O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o presidente, Michel Temer (Beto Barata/PR/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 14h39.
Mogi das Cruzes - O presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), aproveitaram um evento ocorrido na manhã desta quarta-feira, 21, na cidade de Mogi das Cruzes (SP), de entrega de casas do Programa Minha Casa, Minha Vida, para a troca pública de afagos e de demonstração de que as duas siglas continuam unidas.
"Meu sonho é colocar o Brasil nos trilhos", disse o peemedebista, destacando que para isso quer contar com o apoio de outras siglas, como o PSDB.
Em entrevista coletiva concedida após a cerimônia, Temer foi questionado sobre o possível afastamento dos tucanos de sua gestão, em razão do acirramento da crise política e econômica.
O presidente teceu elogios a atuação do PSDB, sobretudo no parlamento, dizendo que os tucanos têm prestado um auxílio "extraordinário" à sua gestão, brincando que só não iria levantar a mão de Alckmin (num sinal clássico de vitória) porque não iria pegar bem. E citou que essa sigla possui três ministérios em sua gestão.
"Vocês viram que conseguimos aprovar coisas que, francamente, desde a Constituição de 1988, ninguém conseguiu apresentar propostas como as que apresentamos. O teto dos gastos é uma coisa muito problemática, não tenha dúvida disso, nós conseguimos aprovar com maioria significativa tanto na Câmara quanto no Senado e isso, evidentemente, não teria acontecido sem o apoio de outros partidos, em particular o PSDB", disse Temer.
Para o presidente, é natural que "falas dessa natureza aconteçam", mas é preciso seguir adiante para poder governar. "Temos de ir administrando e fazendo como fizemos no caso da Previdência, que em apenas dez dias conseguimos a admissibilidade na CCJ. Portanto, mais uma vez, com apoio do Congresso e do PSDB conseguimos aprovar uma série de medidas."
Antes da coletiva de Temer, o governador Geraldo Alckmin virou-se para Temer e disse que a "política do eles contra nós" não cabe mais no Brasil, num aceno à gestão do peemedebista e numa crítica indireta ao PT.