TCU vai fiscalizar ações da Agência Nacional de Mineração
Órgão diz que em levantamento anterior já havia constatado falhas na atuação do departamento que supervisiona barragens
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 16h40.
Brasília - O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu fiscalizar as providências da recém-criada Agência Nacional de Mineração (ANM) após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), que deixou ao menos 84 mortos. O presidente do tribunal, José Múcio Monteiro, propôs o acompanhamento justificando, entre outros pontos, que, em levantamento anterior, o tribunal já havia constatado falhas na atuação do departamento do governo que fiscalizava barragens - o extinto Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), ligado ao Ministério de Minas e Energia e extinto com a criação da ANM em 2018.
Segundo Múcio, uma auditoria operacional no DNPM após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) constatou que "as falhas e irregularidades verificadas envolviam a atuação em nível institucional da Autarquia e alertavam para o risco latente e potencial de outros acidentes envolvendo barragens de rejeitos de mineração no País".
O tribunal destacou, também, limitações significativas na estrutura orçamentária do DNPM que poderiam impactar no desempenho do órgão de fiscalização.
"Em 2015, a auditoria constatou, por exemplo, que as despesas discricionárias previstas para o Departamento vêm sofrendo um declínio progressivo do total autorizado desde 2010. Além disso, o DNPM contava com quadro técnico insuficiente diante da demanda de trabalho e porcentual elevado de servidores aptos a se aposentar. A Superintendência de Minas Gerais, conforme um estudo promovido, contava com 79 servidores, enquanto seriam necessários 384 para atender aquela Unidade", disse José Múcio Monteiro, que se disse "consternado pela tragédia".
O TCU já acompanha, em um processo aberto logo após a criação da ANM em novembro de 2018, a estruturação da própria agência.