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'Tenho medo de voltar à escola', diz sobrevivente de Realengo

Mãe de Pamela, de 13 anos, conta que vai procurar nova escola para a filha

Aglomeração na Escola Municipal Tasso da Silveira, após tragédia (Antonio Scorza/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2011 às 11h09.

Rio de Janeiro - Pamela tem 13 anos e agora não quer mais voltar à escola Tasso da Silveira porque tem medo que se repita o tiroteio desta quinta-feira ao qual sobreviveu, mas perdeu sua amiga Larissa e outros onze coleguinhas.

"Tenho medo de voltar à escola", confessa Pamela Cristina Ferreira, que cursa o sétimo ano nesta escola de Realengo. "Eu não quero que ela saia, mas vou procurar uma nova escola para ela", explica sua mãe, Simone Ferreira, de 38 anos, em entrevista à AFP.

Pamela saiu ilesa do ataque de um ex-aluno de 24 anos, que cometeu suicídio após matar 12 crianças e ferir outras 11.

"Ouvi os disparos, mas não vi nada. Estava no terceiro andar da escola e uma colega disse gritando que a gente fosse para o auditório, no quarto andar", conta a menina visivelmente abalada.

"Bloqueamos as portas do auditório com armários com a orientação dos professores. A gente estava em pânico, mas ficamos tranquilos até que chegou a polícia e tudo acabou", prosseguiu.

No hospital Albert Schweitzer, fortemente protegido pela Polícia Militar, os familiares e amigos das vítimas se concentraram. Foi lá que Pamela recebeu a notícia de que sua colega de turma, Larissa, de 15 anos, havia morrido.


A poucos metros, um mulher desconsolada, abraçada ao companheiro, repetia incessantemente "minha filha se foi". Ela não quis contar sua história.

Os moradores de Realengo também pareciam não conseguir acreditar no que aconteceu. Muitos ajudaram no transporte das vítimas.

"Vivo a cinco minutos do colégio. Ela (uma das meninas feridas) chegou em minha casa com uma bala nas costelas. Ao vê-la, a levei para o hospital imediatamente", contou José Marques, de 28 anos, referindo-se a Renata, que conseguiu sobreviver aos ferimentos, segundo os pais.

"Ela estava na escada quando tudo começou, mas agora está bem", contou Vera, mãe da menina de 13 anos.

Diante da escola municipal, o chão da casa de Elizer, um funcionário dos correios de 50 anos, havia marcas de sangue. Dois meninos conseguiram pular o muro e bateram em sua porta. Foram levados para o hospital.

Outro pai contou os momentos que viveu durante o ataque.

"Minha esposa me ligou desesperada para que eu voltasse para casa. Nossa filha de 11 anos estuda lá. Ela está bem, mas fiquei preocupado", explicou Jorge.

Como Simone, muitos pais querem saber como este ex-aluno conseguiu entrar no prédio e cometer esse massacre. "Como ele entrou na escola se existem dois pontos de controle? Não entendo", reclamava um pai. Ninguém deu uma resposta.

"Nunca pensei que isso aconteceria aqui, parece mentira. Só tinha visto isso nos Estados Unidos... E agora? Como posso ficar tranquilo quando meu filho for para a escola?", concluiu Jorge.

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Rio de Janeiro - Pamela tem 13 anos e agora não quer mais voltar à escola Tasso da Silveira porque tem medo que se repita o tiroteio desta quinta-feira ao qual sobreviveu, mas perdeu sua amiga Larissa e outros onze coleguinhas.

"Tenho medo de voltar à escola", confessa Pamela Cristina Ferreira, que cursa o sétimo ano nesta escola de Realengo. "Eu não quero que ela saia, mas vou procurar uma nova escola para ela", explica sua mãe, Simone Ferreira, de 38 anos, em entrevista à AFP.

Pamela saiu ilesa do ataque de um ex-aluno de 24 anos, que cometeu suicídio após matar 12 crianças e ferir outras 11.

"Ouvi os disparos, mas não vi nada. Estava no terceiro andar da escola e uma colega disse gritando que a gente fosse para o auditório, no quarto andar", conta a menina visivelmente abalada.

"Bloqueamos as portas do auditório com armários com a orientação dos professores. A gente estava em pânico, mas ficamos tranquilos até que chegou a polícia e tudo acabou", prosseguiu.

No hospital Albert Schweitzer, fortemente protegido pela Polícia Militar, os familiares e amigos das vítimas se concentraram. Foi lá que Pamela recebeu a notícia de que sua colega de turma, Larissa, de 15 anos, havia morrido.


A poucos metros, um mulher desconsolada, abraçada ao companheiro, repetia incessantemente "minha filha se foi". Ela não quis contar sua história.

Os moradores de Realengo também pareciam não conseguir acreditar no que aconteceu. Muitos ajudaram no transporte das vítimas.

"Vivo a cinco minutos do colégio. Ela (uma das meninas feridas) chegou em minha casa com uma bala nas costelas. Ao vê-la, a levei para o hospital imediatamente", contou José Marques, de 28 anos, referindo-se a Renata, que conseguiu sobreviver aos ferimentos, segundo os pais.

"Ela estava na escada quando tudo começou, mas agora está bem", contou Vera, mãe da menina de 13 anos.

Diante da escola municipal, o chão da casa de Elizer, um funcionário dos correios de 50 anos, havia marcas de sangue. Dois meninos conseguiram pular o muro e bateram em sua porta. Foram levados para o hospital.

Outro pai contou os momentos que viveu durante o ataque.

"Minha esposa me ligou desesperada para que eu voltasse para casa. Nossa filha de 11 anos estuda lá. Ela está bem, mas fiquei preocupado", explicou Jorge.

Como Simone, muitos pais querem saber como este ex-aluno conseguiu entrar no prédio e cometer esse massacre. "Como ele entrou na escola se existem dois pontos de controle? Não entendo", reclamava um pai. Ninguém deu uma resposta.

"Nunca pensei que isso aconteceria aqui, parece mentira. Só tinha visto isso nos Estados Unidos... E agora? Como posso ficar tranquilo quando meu filho for para a escola?", concluiu Jorge.

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