Senado: indicados de Lula para o Banco Central são aprovados com maioria expressiva (Agência Senado)
Agência de notícias
Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 18h12.
O plenário do Senado Federal aprovou nesta terça-feira, 10, os três nomes indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor a diretoria do Banco Central (BC). Antes da aprovação, eles foram sabatinados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e reforçaram o compromisso com a principal missão do BC: o controle da inflação.
A aprovação acontece em um contexto de provável aumento da Taxa Selic. Instituições financeiras projetam que o Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do BC, deve elevar a taxa básica em 0,75 ponto percentual na reunião de amanhã, encerrando o ano com a Selic em 12,25% ao ano.
Os indicados e aprovados pelos senadores são:
Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, já foi aprovado para assumir a presidência do BC em substituição a Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no dia 31 de dezembro. Com os novos nomes, Lula passa a ter indicado sete dos nove membros da diretoria do Comitê de Política Monetária.
Durante a sabatina, Nilton David descartou que o Brasil esteja em um cenário de dominância fiscal — quando o aumento dos juros perde a capacidade de conter a inflação por conta da dívida pública. Ele destacou que, apesar do aumento do endividamento global, o Brasil apresenta condições econômicas sólidas para enfrentar os desafios.
“Não enxergo nada objetivo que indique dominância fiscal. Pelo contrário, os dados mostram que a política monetária tem sido efetiva em conter aumentos mais expressivos da inflação”, afirmou.
Izabela Correa ressaltou suas competências para contribuir com as metas do BC e enfatizou o papel do Copom na convergência da inflação para as metas estabelecidas. Já Gilneu Vivan alertou sobre o ambiente externo desafiador e os impactos inflacionários internos, comprometendo-se com decisões alinhadas às práticas de seus antecessores.
O processo de aprovação dos indicados contou com momentos de tensão, especialmente por conta da alta do dólar, que ultrapassou a marca de R$ 6, e os debates sobre a autonomia do BC. Apesar disso, a expectativa era de aprovação tranquila. O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso, garantiu que não havia grandes objeções aos nomes, mas destacou o risco de mudanças de posicionamento por questões políticas, como o impasse sobre emendas parlamentares.
Com a aprovação, os novos diretores assumirão suas funções a partir de 1º de janeiro de 2025.