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Cunha recebeu propina de R$ 4 milhões, diz Fernando Baiano

O lobista Fernando Baiano disse que Eduardo Cunha recebeu uma propina no valor de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões

Eduardo Cunha: advogado de Baiano disse que o dinheiro pago a Cunha era decorrente de uma ajuda pela cobrança da dívida de navios-sondas da Petrobras (Ueslei Marcelino / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2016 às 22h32.

Três testemunhas de acusação contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Operação Lava Jato foram ouvidas, hoje (1º), na Justiça Federal no Rio de Janeiro, em processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo juiz Paulo Marcos de Farias: os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró e o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano,  que confirmou o pagamento de propina ao deputado, no valor de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões.

O advogado Sérgio Guimarães Riera, que defende Fernando Baiano, disse que ele confirmou a entrega de propina, no escritório de Cunha, no centro do Rio.

O deputado acompanhou parte dos depoimentos, prestados na 9ª Vara Federal, no centro do Rio, ao juiz assistente do Supremo Tribunal Federal (STF) Paulo Marcos de Farias, auxiliar do ministro Teori Zavascki, responsável pelo processo contra o ex-presidente da Câmara e que suspendeu o mandato do parlamentar.

Sobre a forma de pagamento da propina Riera disse que, segundo Fernando Baiano, foram pagos “em torno de quatro a cinco milhões de reais, em várias ocasiões. O dinheiro chegava, via Alberto Yousseff, a pedido de Julio Camargo, entregava a ele [Baiano], que levava ao escritório de Eduardo Cunha, no centro da cidade”.

O advogado de Baiano disse que o dinheiro pago a Cunha era decorrente de uma ajuda pela cobrança da dívida de navios-sondas da Petrobras.

“[Decorrente] de uma ajuda na cobrança da dívida. O deputado não tem nenhuma relação com a contratação dos navios-sondas. Ajudou a cobrar o valor. Segundo o Fernando afirmou, ele [Cunha] recebeu entre quatro e cinco milhões de reais”, disse o advogado.

Cunha, Costa e Cerveró e seus advogados saíram sem falar com a imprensa.

São Paulo – Nem mesmo a lembrança de ver suas poupanças congeladas há 3 décadas fez com que os brasileiros colocassem o hoje senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) no topo do ranking dos políticos mais reprovados do Brasil. Segundo levantamento da empresa de pesquisas Ipsos, esse posto pertence hoje ao peemedebista Eduardo Cunha , afastado da presidência da Câmara no início do mês passado. Primeiro político a virar réu no âmbito da operação Lava Jato , Cunha é acusado de ter recebido, ao menos, 5 milhões de dólares de pagamentos em propina para facilitar dois contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da Petrobras . Nesta terça-feira (7), o Conselho de Ética da Câmara deve finalmente votar parecer que sugere a cassação do mandato do peemedebista em um processo que já se estende por mais de sete meses. Ele é acusado de mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ao afirmar, em depoimento, não ter contas no exterior em seu nome. Se aprovado, o relatório será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deve avaliar os recursos que questionam os procedimentos adotados pelo Conselho de Ética. Caso o colegiado rejeite todos recursos, o processo segue para o plenário da Câmara, que decide pela cassação ou manutenção do mandato do peemedebista. A habilidade do deputado afastado para orquestrar manobras com o intuito de salvar o próprio mandato tira as esperanças, contudo, de quem quer vê-lo longe do poder. Em entrevista exclusiva a EXAME.com nesta segunda, o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou que afastamento de Cunha não foi suficiente para impedir que ele atrapalhasse os trabalhos do colegiado.  "Ele continua frequentando a Câmara, telefonando para os deputados, a influência dele está no ar", disse Araújo. Uma classe em xeque A percepção negativa do brasileiro sobre Cunha não é um caso isolado. Segundo o relatório, 78% dos entrevistados afirmaram que não confiam nos políticos em geral. As Forças Armadas, em contrapartida, ganharam um voto de confiança de 41% dos participantes da pesquisa. Não por acaso, o maior temor dos brasileiros para este período de transição de governos é de que tudo continue do mesmo jeito no cenário político.  O levantamento foi realizado entre realizado entre os dias 29 de abril e 14 de maio com 1,2 mil pessoas de 72 cidades. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. A pesquisa pediu para os entrevistados avaliarem a atuação de 29 políticos e personalidades. EXAME.com selecionou aqueles cuja taxa de resultado em que o entrevistado disse que não sabia responder foi menor que 30%. Veja quem são eles.
  • 2. Eduardo Cunha (PMDB), presidente afastado da Câmara dos Deputados

    2 /15(Ueslei Marcelino/Reuters)

  • Veja também

    Desaprova78%
    Aprova7%
    Não sabe responder15%
  • 3. Fernando Collor de Mello (PTB-AL), senador

    3 /15(REUTERS/Ueslei Marcelino)

  • Desaprova71%
    Aprova5%
    Não sabe responder24%
  • 4. Renan Calheiros (PMDB-CE), presidente do Senado

    4 /15(Marcos Oliveira/Agência Senado)

    Desaprova70%
    Aprova7%
    Não sabe responder24%
  • 5. Dilma Rousseff (PT), presidente afastada*

    5 /15(Ueslei Marcelino / Reuters)

    Gestão ruim ou péssima69%
    Gestão regular21%
    Gestão ótima ou boa9%
    * A pesquisa perguntou se a gestão da petista era péssima, ruim, regular, ótima ou boa
  • 6. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente da República

    6 /15(Adriano Machado/Reuters)

    Desaprova68%
    Aprova27%
    Não sabe responder5%
  • 7. Michel Temer (PMDB), presidente em exercício

    7 /15(Ueslei Marcelino/Reuters)

    Desaprova67%
    Aprova16%
    Não sabe responder16%
  • 8. Aécio Neves (PSDB-MG), senador

    8 /15(Carlos Becerra / AFP)

    Desaprova62%
    Aprova25%
    Não sabe responder14%
  • 9. Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo

    9 /15(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    Desaprova56%
    Aprova23%
    Não sabe responder21%
  • 10. Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ex-presidente da República

    10 /15(Tânia Rêgo/Agência Brasil)

    Desaprova54%
    Aprova28%
    Não sabe responder18%
  • 11. José Serra (PSDB), ministro das Relações Exteriores

    11 /15(Reuters/Ueslei Marcelino)

    Desaprova54%
    Aprova33%
    Não sabe responder13%
  • 12. Marina Silva (Rede-AC), ex-candidata à presidência da República

    12 /15(Vagner Campos/MSILVA Online)

    Desaprova54%
    Aprova33%
    Não sabe responder14%
  • 13. Sergio Moro, juiz federal da 13ª Vara de Curitiba (PR) responsável pelas ações penais da Lava Jato em 1ª instância

    13 /15(Reuters)

    Desaprova22%
    Aprova58%
    Não sabe responder20%
  • 14. Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF

    14 /15(Nelson Jr./SCO/STF)

    Desaprova21%
    Aprova50%
    Não sabe responder29%
  • 15. Veja agora:

    15 /15(Ueslei Marcelino / Reuters)

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