Brasil

Sindicato pede R$6,2 mi do Corinthians por invasão a CT

Entidade entrou com uma ação na Justiça do Trabalho por causa da invasão de mais de cem torcedores ao CT do clube


	Torcedores do Corinthians: sindicato resolveu responsabilizar o Corinthians pela invasão devido à relação da diretoria com as torcidas organizadas
 (AFP / Yasuyoshi Chiba)

Torcedores do Corinthians: sindicato resolveu responsabilizar o Corinthians pela invasão devido à relação da diretoria com as torcidas organizadas (AFP / Yasuyoshi Chiba)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 19h00.

São Paulo - O Sindicato dos Atletas de São Paulo pede R$ 6,2 milhões ao Corinthians por causa da invasão de mais de cem torcedores ao CT do clube no dia 1º de fevereiro. A entidade entrou com uma ação na Justiça do Trabalho e o caso será julgado no 3 de junho. O Corinthians alega que ainda não foi oficialmente notificado.

A ação consiste em dois itens: 1) assédio moral e atentado aos atletas e 2) ambiente de trabalho inseguro. Para cada um dos itens, o sindicato pede R$ 100 mil de indenização por atleta. Como havia 31 atletas no CT no momento da invasão, o valor total da ação chega a R$ 6,2 milhões.

O sindicato resolveu responsabilizar o Corinthians pela invasão devido à relação da diretoria com as torcidas organizadas. "A ideia inicial era que fosse proposta uma ação civil pública pelo Ministério Público do Trabalho, mas o ato não foi praticado por terceiros. A relação que existe entre Corinthians e organizadas é fraternal. O Corinthians não é vítima da invasão e sim vítima das suas escolhas. Como consequência, os atletas acabaram vítimas das escolhas do clube", disse o advogado do sindicato, Washington Rodrigues de Oliveira.

Comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Benedito Roberto Meira chegou a insinuar que o Corinthians abriu o CT do Parque Ecológico para as torcidas organizadas. O Corinthians nega que tenha facilitado a entrada dos vândalos. O circuito interno de câmeras de segurança parou de funcionar justamente no momento da invasão e a Polícia Civil prendeu até agora apenas três torcedores.

"No Corinthians, as torcidas organizadas e a Fifa têm o mesmo status e o canal de diálogo é a presidência e a diretoria. Já o torcedor comum, se quiser falar com o clube, tem de buscar a ouvidoria, que é o famoso 0800", critica Oliveira.

Levantamento feito pelo sindicato mostra que apenas no site no Corinthians há mais de 500 textos relacionados às organizadas: 286 da Gaviões da Fiel, 132 da Camisa 12, 69 da Estopim da Fiel e 28 da Pavilhão 9. São matérias referentes a eleições, festas e eventos.

Para entrar com a ação, o sindicato não pediu autorização aos atletas. "Eles não iam concordar porque trabalham no clube e teriam receio. Isso é normal. Nesse tipo de situação, o sindicato pode atuar em defesa dos atletas sem precisar pedir autorização. Mas todo o dinheiro será revertido para eles", justifica Oliveira.

Acompanhe tudo sobre:CorinthiansEsportesFutebolSindicatosViolência urbana

Mais de Brasil

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória

Lula edita MP que prevê pagamento de R$ 60 mil a pessoas com deficiência causada pelo zika vírus