exceções no PT foi o vereador Paulo Fiorilo. "Eu não assinei porque acho que o Covas já foi homenageado na cidade, tem um parque na Avenida Paulista com seu nome e o Trecho Sul do Rodoanel. Não é uma posição ideológica, ele foi um ótimo governador. Só avaliei que, nesse caso, as homenagens desse tipo já foram feitas", disse Fiorilo.
"O nome nunca vai mudar para os paulistanos, vai ser sempre Viaduto do Chá. É uma homenagem póstuma. Mas não devemos permitir os excessos, o Covas é uma pessoa que merece", opinou o vice-presidente Marco Aurélio Cunha (PSD).
São Paulo - Aos 120 anos, o Viaduto do Chá, um dos cartões-postais do centro de São Paulo , pode mudar de nome.
Um projeto de lei com a assinatura de 45 dos 55 vereadores paulistanos define a nova nomenclatura da via como "Viaduto do Chá Mário Covas", em homenagem ao ex-prefeito e ex-governador do PSDB, morto em 2001 aos 71 anos.
Para Nestor Goulart Reis, historiador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), porém, a proposta não tem cabimento. "O que é referência para os paulistanos há mais de um século não pode mudar de nome. As homenagens a políticos deveriam ficar restritas a praças e escolas."
Na Câmara, o apoio ao projeto é quase unânime. A proposta conseguiu até a assinatura de 8 dos 12 vereadores da bancada do PT.
"Eles (PSDB) fazem política com o fígado, com ódio. Nós fazemos com elegância. Eu gostava do Covas, não tenho nada contra ele. Foi uma pessoa importante na história da política nacional", argumenta Arselino Tatto (PT), líder do governo Fernando Haddad no Legislativo.
Tatto não vê problemas na oposição que o PSDB fez no ano passado aos projetos que concediam títulos de cidadão paulistano ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff. "Isso não vem agora ao debate, nosso estilo é diferente", emendou Tatto.
Apoio
Uma das principais lideranças da Casa, Antonio Goulart (PSD) defendeu a inclusão do nome do governador no viaduto que corta o Vale do Anhangabaú, na região central.
"Qualquer homenagem que se faça ao Covas é digna. Era um irmão que se podia contar a qualquer momento", diz Goulart, que atuou junto com Covas no PMDB, nos anos 1980.
O próprio presidente da Câmara, José Américo (PT), também assinou a proposta.
A intenção das lideranças na Casa é votar o texto até o fim do primeiro semestre. Na avaliação do PT, uma oposição ao projeto poderia causar debates que atrasariam votações de projetos do Executivo - como é o caso da concessão de um terreno da Prefeitura na zona leste para a criação de um câmpus da Unifesp, previsto para ser votado nesta terça-feira à tarde.
Uma das exceções no PT foi o vereador Paulo Fiorilo. "Eu não assinei porque acho que o Covas já foi homenageado na cidade, tem um parque na Avenida Paulista com seu nome e o Trecho Sul do Rodoanel. Não é uma posição ideológica, ele foi um ótimo governador. Só avaliei que, nesse caso, as homenagens desse tipo já foram feitas", disse Fiorilo.
"O nome nunca vai mudar para os paulistanos, vai ser sempre Viaduto do Chá. É uma homenagem póstuma. Mas não devemos permitir os excessos, o Covas é uma pessoa que merece", opinou o vice-presidente Marco Aurélio Cunha (PSD).