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Temer pede que ministros não saiam do país

Temer quer que todos ajudem na mobilização para viabilizar a votação do texto da Previdência, considerada por ele fundamental

Temer: o presidente poderá exonerar esses ministros parlamentares para retomarem suas cadeiras no Congresso e votar pelo texto (Adriano Machado/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 20h58.

Última atualização em 27 de novembro de 2017 às 20h58.

Brasília - Empenhado em garantir a aprovação de alguma etapa da reforma da Previdência ainda este ano, o presidente Michel Temer pediu aos ministros-parlamentares que não deixem o País nas primeiras semanas.

Temer quer que todos ajudem na mobilização para viabilizar a votação do texto da Previdência, considerada por ele fundamental para ajudar o País a crescer e a reduzir o déficit orçamentário.

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O presidente decidiu mandar o recado aos ministros, ao se dar conta, na sexta-feira passada, antes de seguir para ser internado para fazer o cateterismo em São Paulo, que oito ministros estariam fora do País neste período, o que poderia atrapalhar seus planos de aprovar a reforma.

Caso seja necessário, como já aconteceu em outras votações, Temer poderá exonerar esses ministros parlamentares para retomarem suas cadeiras no Congresso e votar pela aprovação do texto da reforma da Previdência. O Planalto confirma a orientação do presidente para os ministros evitarem viagens ao exterior até a segunda semana de dezembro.

Mesmo em recuperação, de acordo com interlocutores, nas conversas que manteve, inclusive no fim de semana quando estava internado, Temer reforçou a necessidade da presença dos ministros parlamentares em plenário para assegurar os 308 votos, embora, extraoficialmente, possa autorizar um ou outro, dependendo do caso.

Entre os ministros que estão com viagem prevista para esse período e que obtiveram autorização de Temer para deixar o País, está Moreira Franco, da Secretaria-Geral, que já embarcou nesta segunda-feira para Portugal e Alemanha, onde participa de evento para investidores.

De acordo com a assessoria de Moreira, a viagem dele é exatamente para reforçar o que o presidente Temer tem cobrado dos ministros, que é trabalhar em prol da aprovação da Previdência, já que todas as reuniões são com investidores e a mensagem que ele vai levar é justamente do trabalho que o governo está fazendo para garantir a votação da reforma o quanto antes.

Moreira estará de volta na sexta-feira, dia 1.º de dezembro. Além de Moreira, estavam também previstos para viajar os ministros das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, da Agricultura, Blairo Maggi, da Defesa, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, entre outros. Temer liberou Etchegoyen também para viajar, já que não faz parte do núcleo político do governo.

Mesmo com recomendação para que volte ao trabalho com agenda reduzida, o presidente Temer está no Planalto desde o início da tarde, inclusive recebendo parlamentares, com foco na aprovação da reforma. Ele recebeu, por exemplo, o líder do Democratas na Câmara, deputado Efraim Filho (DEM-PB), acompanhado do deputado Misael Varella (MG).

Na conversa, Temer disse aos deputados que ficou preocupado com a saúde, mas que conseguiu superar isso e que agora está focado no trabalho e nas ações para conduzir o País e aprovar a reforma da Previdência. "O comentário dele foi de que conseguiu fazer a travessia nesse momento e que agora o foco dele é no trabalho e na retomada do desenvolvimento do País", comentou o deputado Efraim.

"O Brasil não tem tempo a perder. Cada minuto ganho é importante. O presidente retoma seu trabalho nessas ações políticas", declarou ele, depois de salientar que é preciso ainda vencer a guerra da comunicação em relação à Previdência, pois trata-se de uma "quebra de privilégios". Segundo o deputado, o presidente pediu que haja "empenho dos líderes na capacidade de diálogo com as bancadas" para garantir os votos da reforma da Previdência.

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