Brasil

Vacinação contra a covid-19 em SP começa em 25 de janeiro, diz Doria

A aplicação será de forma estadual, a começar pelos idosos e profissionais de saúde. A vacina ainda precisa de aprovação da Anvisa

 (Governo de São Paulo/Divulgação)

(Governo de São Paulo/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 13h01.

Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 14h43.

O governo de São Paulo prevê iniciar a vacinação contra a covid-19 no dia 25 de janeiro de 2021. A data foi anunciada pelo governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 7. A aplicação será de forma estadual, a começar pelos idosos e profissionais de saúde.

Esta primeira fase vai durar nove semanas, até o dia 28 de março. Serão vacinados 1,5 milhão de profissionais da saúde, e depois 7,5 milhões de pessoas acima de 60 anos. Após os trabalhadores da saúde, o calendário vai começar pelos idosos com 75 anos ou mais. A vacina será em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre elas.

“A escolha do público-alvo levou em consideração a incidência de óbitos 77% das mortes são concentradas em pessoas acima de 60 anos. Além disso serão vacinados os profissionais de saúde, que estão na linha de frente de combate à doença, nesta primeira fase. A vacina será gratuita para todos, no sistema público de saúde”, disse o governador.

De acordo com o governador João Doria, o programa estadual de vacinação só poderá ser aplicado após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da fase final de testes da vacina do Butantan, desenvolvida com o laboratório chinês Sinovac. Também é necessário o registro do imunizante junto ao órgão (leia mais abaixo).

Regiane de Paula, coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, detalhou a força-tarefa montada pelo governo estadual para vacinar as primeiras 9 milhões de pessoas. O estado vai contar com 5.200 postos já existentes nos 645 municípios do estado.

(Governo de São Paulo/Reprodução)

“Serão 54.000 profissionais de saúde, 27 milhões de agulhas, 25.000 policiais para a escolta das vacinas até o local de vacinação. Temos a capacidade para ampliar para mais 10.000 locais, se necessário. Pode ter em quartéis, escolas, trens, ônibus, farmácias e terminais de ônibus”, explicou ela.

(Governo de São Paulo/Reprodução)

São Paulo é o primeiro estado a apresentar uma estratégia alternativa ao Plano Nacional de Vacinação contra o coronavírus. Na semana passada, o Ministério da Saúde disse que o programa só ficará pronto depois de uma vacina aprovada pela Anvisa.

Internamente, a pasta trabalha com a inclusão de alguns grupos, como os idosos, sendo os primeiros a ser imunizados. Provavelmente este plano terá quatro fases e a previsão é começar somente em março. Ainda não se sabe se a vacina do Butantan será adquirida pelo governo federal.

Eficácia da vacina

Apesar da data do início da vacinação, a fase de testes ainda não terminou. No fim de novembro, o teste da Coronavac no Brasil atingiu o número mínimo de pessoas infectadas. Com isso, os estudos entraram na última fase de análise para verificar se ela realmente é eficaz contra o coronavírus. Um total de 13.000 voluntários participa do estudo.

Metade recebe a vacina e a outra metade um placebo. O Instituto Butantan estabeleceu que a partir do número mínimo de infectados 61 casos os resultados começam a ser analisados individualmente. Ou seja, os pesquisadores passam a analisar se os contaminados estão no grupo vacinado ou no grupo placebo, e verificar se a vacina atingiu o objetivo que é de combater o coronavírus.

De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, a expectativa é concluir esta análise dos casos de infecção na semana que vem.

Em um estudo revisado por pares publicado no dia 17 de novembro na prestigiada revista The Lancet, foi apontado que a Coronavac, é segura e foi capaz de criar anticorpos em 97% de 700 voluntários que participaram da fase de testes 1 e 2 na China.

Custos

O contrato entre o governo de São Paulo e o laboratório chinês Sinovac tem um custo de 90 milhões de dólares. O total de doses compradas é de 46 milhões, sendo 6 milhões já prontas e outras 40 milhões formuladas pelo Instituto Butantan, a partir de matéria-prima enviada diretamente da China.

Além do custo de produção, o governo estadual vai gastar mais 100 milhões de reais com a distribuição. De acordo com o governador João Doria, este dinheiro sairá do Tesouro do Estado.

O Butantan ainda vai ampliar a fábrica para produzir um total de 100 milhões de doses por ano. O custo total de ampliação é de 142 milhões de reais, e está sendo financiado por 24 empresas da iniciativa privada, como o BTG Pactual Digital, Ambev, Magalu e Rede D’Or. A obras já foram iniciadas e têm previsão de serem concluídas em setembro de 2021.

Matéria-prima

Na semana passada, o governo de São Paulo recebeu a segunda remessa de doses da Coronavac. Este lote era de 600 litros a granel, o equivalente a 1 milhão de doses.

No mês passado, São Paulo já havia recebido as primeiras 120.000 doses da vacina pronta.

Acompanhe tudo sobre:Estado de São PauloJoão Doria Júniorvacina contra coronavírus

Mais de Brasil

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos

Planejamento, 'núcleo duro' do MDB e espaço para o PL: o que muda no novo secretariado de Nunes

Lula lamenta acidente que deixou ao menos 38 mortos em Minas Gerais: 'Governo federal à disposição'

Acidente de ônibus deixa 38 mortos em Minas Gerais