Versão de Ricardo Teixeira contradiz investigação da Fifa
Naquele mesmo ano, o presidente da candidatura da Espanha, Miguel Angel Villar, também negou que houve qualquer acordo de troca de votos
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2015 às 09h02.
Genebra - A explicação de Ricardo Teixeira sobre o motivo pelo qual votou no Catar para ser a sede da Copa do Mundo de 2022 contradiz a investigação que a Fifa realizou e que custou US$ 6 milhões. Segundo ele, houve um acordo de troca de votos entre o país do Golfo e a Espanha, que concorria para organizar o Mundial de 2018. O acordo, porém, era proibido e teria invalidado as campanhas de Catar e da Espanha. Na época, a Fifa chegou a anunciar que uma investigação tinha sido aberta e que nada foi provado.
"Depois de investigar as suspeitas contra Portugal e Espanha, não encontramos base suficiente para chegar à conclusão que houve qualquer tipo de acordo", declarou no dia 18 de novembro de 2010 o presidente do Comitê de Disciplina da entidade, Claudio Sulser.
Naquele mesmo ano, o presidente da candidatura da Espanha, Miguel Angel Villar, também negou que houve qualquer acordo de troca de votos. "Já dissemos à Fifa que não temos nenhum outro acordo com outra candidatura e estou pronto para trabalhar com a Fifa para limpar esse fato", disse.
Naqueles dias, Villar chegou a fazer pressão na imprensa espanhola para que a notícia não fosse veiculada, alegando que se tratava de um complô da Inglaterra, que também concorria a receber a Copa de 2018.
Na última quarta-feira, porém, o ex-presidente da CBF explicou em entrevista ao Portal Terra o motivo pelo qual votou no Catar e negou que qualquer dinheiro tenha sido pago a ele. Segundo Teixeira, houve um acordo na seguinte base: o Catar apoiaria a escolha de uma Copa compartilhada entre Espanha e Portugal em 2018 em troca dos votos para sediar o Mundial de 2022.
"As pessoas dizem que eu votei no Catar, que a CBF votou no Catar. Por que eu? Não é bem assim. É mais claro dizer que a América do Sul votou no Catar (para 2022)", afirmou. "Quem estava coligado na candidatura da Espanha? Não era Portugal? Sim, eles pleiteavam uma Copa compartilhada. Então, com Portugal na disputa, lógico que o voto do Brasil seria para eles. Aí que entra a questão."
Segundo Teixeira, houve uma reunião entre ele, Angel Maria Villar, presidente da Federação Espanhola, e Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol Argentino. Grondona morreu em 2014.
Essa reunião, na versão de Teixeira, teria como objetivo obter votos para o Catar ganhar a disputa pela sede de 2022. "E qual foi o acordo? O Catar votaria conosco (com a candidatura Espanha/Portugal) para 2018 e em troca receberia nosso apoio em 2022. Foi esse o acordo. Foi somente esse o acordo. E o que se viu? A Espanha conseguiu chegar à última rodada de votação, mas perdeu para a Rússia. A história não difere um milímetro disso aí."
A explicação contradiz o que a Fifa concluiu, depois de dois anos de investigações. Em um trecho do informe publicado em novembro de 2014, o juiz admitiu que tinham " certas indicações de que a troca de votos pode ter ocorrido, em uma dimensão limitada. Entretanto, o Comitê de Ética não estabeleceu evidências conclusivas sobre esse ponto ", indicou.
Diante da "falta de evidências", a Fifa optou por não processar e nem condenar ninguém. Teixeira, na época que a investigação ocorreu, não cooperou. Angel Villar, presidente da Federação Espanhola de Futebol, também não colaborou com a investigação.
Genebra - A explicação de Ricardo Teixeira sobre o motivo pelo qual votou no Catar para ser a sede da Copa do Mundo de 2022 contradiz a investigação que a Fifa realizou e que custou US$ 6 milhões. Segundo ele, houve um acordo de troca de votos entre o país do Golfo e a Espanha, que concorria para organizar o Mundial de 2018. O acordo, porém, era proibido e teria invalidado as campanhas de Catar e da Espanha. Na época, a Fifa chegou a anunciar que uma investigação tinha sido aberta e que nada foi provado.
"Depois de investigar as suspeitas contra Portugal e Espanha, não encontramos base suficiente para chegar à conclusão que houve qualquer tipo de acordo", declarou no dia 18 de novembro de 2010 o presidente do Comitê de Disciplina da entidade, Claudio Sulser.
Naquele mesmo ano, o presidente da candidatura da Espanha, Miguel Angel Villar, também negou que houve qualquer acordo de troca de votos. "Já dissemos à Fifa que não temos nenhum outro acordo com outra candidatura e estou pronto para trabalhar com a Fifa para limpar esse fato", disse.
Naqueles dias, Villar chegou a fazer pressão na imprensa espanhola para que a notícia não fosse veiculada, alegando que se tratava de um complô da Inglaterra, que também concorria a receber a Copa de 2018.
Na última quarta-feira, porém, o ex-presidente da CBF explicou em entrevista ao Portal Terra o motivo pelo qual votou no Catar e negou que qualquer dinheiro tenha sido pago a ele. Segundo Teixeira, houve um acordo na seguinte base: o Catar apoiaria a escolha de uma Copa compartilhada entre Espanha e Portugal em 2018 em troca dos votos para sediar o Mundial de 2022.
"As pessoas dizem que eu votei no Catar, que a CBF votou no Catar. Por que eu? Não é bem assim. É mais claro dizer que a América do Sul votou no Catar (para 2022)", afirmou. "Quem estava coligado na candidatura da Espanha? Não era Portugal? Sim, eles pleiteavam uma Copa compartilhada. Então, com Portugal na disputa, lógico que o voto do Brasil seria para eles. Aí que entra a questão."
Segundo Teixeira, houve uma reunião entre ele, Angel Maria Villar, presidente da Federação Espanhola, e Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol Argentino. Grondona morreu em 2014.
Essa reunião, na versão de Teixeira, teria como objetivo obter votos para o Catar ganhar a disputa pela sede de 2022. "E qual foi o acordo? O Catar votaria conosco (com a candidatura Espanha/Portugal) para 2018 e em troca receberia nosso apoio em 2022. Foi esse o acordo. Foi somente esse o acordo. E o que se viu? A Espanha conseguiu chegar à última rodada de votação, mas perdeu para a Rússia. A história não difere um milímetro disso aí."
A explicação contradiz o que a Fifa concluiu, depois de dois anos de investigações. Em um trecho do informe publicado em novembro de 2014, o juiz admitiu que tinham " certas indicações de que a troca de votos pode ter ocorrido, em uma dimensão limitada. Entretanto, o Comitê de Ética não estabeleceu evidências conclusivas sobre esse ponto ", indicou.
Diante da "falta de evidências", a Fifa optou por não processar e nem condenar ninguém. Teixeira, na época que a investigação ocorreu, não cooperou. Angel Villar, presidente da Federação Espanhola de Futebol, também não colaborou com a investigação.