Refugiados da Síria perto da cidade de Presevo, na Sérvia: 2.077 deles vieram para o Brasil (Reuters / Marko Djurica)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2015 às 06h00.
Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 16h22.
São Paulo – Nesta semana, a foto do corpo sem vida de Aylan al-Kurdi deitado de bruços na areia de uma praia na Turquia virou símbolo da crise de refugiados na Europa. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estima que este ano mais de 300 mil pessoas tenham tentado cruzar o Mar Mediterrâneo para pedir asilo à Europa.
Apesar de ser um dos países que mais colabora com a questão de direitos humanos e tem o costume receber refugiados, a situação no Brasil nem se compara com a europeia. De acordo com o próprio ACNUR, o país recebeu até agosto deste ano apenas 8.400 refugiados reconhecidos. Desde que há registros da ONU, o total de pedidos solicitados foi de 30 mil, cerca de 10% do velho continente só em 2015.
Dessa amostragem, cerca de 70% são homens. Dois a cada três deles têm de 18 a 39 anos, outros 20% não passam dos 17.
Os sírios são a principal nação que chega ao Brasil: cerca de 25% do total. O número cresceu de menos de 500 em 2013 para 2077 em 2015, resultado das guerras internas e ação do grupo terrorista Estado Islâmico.
Em seguida vêm Angola, República Democrática do Congo e Colômbia. Os haitianos, que seriam os verdadeiros líderes do ranking, não constam como refugiados para o levantamento da ONU.
Só em solicitações para haitianos há mais de 45 mil pedidos, mas elas são encaminhadas ao Conselho Nacional de Imigração para autorização de concessão de permanência, atendendo a lei especial em razão do caos humanitário no país. A estimativa é que 56 mil haitianos já emigraram para o Brasil desde os terremotos de 2010, segundo o Ministério da Justiça.
Mesmo levando-os em conta, o Brasil só teria 20% dos refugiados que a Europa recebeu apenas em 2015.
Fonte dos gráficos: Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR)